Atualizado às 18h15 para acréscimo de informações
Investing.com - O presidente da República, Jair Bolsonaro, "bateu o martelo" como anunciou ontem e definiu que a reforma da Previdência terá idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens se aposentarem. A transição será de 12 anos.
A informação é do secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, que informou que o texto final chegará ao Congresso dia 20 de fevereiro ao final da reunião com o presidente, no Palácio da Alvorada. Foram cerca de duas horas de reunião, com a participação dos ministros da Economia, Paulo Guedes; da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; e da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz.
Marinho disse que a equipe econômica defendeu uma idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres. Já o presidente discordava da idade mínima das mulheres: queria 60 anos. Além disso, o tempo de transição desejado pelos economistas era de dez anos, algo também negociado por Bolsonaro, que queria 20 anos de transição. No final, o consenso ficou em 12 anos.
A decisão do presidente veio acima do que estava sendo ventilado pelo mercado e do que ele mesmo havia defendido anteriormente, de 57 anos para mulheres e 62 para homens.
Depois de assinar o texto da reforma, na próxima quarta-feira, Bolsonaro vai fazer um pronunciamento à nação para explicar a necessidade de mudar as regras para aposentadoria no país. “O presidente fará um pronunciamento à nação, explicando de que forma essa nova Previdência vai ser encaminhada ao Congresso para ser discutida. E esperamos que seja aprovada brevemente”, disse Marinho.
O governo calcula que a reforma vai permitir uma economia de R$ 1 trilhão nos próximos dez anos. Por se tratar de uma proposta de emenda constitucional (PEC), a reforma da Previdência precisa ser votada em dois turnos na Câmara e depois no Senado, com apoio de no mínimo dois terços dos deputados e dos senadores em cada votação.
O Ibovespa saltou mais de 1.800 pontos em minutos e fechou acima dos 98 mil pontos. O dólar recuou 0,8% para R$ 3,72.
Em NY, o clima também foi de euforia com a notícia e o ETF do Brasil (NYSE:EWZ) disparou 2% e superou os US$ 44, no nível mais alto em uma semana.
Agenda positiva em meio à crise
A definição sobre a reforma vem logo após Bolsonaro receber alta do hospital Albert Einstein, em uma internação mais longa do que a prevista após complicações na recuperação.
Paralelamente, está a principal crise do governo até o momento com a forte suspeita do uso de laranjas pelo ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Em meio à denúncia, o filho do presidente Carlos Bolsonaro elevou o tom e acusou Bebianno de ter mentido ao dizer que tinha conversado com seu pai sobre as acusações. Bolsonaro ratificou a posição de Carlos e disse que Bebianno pode "voltar às origens".
A crise no círculo político ameaça o andamento da reforma, segundo avaliação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Na visão do deputado, a queda de Bebianno daria um sinal de que o presidente não honraria os compromissos com o Congresso. A informação é do O Globo.
Com Agência Brasil