Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) e da Netflix (NASDAQ:NFLX) caem, pesando sobre a Nasdaq, após os últimos lucros das grandes marcas de tecnologia. Enquanto isso, o desfile de resultados trimestrais nos EUA continua, e a Apple (NASDAQ:AAPL) supostamente se torna a mais recente concorrente na corrida para desenvolver tecnologia de inteligência artificial (IA) generativa. No Brasil, comunicação do Banco Central passa por polêmicas.
1. As margens da Tesla caem; a receita da Netflix decepciona
As ações da Tesla e da Netflix caíram nas negociações do pré-mercado, já que os investidores digeriram os resultados mistos do segundo trimestre da montadora de carros elétricos e da gigante do streaming.
Para Tesla, a atenção se concentrou nos recentes cortes de preços para aumentar os volumes e combater a intensificação da concorrência no mercado de veículos elétricos. A decisão levou a receita recorde de US$ 24,93 bilhões durante o período de três meses.
Mas a medida também pesou sobre sua margem de lucro bruto das operações automotivas, excluindo o impacto dos créditos regulatórios, que caiu para 18,2%, de 18,8% no primeiro trimestre e 26,2% no ano passado. Embora essa queda não tenha sido tão grande quanto muitos analistas esperavam, as ações da Tesla ainda caíram depois que o executivo-chefe Elon Musk sugeriu que mais reduções de preços poderiam ocorrer este ano.
Enquanto isso, a repressão da Netflix ao compartilhamento de senhas entre usuários parece estar funcionando, com a empresa conquistando 5,9 milhões de assinantes no trimestre, muito acima das estimativas de Wall Street. A empresa também disse aos analistas que o número de contas canceladas foi "baixo".
No entanto, essa tendência foi ofuscada pelo fato de o faturamento de US$ 8,2 bilhões ter sido mais suave do que o previsto. A projeção da Netflix para o terceiro trimestre, de US$ 8,5 bilhões para o valor da receita, também não cumpriu as previsões. Como resultado, as ações da Netflix caíram.
Os futuros do Nasdaq apontaram para baixo na quinta-feira, já que os resultados da Tesla e da Netflix pesaram sobre o setor de tecnologia mais amplo.
Às 8h05 (de Brasília), o Nasdaq 100 futuros perdia 0,68%, puxado para baixo por uma queda após o expediente nas ações das duas principais empresas de tecnologia, que se estendeu às negociações do pré-mercado.
S&P 500 futuros também caiu 0,12%, enquanto o Dow futuros subia 0,12%.
O Dow Jones Industrial Average, de base ampla, registrou sua oitava sessão consecutiva de ganhos na quarta-feira, sua mais longa sequência de vitórias desde 2019. Enquanto isso, o índice de referência S&P 500 subiu 0,24% e o Nasdaq Composite subiu 0,03%.
2. Johnson & Johnson e American Airlines em destaque em movimentado dia de ganhos
Um novo lote de lucros corporativos dos EUA deve ser divulgado na quinta-feira, com a gigante da saúde Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) e a transportadora American Airlines (NASDAQ:AAL) entre as maiores marcas a serem relatadas.
A seguradora Travelers (NYSE:TRV), a gestora de investimentos Blackstone (NYSE:BX), o grupo de tabaco Philip Morris International (NYSE:PM) e o credor regional Fifth Third Bank (NASDAQ:FITB) também fazem parte do calendário de resultados.
Os lucros foram, em grande parte, mais fortes do que o esperado durante a última temporada de lucros, alimentando as esperanças de que isso possa ser um sinal de que a economia dos EUA pode ser capaz de engendrar uma aterrissagem suave após uma série de aumentos agressivos das taxas de juros do Federal Reserve. De acordo com os dados da FactSet citados pela CNBC, três quartos das empresas que já apresentaram relatórios superaram as estimativas de Wall Street.
3. Apple testa rival do ChatGPT - Bloomberg
A Apple está desenvolvendo um novo programa de IA generativa para competir com outros como o ChatGPT da OpenAI e o Bard do Google, de acordo com a Bloomberg News.
Os funcionários da gigante da tecnologia já construíram uma estrutura, conhecida como "Ajax", disse o relatório, citando pessoas familiarizadas com o assunto. Um chatbot apelidado de "AppleGPT" também está sendo testado.
As ações da Apple atingiram um novo recorde de alta com o relatório, enquanto outras empresas como Microsoft (NASDAQ:MSFT), Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), proprietária do Google, caíram.
A Apple, sediada na Califórnia, que permaneceu relativamente quieta sobre o assunto da IA, apesar do aumento da popularidade da tecnologia este ano, não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
4. A TSMC está pessimista quanto às esperanças de um aumento na demanda por chips impulsionado pela IA
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TW:2340) (NYSE:TSM) - também conhecida como TSMC - divulgou lucros do segundo trimestre que superaram as estimativas, mas a maior fabricante de chips contratada do mundo jogou água fria nas expectativas de que o aumento do interesse em IA alimentará um aumento na demanda por chips.
O lucro líquido da TSMC nos três meses até 30 de junho caiu em mais de um quinto, para 181,80 bilhões de dólares taiwaneses, embora ainda estivesse acima das expectativas dos analistas consultados pela Refinitiv.
No entanto, em um webcast após a divulgação dos resultados, o executivo-chefe C.C. Wei sinalizou que a corrida para a IA pode não ser sustentável ou de longo prazo. Ele observou que "[embora] tenhamos observado recentemente um aumento na demanda relacionada à IA, isso não é suficiente para compensar a ciclicidade geral de nossos negócios".
A TSMC posteriormente reduziu sua orientação de receita anual, dizendo que espera que o número caia 10% em 2023 em comparação com sua perspectiva anterior de uma queda de um dígito. As ações da TSMC listadas nos EUA caíram no pré-mercado na quinta-feira.
O movimento contrastou com os comentários otimistas feitos no início do ano pelo setor de chips da Nvidia, um dos maiores clientes da TSMC. A Nvidia previu anteriormente um salto na demanda de semicondutores no final deste ano, citando a necessidade de peças de computação para alimentar programas de IA.
5. Comunicação do Banco Central brasileiro
A poucas semanas da próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que deve definir os rumos da política monetária, o Banco Central passa por polêmicas relacionadas à comunicação do alto escalão. Após publicações apontarem suposta censura do presidente Roberto Campos Neto a entrevistas do novo diretor Gabriel Galípolo, este indicado pelo governo, a tensão subiu, mas o BC negou a prática.
Em nota ao mercado ontem pela noite, a autoridade monetária disse que “não existe e jamais existirá censura ou cerceamento de qualquer espécie à livre manifestação dos dirigentes do BC. Pelo contrário, os dirigentes do BC têm sido incentivados a se manifestar mais em público”. O Banco Central disse que avalia como aprimorar sua comunicação e qualquer alteração deve estimular maior abertura e exposição do pensamento de seus dirigentes, em linha com a autonomia recentemente aprovada. “Todo dirigente do BC tem pleno direito de expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados, sem necessidade de quaisquer autorização ou aprovação prévias”, completa.
A próxima reunião do Copom ocorre entre os dias 1 e 2 de agosto, sendo que a decisão a respeito da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atualmente em 13,75%, ocorre ao final do segundo dia de discussão. Na ata da última reunião, o Banco Central deixou a porta aberta para possíveis ajustes e, assim, as expectativas são de que o início do ciclo de afrouxamento monetário tenha início.
Às 8h07 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,06% no pré-mercado.
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