Investing.com -- Os investidores se preparam para a próxima decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros na quarta-feira e aguardam a divulgação de novos dados importantes sobre a inflação dos EUA amanhã. Enquanto isso, analistas do Goldman Sachs reduziram seu preço-alvo para petróleo Brent mais uma vez, à medida que surgem sinais de alerta em torno da recuperação pós-pandêmica do principal importador de petróleo, a China. No Brasil, governo precisará de recursos adicionais para cumprir metas estabelecidas na nova regra fiscal.
1. Decisão do Fed à frente
O Federal Reserve está se preparando para revelar sua próxima decisão sobre a taxa de juros nesta semana, com os investidores apostando amplamente que o banco central dos EUA fará uma pausa em um longo ciclo de aperto da política.
De acordo com a Ferramenta de monitoramento da taxa do Fed do Investing.com, há mais de 79% de chance de que o Comitê Federal de Mercado Aberto, que define as taxas, vote para manter os custos dos empréstimos estáveis após sua reunião de dois dias, marcada para começar amanhã.
O relatório do mercado de trabalho de maio, que tem desempenhado um papel central no processo de tomada de decisões do Fed, apontou para uma aceleração gradual do desemprego na maior economia do mundo. Esse aumento pode diminuir a pressão sobre as empresas para que aumentem os salários, ajudando ainda mais o Fed em sua tentativa de trazer a inflação de volta à sua meta de 2%.
Mas ainda há uma chance remota de que o banco decida elevar as taxas mais uma vez, desta vez em 25 pontos-base. Muito provavelmente dependerá do último índice de preços ao consumidor, que será divulgado na terça-feira. Os economistas preveem que a leitura aumentará 4,1% em uma base anual no mês passado, arrefecendo em relação ao nível anterior de 4,9% em abril.
Os futuros das ações em Wall Street subiram na segunda-feira, com os investidores avaliando a perspectiva de uma pausa nos aumentos das taxas do Fed e de olho na próxima divulgação dos principais dados de inflação dos EUA.
Às 8h04 (de Brasília), o contrato Dow futures ganhava 0,05%, o S&P 500 futures acrescentava 0,25%, e o Nasdaq 100 futures 0,54%.
Os principais índices encerraram a sessão anterior no verde, com destaque para o índice de referência S&P 500, que se aproximou de seu nível mais alto desde agosto. O Dow Jones Industrial Average, de base ampla, também subiu 0,13% e o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, subiu 0,16%.
As negociações foram moderadas na sexta-feira, com os volumes diários de negociação atingindo sua marca mais baixa desde outubro passado, em um sinal de que os investidores estavam se mantendo à margem antes do tão esperado anúncio do Fed.
2. Goldman Sachs corta estimativa de preço do petróleo
Goldman Sachs reduziu sua estimativa de preço para petróleo Brent para menos de US$ 90 por barril até o final de 2023, após duas reduções anteriores em sua previsão nos últimos seis meses.
A medida foi tomada após uma série de dados fracos da China, o maior importador de petróleo do mundo. Os Preços ao produtor caíram em seu ritmo mais rápido em sete anos no mês passado, enquanto exportações, importações e a atividade fabril também caíram.
Como resultado, há muitas preocupações de que a recuperação nascente da China das severas restrições da era da covid, que começou no primeiro trimestre, possa estar diminuindo. Isso seria um desenvolvimento importante para os mercados de petróleo, que esperavam que a recuperação pós-pandemia do país alimentasse um aumento na demanda este ano.
Em outra parte da segunda-feira, o líder supremo do Irã disse que Teerã estava aberto a um acordo com o Ocidente sobre seu programa nuclear. A declaração sugeriu que o mercado pode ser potencialmente inundado com oferta adicional se as sanções sobre as exportações de petróleo bruto do Irã forem suspensas, pesando sobre os preços do petróleo.
Às 8h05 (de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA caíram 2,15%, para US$ 68,66 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 1,85%, para US$73,41 por barril.
3. Goldman vê um "L" à frente para o mercado imobiliário da China
Os analistas do Goldman Sachs também publicaram uma nova visão sobre as perspectivas para o setor imobiliário da China, que está em frangalhos, prevendo que o setor provavelmente terá a chamada "recuperação em forma de L".
Isso significaria que o mercado imobiliário, que foi atingido nos últimos anos por uma série de inadimplências e pela fraca demanda de compradores de imóveis, deverá ter apenas uma recuperação lenta.
O Goldman destacou que essa tendência poderia prejudicar ainda mais a atividade na segunda maior economia do mundo. O setor imobiliário foi responsável por cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) geral da China até 2021.
A nota do banco de investimentos afetou as grandes empresas imobiliárias chinesas na segunda-feira, com a Country Garden Holdings Company Ltd (HK:2007), a Poly Property Group Co Ltd (HK:0119), a Guangzhou R&F Properties Co Ltd (HK:2777) e a Sunac China Holdings Ltd (HK:1918), todas listadas em Hong Kong, registrando perdas.
4. Surge um gigante bancário suíço
O UBS Group AG (SIX:UBSG) anunciou que concluiu formalmente sua aquisição do rival menor Credit Suisse Group AG (SIX:CSGN), criando um gigante bancário suíço responsável pela supervisão de um balanço patrimonial de US$ 1,6 trilhão.
Os executivos do UBS confirmaram o acordo em uma série de cartas abertas publicadas pelos meios de comunicação, dizendo que a união traria oportunidades e desafios. Mas eles enfatizaram que a entidade desfrutará de um aumento em sua influência, especialmente na gestão de patrimônio, o que ajudará a solidificar o lugar da Suíça como um importante centro do setor financeiro.
A aquisição foi o produto de negociações patrocinadas pelo governo em março, quando as crises bancárias globais atingiram o Credit Suisse e ameaçaram a estabilidade do sistema financeiro suíço. O UBS trabalhou rapidamente para fechar o negócio, concluindo-o em menos de três meses, na esperança de reforçar a confiança dos clientes e funcionários do Credit Suisse.
5. Governo brasileiro deve precisar de mais recursos para zerar contas no ano que vem
Integrantes da equipe econômica estimam que seja necessário um incremento de R$110 bilhões para zerar o déficit nas contas públicas no ano que vem, meta estabelecida pelo Ministério da Fazenda no novo arcabouço fiscal. Para isso, será preciso um aumento de receitas ainda não estimadas, segundo informou o jornal O Globo.
O arcabouço fiscal, que tramita no Senado após aprovação na Câmara, definiu as metas para o resultado das contas públicas, com expectativa de zerar o déficit em 2024 e ter superávits primários nos períodos seguintes, ou seja, com receitas maiores do que despesas, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Em 2025, o governo quer atingir superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Enquanto isso, o relator do arcabouço fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD- AM) anunciou que quer a apreciação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e no plenário entre os dias 20 e 21 de junho.
Às 8h05 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) caía 0,32% no pré-mercado.