🎁 💸 É grátis! Copie a lista de ações mais lucrativas da carteira de Warren Buffett, com lucro de +49,1%Copiar carteira

Eike é alvo da Lava Jato em investigação de esquema liderado por Sérgio Cabral

Publicado 26.01.2017, 11:12
© Reuters. Eike Batista durante julgamento no Rio de Janeiro
OGXP3
-
PETR4
-

Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira nova operação no âmbito da Lava Jato tendo como alvo o empresário Eike Batista, suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral que teria ocultado cerca de 100 milhões de dólares no exterior, mas o ex-bilionário não foi encontrado em uma batida policial em sua casa no Rio de Janeiro.

A Justiça Federal expediu nove mandados de prisão preventiva --um deles para Eike-- e quatro de condução coercitiva, além de diversas ordens de busca e apreensão em diferentes endereços no Rio como parte da Operação Eficiência.

"A PF investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente 100 milhões de dólares. Boa parte dos valores já foi repatriada", informou a PF em nota. De acordo com o Ministério Público Federal, foram repatriados cerca de 270 milhões de reais desviados pelo esquema.

"Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa. Grandes empresários estão entre os investigados que tiveram a prisão preventiva decretada", acrescentou.

Um advogado de Eike disse à TV Globo que o empresário está viajando para o exterior e vai se entregar às autoridades, de acordo com a emissora.

Também foi expedido mandado de prisão para o ex-governador Sérgio Cabral, que já está preso no âmbito da Lava Jato, e pessoas próximas a ele, incluindo um irmão e a ex-mulher.

Apontado como cabeça do esquema criminoso, Cabral se tornou réu na Lava Jato em dezembro, acusado de envolvimento em um esquema de propina que teria desviado milhões de reais de obras realizadas no Estado na época em que era governador, de 2007 a 2014.

Segundo o Ministério Público Federal, Cabral acumulou mais de 100 milhões de dólares em propinas em diversas contas em paraísos fiscais no exterior durante sua passagem pelo governo fluminense.

"Sua organização criminosa foi extremamente bem-sucedida em seus objetivos, amealhou imensa fortuna distribuída a seus membros. E parte desses valores se descortina com esta medida cautelar”, afirmaram os procuradores do MPF em comunicado.

PROPINA DE US$16,5 MILHÕES

Eike, por sua vez, já vinha sendo investigado na operação Lava Jato pelo menos desde o ano passado, quando prestou um depoimento espontâneo à força-tarefa da operação em Curitiba acusando o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Conselho da Petrobras (SA:PETR4) Guido Mantega de ter pedido 5 milhões de reais de propina no interesse do PT.

À época Eike não foi alvo da operação, mas os procuradores da Lava Jato confirmaram que o empresário era investigado devido a "indicativos claros" de que sabia da realização de pagamentos indevidos.

Nesta quinta-feira, os procuradores do MPF disseram que está sob investigação pagamento de propina de 16,5 milhões de dólares por Eike a Cabral usando uma conta bancária no Panamá, após solicitação do valor pelo ex-governador ao empresário em 2010.

A operação foi realizada em 2011, segundo o MPF, por meio de um contrato de fachada de uma empresa de Eike para a compra e venda de uma mina de ouro.

"De maneira sofisticada e reiterada, Eike Batista utiliza a simulação de negócios jurídicos para o pagamento e posterior ocultação de valores ilícitos, o que comprova a necessidade da sua prisão para a garantia da ordem pública”, disseram os procuradores responsáveis pelas investigações em comunicado.

Eike era o homem mais rico do Brasil há menos de cinco anos, com fortuna calculada em cerca de 35 bilhões de dólares, mas foi fortemente atingido pela queda no boom das commodities e sofreu com o colapso de seu Grupo EBX, um conglomerado de companhias de mineração, energia, construção naval e logística.

A ruína do grupo EBX também foi alvo de investigações de fraudes. Em novembro de 2015, Eike foi proibido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de exercer cargo administrativo ou de conselheiro fiscal de companhias abertas por cinco anos por irregularidades administrativas cometidas quando era presidente do Conselho de Administração da petrolífera OGX (SA:OGXP3), atual Óleo e Gás Participações.

© Reuters. Eike Batista durante julgamento no Rio de Janeiro

Procurados pela Reuters, os advogados de Eike não estavam disponíveis de imediato para comentar as informações.

(Reportagem adicional de Guillermo Parra-Bernal, em São Paulo)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.