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Dólar salta e fecha na máxima desde novembro com estresse global por yields

Publicado 25.02.2021, 17:55
Atualizado 25.02.2021, 18:00
© Reuters. Notas de cem dólares

© Reuters. Notas de cem dólares

Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve firme alta ante o real nesta quinta-feira, dia em que o Banco Central interveio duas vezes no mercado de câmbio, com as operações locais replicando um rali da moeda norte-americana no exterior em meio à escalada das taxas de juros de títulos soberanos dos Estados Unidos, movimento que deprime ativos de risco e ameaça a recuperação econômica global.

O dólar spot subiu 1,62%, a 5,5096 reais na venda. É o maior patamar desde 5 de novembro de 2020 (5,5455 reais).

A moeda manteve oscilações discretas pela manhã até cerca de 11h40, quando começou a ganhar força conforme a alta dos yields no exterior ganhava ímpeto. Às 13h20, com o dólar já em 5,50 reais, o BC anunciou o primeiro leilão do dia, na forma de oferta de venda de dólares à vista, colocando 920 milhões de dólares.

A cotação desacelerou a valorização, mas não demorou para voltar a tomar fôlego. Às 15h37, o dólar bateu a máxima da sessão (5,5393 reais, alta de 2,17%). No mesmo minuto, o BC anunciou a segunda oferta de dólar spot do dia, com venda efetiva de 615 milhões de dólares.

No total, a autoridade monetária colocou 1,535 bilhão de dólares nessa modalidade, com liquidação em 1º de março. É o maior valor de venda a ser liquidado no mesmo dia desde a liquidação de 2,175 bilhões de dólares em moeda à vista em 28 de abril do ano passado.

O BC não fazia leilão de dólar à vista desde dezembro de 2020. Na segunda-feira, o Bacen já havia vendido 1 bilhão de dólares em dinheiro novo via swaps cambiais tradicionais, numa tentativa de conter a forte reação negativa do câmbio à percepção do mercado de ingerência política na Petrobras (SA:PETR4).

"Está muito claro que o BC está mais pró-ativo no câmbio", disse Alfredo Menezes, sócio-gestor na Armor Capital, para quem chamou atenção a atuação via pronto, e não swaps, uma vez que as taxas do casado (diferença entre o dólar futuro e à vista) não se mostraram pressionadas.

Para Menezes, os motivos podem ser pressão política, preocupação com a inflação e interesse em diminuir reservas para abater dívida bruta --esta última opção, segundo ele, é reforçada pelo fato de a intervenção ter ocorrido com dólares das reservas.

Diferentemente de outros dias de pressão nos mercados, o real não liderou as perdas globais nesta sessão, posto que coube ao rand sul-africano (-3,4%). Em seguida vinham lira turca (-2,4%), peso mexicano (-2,2%) e peso chileno (-2,1%) --a moeda brasileira aparece logo depois.

Esses pares do real vinham de desempenhos mais favoráveis nas últimas semanas e, com o "sell-off" do mercado de bônus nesta quinta, foram alvo de realização de lucros.

O estresse nos mercados nesta quinta-feira ainda foi motivado pela contínua subida dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os Treasuries. A taxa de dez anos --referência para os custos globais de empréstimos-- saltou a 1,614%, de 1,389% da véspera, maior patamar em mais de um ano.

Juros mais altos tornam esse ativo --considerado o mais seguro do mundo-- ainda mais interessante, o que estimula desmonte de carteiras em outros mercados --como ações e moedas emergentes. O índice S&P 500 da Bolsa de Nova York tinha forte queda de 2,3% no fim da tarde. O Nasdaq Composite --com peso relevante de papéis de tecnologia-- despencava 3,5%.

A pressão nos bônus vinha em doses mais brandas nos últimos dias e se intensificou nesta quinta, mesmo depois de, na véspera, o chefe do banco central dos EUA, Jerome Powell, ter assegurado que os juros permanecerão baixos.

© Reuters. Notas de cem dólares

"Vejo alguma chance de que o mercado de títulos empurre o Fed para mais flexibilização ou expansão do balanço, ou pelo menos um compromisso ainda mais explícito com o dinheiro barato até a reflação. Pode gerar ainda mais inclinação da curva e uma segunda corrida por commodities", disse Will Slaughter, gestor sênior e sócio da Northwest Passage Capital Advisors, firma especializada em mercados emergentes e baseada em Milwaukee, Wisconsin, EUA.

A escalada do dólar nesta sessão foi acompanhada de novo rali nos juros futuros da B3 (SA:B3SA3), num momento em que o mercado discute chances de início de uma normalização do patamar da Selic no mês que vem.

"Com essas pancadas nos yields dos Treasuries, se o BC não elevar a Selic em março, vejo dólar buscando 5,70 reais", disse Henrique Esteter, analista de research e equity sales na Guide Investimentos.

Últimos comentários

Sem plano sem investimento no PAÍS ..A deriva sem direção ..Presidente incompetente ao cargo que ocupa
Desgoverno do bozoloide
Vamo doletinha... Te quiero
Quando o dólar chegou próximo de 5 no final do ano, era só o banco central ter derrubado o suporte e forçado um limite a 5 reais. Não manipulam os suportes mas querem manipular topos. Resultado é inflação, crise na Petrobras por conta de alto custo de combustível, crise no país.
Em um certo país tupiniquim a taxa de juros está 1/3 da inflação.... Tudo normal
1/10
Brasil a preço de banana 🍌, ninguém está comprando, nem os gringos.
casa caiu faz muito tempo! agora eh tarde! afunda o Titanic e bora
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