Dólar amplia alta contra real com foco em EUA e disseminação da Covid-19

Publicado 27.10.2020, 09:13
Atualizado 27.10.2020, 12:30
© Reuters. (Blank Headline Received)

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar ampliava a alta contra o real nesta terça-feira, em mais uma sessão de foco na disseminação global da Covid-19 e nas negociações de mais estímulo econômico nos Estados Unidos, a uma semana das acirradas eleições norte-americanas.

A disputa entre o atual presidente, Donald Trump, e seu adversário democrata, Joe Biden, está sendo atentamente acompanhada por investidores de todo o mundo, que estão em busca de pistas sobre possíveis medidas de auxílio fiscal que poderiam ser adotadas depois que os norte-americanos forem às urnas.

Mesmo depois que um pacote anterior expirou, em julho, as autoridades da Casa Branca e Congresso dos EUA passaram os últimos meses sem conseguir chegar a um acordo sobre mais medidas de combate à pandemia, levantando dúvidas sobre a recuperação do emprego e da atividade empresarial da maior economia do mundo.

Enquanto, isso, a Covid-19 continua se espalhando pelos Estados Unidos, gerando temores sobre a imposição de restrições à atividade em algumas partes do país. Na Europa, vários países estão registrando números recordes de infecções, com as autoridades da França buscando opções a lockdowns mais rigorosos.

Segundo João Leal, economista da Rio Bravo, as expectativas em relação às eleições estão começando a crescer, com os investidores cautelosos em prever algum resultado, que não é claro no momento. Enquanto isso, "a atenção vai ao pacote fiscal, que pode apresentar avanço durante a semana."

Às 12:25, o dólar avançava 0,76%, a 5,6550 reais na venda, depois de ter sido negociado a 5,5993 reais na mínima do dia.

O dólar futuro negociado na B3 (SA:B3SA3) tinha alta de 0,53%, a 5,6565 reais.

Segundo Leal, apesar da tranquilidade recente nas manchetes domésticas, os temores fiscais continuam sendo uma preocupação para os investidores brasileiros, em uma pauta que deve ganhar força depois das eleições municipais no Brasil. "O principal risco para o fiscal é em relação ao benefício social do governo: não há clareza sobre como será financiado", explicou.

Além das dúvidas sobre como o governo brasileiro conciliaria seu projeto de auxílio -- batizado de Renda Cidadã -- a um Orçamento apertado, impasses políticos em Brasília e um ambiente de juros extremamente baixos têm sido apontados como fatores de impulso para o dólar nos últimos meses.

Nesta terça-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central dá início a sua reunião de decisão de juros, cujo resultado será divulgado na quarta-feira. A expectativa é de que o Copom mantenha a taxa Selic em sua mínima histórica de 2%.

"O primeiro dia de reunião do Copom traz à autoridade monetária o desafio de alterar seu discurso insistente de abertura de espaço para futuros cortes de juros e definir por um 'fechamento definitivo da porta' no curto prazo, em meio aos desafios tanto inflacionários quanto fiscais", escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

O dólar à vista fechou a última sessão em queda de 0,29%, a 5,6121 reais.

O Banco Central fez neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos, em que vendeu 12 mil swaps com vencimento em agosto de 2021.

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