Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 03.06.2025, 08:21
© Reuters.

Investing.com – Os principais índices futuros em Wall Street recuam nesta terça-feira, após os ganhos registrados na sessão anterior, com a Casa Branca pedindo que países apresentem suas melhores ofertas para negociações comerciais até quarta-feira, enquanto intensifica esforços para garantir acordos individuais, antes do fim da pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas.

No calendário econômico, os dados de vagas de emprego privado devem fornecer um panorama do mercado de trabalho dos EUA, antes do relatório oficial (payroll) na sexta-feira.

No Brasil, os investidores acompanham o vaivém do aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF) pelo governo, enquanto aguardam dados de produção industrial para o mês de abril.

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1. Futuros dos EUA em queda

Os índices futuros das bolsas dos EUA operavam em queda nesta terça-feira, refletindo a cautela dos investidores diante do agravamento das tensões comerciais e da expectativa em torno de novos dados sobre o mercado de trabalho norte-americano.

Às 7h50 de Brasília, o Dow Jones recuava 204 pontos, ou 0,5%, enquanto o S&P 500 futuro perdia 28 pontos (0,5%) e o Nasdaq 100 futuro caía 99 pontos, também 0,5%.

Na véspera, os principais índices encerraram o pregão em alta, ainda que a retomada do risco tarifário entre EUA e China tenha limitado o apetite por ativos de risco. O presidente Donald Trump acusou Pequim de descumprir um acordo temporário sobre tarifas incidentes sobre minerais estratégicos, alegação que foi rejeitada pelas autoridades chinesas.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou no domingo que Trump deverá conversar em breve com Xi Jinping na tentativa de aliviar o impasse.

Analistas da Vital Knowledge destacam que o mercado observa se Trump adotará um tom mais contundente após críticas de que suas ameaças não se concretizam. Em meio à tensão, o dólar perdeu força, os rendimentos dos Treasuries subiram e o ouro tocou o maior nível em três semanas, reforçando o movimento defensivo dos agentes.

Segundo a agência Reuters, o governo dos EUA estaria exigindo que os parceiros comerciais apresentem até quarta-feira suas melhores ofertas em negociações bilaterais. A medida ocorre em meio à contagem regressiva para o fim da trégua de 90 dias sobre tarifas punitivas, que expira em julho.

Durante esse intervalo, a Casa Branca busca concluir acordos individuais, estratégia adotada após forte reação negativa dos mercados ao anúncio inicial de tarifas em massa feito durante o chamado "Dia da Libertação", em abril.

Kevin Hassett, conselheiro econômico da presidência, sinalizou que múltiplos acordos estariam próximos de ser fechados, embora, até o momento, o único entendimento relevante confirmado tenha sido com o Reino Unido.

Segundo a Reuters, rascunho de uma carta elaborada pelo USTR pede que os países ofereçam concessões em diversas frentes, como remoção de barreiras não tarifárias, abertura de cotas para produtos agrícolas e industriais dos EUA, além de compromissos em comércio digital e segurança econômica.

2. Criação de empregos privados nos EUA

Entre os indicadores mais aguardados do dia está a Pesquisa de Vagas e Rotatividade de Trabalho (JOLTS), que pode lançar luz sobre os efeitos das disputas comerciais sobre a demanda por mão de obra.

A expectativa do mercado é de uma leve queda nas vagas abertas, passando de 7,192 milhões em março para 7,110 milhões em abril.

Também serão divulgados os dados de vendas de automóveis referentes a maio. Analistas apontam que parte da alta nas vendas nos últimos meses decorreu da antecipação de compras diante da incerteza tarifária.

Apesar da instabilidade, a economia americana vem mostrando resistência. Ainda assim, a OCDE revisou para baixo sua projeção de crescimento dos EUA em 2025, de 2,2% para 1,6%. Segundo a entidade, os efeitos negativos sobre a China tendem a ser parcialmente compensados por subsídios internos ao consumo. Em maio, o setor industrial chinês apresentou contração pela primeira vez em oito meses.

3. CEO da TSMC: impacto das tarifas é limitado

Durante a assembleia anual de acionistas, o CEO da TSMC, C.C. Wei, afirmou que as tarifas comerciais impostas pelos EUA têm algum impacto sobre a companhia, mas que o forte avanço da demanda por inteligência artificial tende a compensar os efeitos adversos.

Wei explicou que, como exportadora, a TSMC não é diretamente afetada pelas tarifas, que incidem sobre os importadores. Ainda assim, a alta de preços resultante pode inibir a demanda.

Ele acrescentou que, apesar da incerteza, os pedidos dos clientes seguem estáveis e a visibilidade tende a melhorar nos próximos meses. A empresa reportou resultados robustos no primeiro trimestre e mantém projeções otimistas para o futuro.

4. Petróleo amplia ganhos em meio a riscos geopolíticos

Os contratos futuros de petróleo ampliavam os ganhos nesta terça-feira, após avanço expressivo na sessão anterior. A escalada nas tensões entre Rússia e Ucrânia, aliada à incerteza em torno das negociações nucleares entre EUA e Irã, aumentam os riscos de novas interrupções na oferta.

No momento da redação, o Brent subia 0,8%, a US$ 65,13 por barril, enquanto o WTI avançava 0,9%, a US$ 63,09.

Espera-se que o Irã rejeite a proposta dos EUA para encerrar a disputa nuclear, mantendo o atual regime de sanções e, portanto, restringindo sua capacidade de exportação.

Na véspera, os contratos subiram quase 3% após a decisão da Opep+ de manter o cronograma de aumento da produção em 411 mil barris por dia para julho, conforme os dois meses anteriores, frustrando apostas de aceleração nos volumes ofertados.

5. Política fiscal e produção industrial no Brasil

O mercado local segue acompanhando a repercussão do aumento surpresa do IOF anunciado pelo governo no mês passado, que gerou reações contrárias de empresários e parlamentares.

Segundo o Poder360, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia revogar a medida para operações de antecipação de recebíveis no comércio (risco sacado), atendendo à pressão do Congresso, especialmente do presidente da Câmara, Hugo Motta, e mantendo, por ora, a alta do imposto sobre cartões de crédito internacionais. A renúncia fiscal seria compensada com outras medidas a partir de 2026, como a revisão de subsídios tributários.

Além disso, o presidente Lula articula um pacote de arrecadação de R$ 35,2 bilhões a ser extraído do setor de petróleo e gás entre 2025 e 2026, por meio de antecipações de receitas, ajustes em normas de participação especial e revisões no preço de referência do barril. A medida busca aliviar o Orçamento da União e compensar a pressão política para revogar o recente aumento do IOF.

O plano inclui mudanças legislativas e regulatórias, além de novas licitações, e visa substituir receitas extraordinárias por fontes estruturais sem ampliar tributos, preservando a estabilidade fiscal.

Ainda hoje, os investidores ficarão atentos aos números de produção industrial do Brasil para o mês de abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em março, o setor manufatureiro do país registrou um avanço de 1,2% sobre fevereiro, superando as projeções de mercado e registrando o maior ritmo de crescimento em nove meses, com impulso de derivados de petróleo, veículos e produtos farmacêuticos.

Na comparação anual, a alta foi de 3,1%, também acima do esperado, embora o setor ainda esteja 14,4% abaixo do pico histórico de 2011.

Segundo o IBGE, o desempenho reflete uma reposição pontual de perdas anteriores, sem indicar mudança estrutural de tendência, em meio a um cenário ainda desafiador com juros elevados, crédito caro e incertezas externas.

Para abril, a expectativa é que o setor tenha crescido 0,10% sobre março e 0,20% na comparação anual.

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