Por Amy Lv e Mei Mei Chu
PEQUIM (Reuters) - Os preços dos contratos futuros de minério de ferro tiveram comportamento misto nesta quinta-feira, com o índice de referência de Dalian ampliando a alta pela terceira sessão, impulsionado pelos últimos esforços da China para estimular seu mercado imobiliário em dificuldades, enquanto em Cingapura os preços caíram.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,2%, a 819 iuanes (112,67 dólares) a tonelada.
O minério de ferro de referência de julho na Bolsa de Cingapura, no entanto, perdeu os ganhos iniciais, sendo negociado em queda de 0,9%, a 105,65 dólares a tonelada, com a predominância de dados industriais fracos e cautela em relação aos altos estoques portuários. Pela manhã, o contrato havia atingido uma alta intradiária de 107,45 dólares por tonelada.
Na quarta-feira, Pequim, capital da China, anunciou medidas para reduzir o custo da compra de imóveis, incluindo o corte das taxas de juros das hipotecas e da taxa mínima de entrada, para tentar impulsionar o mercado imobiliário local.
As expectativas de uma demanda resiliente no curto prazo atuaram como ventos favoráveis para os preços do principal ingrediente da fabricação de aço, de acordo com os analistas.
A produção diária média de ferro-gusa em julho é esperada em cerca de 2,37 milhões de toneladas com base nos planos atuais de produção e manutenção, o que significa que a demanda por minério será relativamente rígida, disseram analistas da Everbright Futures em uma nota.
Além disso, "os traders também podem ter sido estimulados pela decisão de um tribunal de Hong Kong de adiar a audiência de liquidação da incorporadora chinesa (imobiliária) Shimao Group Holdings para julho, dando-lhe mais tempo para refinar seu plano de reestruturação da dívida", disseram analistas do ANZ em uma nota.
Mas os ganhos do minério diminuíram depois que dados oficiais mostraram que o lucro industrial da China aumentou em um ritmo muito mais lento em maio, ressaltando as dificuldades enfrentadas pela segunda maior economia do mundo, já que a fraca demanda doméstica prejudica o crescimento geral.
(Reportagem de Amy Lv e Mei Mei Chu)