Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os investidores se preparam para uma grande quantidade de lucros corporativos e para uma importante decisão de política do Federal Reserve, que pode revelar pistas sobre o caminho a ser seguido pela economia dos EUA. Além disso, os lucros do segundo trimestre da Chevron superam as expectativas, enquanto Elon Musk dá a entender que fará uma ampla revisão da marca do Twitter. No Brasil, semana também é de fôlego no calendário de balanços.
1. Futuros americanos em alta; Chevron supera as estimativas
Os futuros das ações dos EUA subiram um pouco na segunda-feira, com os investidores aguardando um desfile de resultados corporativos, bem como uma próxima decisão sobre a taxa de juros do Federal Reserve.
Às 7h58 (de Brasília), o contrato Dow futuros somava 0,16%, o S&P 500 futuros ganhava 0,21%, e o Nasdaq 100 futuros aumentava 0,27%.
Espera-se que os lucros desta semana forneçam mais pistas sobre a saúde da economia dos EUA em geral. Até o momento, vários retornos do segundo trimestre mais fortes do que o esperado alimentaram as esperanças de que os EUA possam ser capazes de engendrar uma aterrissagem suave em face do aumento dos custos de empréstimos.
Os investidores suspeitam que o Fed provavelmente decidirá na quarta-feira retomar seu ciclo de aperto monetário sem precedentes, que o banco central iniciou no ano passado em uma tentativa agressiva de esfriar a inflação em alta. De acordo com a Ferramenta de monitoramento da taxa do Fed do Investing.com, há 98% de chance de que o Fed aumente a taxa referencial dos fundos federais em um quarto de ponto percentual, para uma faixa de 5,25% a 5,50%.
O que os formuladores de políticas farão a partir daí continua sendo motivo de debate. Em especial, os economistas estarão atentos para ver se o Fed sinalizará sua intenção de recuar em relação a novos aumentos da taxa ou se dará flexibilidade para reagir às condições econômicas futuras.
A grande petrolífera Chevron (NYSE:CVX) registrou lucro melhor do que o previsto no segundo trimestre e sugeriu que estava aberta a mais negociações e distribuições aos acionistas no futuro.
Em um raro registro preliminar, a empresa informou um lucro ajustado por ação de US$ 3,08 para os três meses encerrados em 30 de junho, superando as expectativas de Wall Street. O executivo-chefe Michael Wirth disse à Reuters que o desempenho foi "forte", apesar da queda nos preços do petróleo. O lucro líquido trimestral foi de US$ 6 bilhões, quase a metade do nível recorde alcançado no período correspondente do ano passado.
Os resultados completos da Chevron, o segundo maior grupo petrolífero dos EUA, devem ser divulgados em uma série de resultados corporativos importantes na sexta-feira.
Os números ajudarão a completar uma semana movimentada de resultados, que contará com a Exxon Mobil (NYSE:XOM), a maior empresa de petróleo dos EUA, a gigante de bens de consumo Procter & Gamble (NYSE:PG) e a fabricante de aviões Boeing (NYSE:BA). Os titãs da tecnologia Amazon (NASDAQ:AMZN), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Meta Platforms Inc (NASDAQ:META) também devem apresentar relatórios.
2. Mudança de marca do Twitter de Musk
"Larry T Bird" pode estar prestes a se aposentar.
Em breve, o Twitter poderá abandonar seu famoso logotipo do pássaro azul claro, que o cofundador da plataforma de mídia social, Biz Stone (NASDAQ:STNE), batizou em homenagem à lenda do basquete.
De acordo com um tweet do proprietário Elon Musk, a empresa em breve "dará adeus" à marca Twitter e, consequentemente, a "todos os pássaros". O bilionário acrescentou que a imagem será substituída por um "X".
A carta aponta para a ambição maior de Musk de transformar o Twitter de um serviço de mensagens de texto curtas em um "aplicativo completo" que tenha recursos como pagamentos ponto a ponto e compras no comércio eletrônico.
A visão de Musk para um Twitter renovado ocorre em um momento em que a empresa enfrenta a queda nas receitas de publicidade, um grande endividamento e a nova concorrência do Threads, da Meta. Recentemente, em 14 de julho, Musk admitiu que a empresa ainda tem "fluxo de caixa líquido negativo".
3. Adidas inundado com pedidos de calçados "Yeezy" - FT
Adidas recebeu 508 milhões de euros (ou cerca de US$ 565 milhões) em pedidos para os primeiros calçados "Yeezy" vendidos desde que o grupo alemão de roupas esportivas cortou relações no ano passado com Ye, o rapper anteriormente conhecido como Kanye West.
As vendas dos tênis Yeezy foram interrompidas em outubro passado depois que Ye fez comentários antissemitas. A perda da linha altamente lucrativa afetou as vendas do primeiro trimestre da Adidas em cerca de US$ 440 milhões.
A fim de evitar uma profunda redução de seu estoque remanescente, Adidas anunciou em maio que venderia alguns de seus produtos Yeezy restantes e doaria os lucros para diferentes instituições de caridade que lutam contra o antissemitismo e o racismo.
A demanda pelo lote inicial de 4 milhões de pares de tênis Yeezy vendidos entre o final de maio e o início de junho foi superior à "previsão mais otimista" da Adidas', de acordo com o Financial Times, citando pessoas familiarizadas com o assunto. Isso ajudou a aliviar os temores de Adidas que a controvérsia em torno das declarações de Ye tornaria a marca Yeezy muito tóxica, acrescentou o FT.
4. O petróleo oscila
Os preços do petróleo oscilavam ligeiramente na segunda-feira, com os investidores de olho nas reuniões de fixação de taxas de juros desta semana dos bancos centrais dos EUA e da Europa.
As quedas reverteram com esperanças de que a China, principal importador de petróleo, lançaria novas medidas de estímulo para ajudar a reavivar o crescimento enfraquecido, bem como pela perspectiva de suprimentos mais restritos. Espera-se que a Arábia Saudita e a Rússia cortem a produção no próximo mês.
Às 7h59, os futuros do petróleo dos EUA eram negociados 0,53% mais altos, a US$77,48por barril, enquanto o contrato do Brent subia 0,47%, para US$ 81,26.
Ambos os índices de referência saltaram 1,5% e 2,2%, respectivamente, na semana passada, sua quarta semana consecutiva de ganhos.
5. Semana de temporada de balanços brasileira com grandes nomes
Após a divulgação de dados financeiros da Weg (BVMF:WEGE3) e Indústrias Romi (BVMF:ROMI3) na semana passada, a temporada de balanços brasileira deve apresentar nomes importantes nos próximos dias, incluindo Carrefour (BVMF:CRFB3), Telefônica Brasil, Pão de Açúcar, Santander (BVMF:SANB11), Vale (BVMF:VALE3) e Gol (BVMF:GOLL4).
Na terça-feira, 25, divulgam seus indicadores a Neoenergia (BVMF:NEOE3), Carrefour e Telefônica Brasil (Vivo). No dia seguinte, quarta-feira, 26, é a vez de Assaí, Pão de Açúcar, Santander e EDP (BVMF:ENBR3) Brasil. Na quinta-feira, 27, os investidores conhecerão os dados da mineradora Vale, além da Multiplan (BVMF:MULT3), Hypera (BVMF:HYPE3), Gol e Intelbras (BVMF:INTB3). Finalizando a semana, a Usiminas (BVMF:USIM5) divulga o balanço na sexta-feira, 28.
O calendário de balanços pode ser acessado aqui.
Às 7h59 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,06% no pré-mercado.
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