Por Geoffrey Smith
Investing.com - A temporada de balanços americana começa com JPMorgan (NYSE:JPM); (SA:JPMC34), Citigroup (NYSE:C); (SA:CTGP34) e Wells Fargo (NYSE:WFC); (SA:WFCO34) divulgando números antes da abertura do mercado. Os dados das vendas no varejo e da produção industrial de dezembro dos EUA ficam no radar. As ações globais e americanas não encontram nada de novo nos planos de estímulo de Joe Biden para se animar, enquanto o partido de Angela Merkel se reúne para eleger seu sucessor. Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na sexta-feira, 15 de janeiro.
1. Bancos dão início à temporada de balanços
A temporada de balanços começa com divulgações do JPMorgan, Citigroup, Wells Fargo e PNC Financial (NYSE:PNC); (SA:PNCS34), no final de uma semana que viu as perspectivas de lucro para todos os três melhorarem acentuadamente graças à venda massiva de títulos do Tesouro americano.
A diferença entre as taxas de curto prazo, que devem permanecer ancoradas perto de zero pelos próximos dois anos, e as taxas de longo prazo é o que determina as margens de empréstimos dos bancos.
Os resultados do quarto trimestre serão marcados pela forte recuperação das ações cíclicas na esteira do início da distribuição de vacinas no final do ano passado.
Os investidores também ficarão atentos às atualizações sobre as provisões para empréstimos inadimplentes, que caíram acentuadamente no terceiro trimestre, após um aumento inicial nos três meses anteriores.
2. Mercados dão de ombros aos planos de estímulo de Biden
Os planos de estímulo do presidente eleito Joe Biden tiveram uma resposta silenciosa dos mercados de ações globais, que pareciam ter descontado a maior parte dos US$ 1,9 trilhão em medidas esboçadas no anúncio de Biden na quinta-feira.
O Euro Stoxx 50 e o Nikkei caíram 0,6%, enquanto o CSI 300 (T:1575) chinês também caiu.
Os planos de Biden incluem um complemento de US$ 1.400 em pagamentos diretos às famílias, ajuda para governos estaduais e locais, bem como outros elementos que sofreram forte oposição dos republicanos na última sessão do Congresso. É improvável que as medidas sejam aprovadas de uma vez e certamente não da forma anunciada ontem, disse Paul Donovan, economista-chefe do UBS Global Wealth Management.
3. Índices devem abrir em queda; gigantes da tecnologia chinesa ficam de fora da lista proibida
As ações dos EUA também estão em um clima de "compre no boato, venda no fato" após o anúncio de Biden não ter muito para justificar uma nova onda de compra. A antecipação do evento já havia levado os três índices a altas recordes no início da semana.
Às 8h30, horário de Brasília, os futuros do Dow Jones, o S&P 500 futuros e os futuros do NASDAQ Composite caíam 0,5%.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem as da Alibaba (NYSE:BABA); (SA:BABA34), Baidu (NASDAQ:BIDU); (SA:BIDU34) e Tencent (OTC:TCEHY), cujos ADRs foram deixados de fora da última atualização da lista proibida de investimentos dos EUA em empresas chinesas. As ações listadas em Hong Kong da fabricante de telefones celulares Xiaomi (HK:1810) (OTC:XIACF), no entanto, caíram mais de 10% depois de serem surpreendentemente adicionadas à lista.
4. Vendas no varejo devem ter caído em dezembro; IPP, produção industrial no radar
As vendas no varejo dos EUA devem ter caído em dezembro sob o impacto de maiores restrições sociais que só agora parecem estar nivelando a curva de infecção Covid-19 dos EUA.
Os dados previstos para as 10h30 devem mostrar uma queda de 0,2%, de acordo com as previsões de consenso, o que representaria uma segunda queda mensal consecutiva.
Posteriormente, também serão divulgados dados de produção industrial e inflação de preços ao produtor de dezembro. Dados recentes sugerem que a indústria e a manufatura têm se mantido bem melhor do que os gastos do consumidor durante o último aumento do coronavírus.
Os EUA se aproximam da marca de 400.000 mortes por Covid-19, mas as mortes diárias caíram para menos de 4.000 na quinta-feira, enquanto as hospitalizações não registram um novo recorde em mais de uma semana.
5. Sucessão de Merkel
Algo para ficar de olho não hoje, mas no fim de semana na Alemanha é a reunião da União Democrática Cristã, que deve votar em um novo líder para suceder Angela Merkel, que disse que não vai concorrer ao cargo de chanceler novamente.
Dos três candidatos, Friedrich Merz é o mais provável de sinalizar uma ruptura com a abordagem centrista de Merkel, tendo um histórico de uma linha mais pró-negócios e menos indulgente em relação aos países endividados da Zona do Euro. Os outros dois candidatos, Armin Laschet e Norbert Roettgen, são vistos mais como candidatos de continuidade.
O eventual vencedor pode não ser o candidato de centro-direita nas eleições federais previstas para setembro. Eles enfrentam a competição de Markus Soeder, da União Social Cristã, o partido irmão da CDU na Bavária. Dada a clara liderança da União nas sondagens de opinião nacionais, quem quer que saia no topo provavelmente será o próximo líder da maior economia da Europa.