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ABERTURA: Com feriado nos EUA, Ibov futuro abre com desvalorização

Publicado 02.09.2019, 09:06
Atualizado 02.09.2019, 09:41
© Reuters.  ABERTURA: Com feriado nos EUA, Ibov futuro abre com desvalorização
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Investing.com - O índice futuro do Ibovespa começa a sessão desta segunda-feira com queda de 0,44% aos 101.775 pontos às 09H37, influenciado pelo início da cobrança de novas tarifas de produtos chineses pelo governo americano e vice-versa. Com as bolsas americanas fechadas devido ao feriado do Dia do Trabalho, a sessão deve ser marcada por um menor volume de negócios, com os investidores ainda atentos a desdobramentos das questões comerciais entre americanos e chineses.

Além disso, a questão da Argentina ainda segue no radar do mercado, bem como o campo político brasileiro, com a reforma da Previdência tramitando no Senado. O parecer do relator Tasso Jereissati tirou alguns itens mais polêmicos da proposta e vai encaminhá-los em uma emenda constitucional paralela. Está no foco dos investidores a nova pesquisa de opinião da popularidade do presidente Jair Bolsonaro realizada pelo Instituto Datafolha.

Já para a moeda americana, o dia começa com leve valorização de 0,39%, com a divisa sendo negociada a R$ 4,1601.

- Cenário Interno

Aprovação Bolsonaro

A reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu para 38% em agosto ante 33% em julho, enquanto a aprovação passou de 33% para 29%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.

Aqueles que avaliam o governo Bolsonaro como regular ficou estável, passando de 31% para 30%, segundo o levantamento realizado com 2.878 pessoas em 175 municípios. A pesquisa, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, tem margem de erro de dois pontos percentuais.

Bolsonaro viu sua reprovação aumentar principalmente na Região Nordeste, onde aqueles que consideram seu governo ruim ou péssimo foram a 52% em agosto ante 41% em julho. No fim de julho, Bolsonaro chamou governadores nordestinos de “paraíbas” quando achava que não estava sendo gravado.

- Agenda Local

Na terça-feira, o IBGE irá divulgar o resultado da Produção Industrial no país em julho, mas com o maior destaque para a divulgação do resultado de agosto do IPCA e do INPC de agosto, além do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil.

- China e EUA

A China e os Estados Unidos começaram a impor tarifas extras sobre produtos um do outro neste domingo, na última escalada da guerra comercial entre os dois países, apesar de sinais de que negociações podem ser retomadas em algum momento neste mês.

O presidente norte-americano Donald Trump, em mensagem no Twitter, escreveu que a briga está relacionada à busca por reduzir a dependência da China e voltou a pedir que empresas dos EUA encontrem fornecedores alternativos fora da China.

A nova rodada de tarifas entrou em vigor a partir de 04:00 GMT (1 hora da manhã de domingo, no horário de Brasília), com a taxa de 5% aplicada por Pequim sobre o petróleo dos EUA marcando a primeira vez que o combustível é impactado desde que as duas maiores economias globais iniciaram sua guerra comercial há mais de um ano atrás.

Atividade Industrial China

A atividade industrial na China recuou em agosto pelo quarto mês consecutivo, à medida que os Estados Unidos ampliaram a pressão industrial sobre o país e a demanda doméstica seguiu lenta, apontando para uma desaceleração adicional na segunda maior economia do mundo.

A persistente fraqueza no vasto setor industrial da China pode alimentar expectativas de quen Pequim precisará promover estímulos mais rapidamente e mais agressivamente para enfrentar a maior desaceleração em décadas.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) caiu para 49,5 em agosto, informou o Escritório Nacional de Estatísticas da China neste sábado, contra 49,7 em julho, abaixo da marca de 50 pontos que separa crescimento da contração em base mensal.

- Argentina

O governo da Argentina autorizou o Banco Central a restringir compras de moeda estrangeira, segundo decreto publicado no Diário Oficial neste domingo.

O decreto inclui grandes exportadores, que precisarão de permissão do banco central para acessar o mercado de moeda estrangeira e fazer transferências para o exterior.

“Dados vários fatores que impactaram a evolução da economia argentina e a incerteza nos mercados financeiros, o executivo precisou adotar uma série de medidas extraordinárias com vistas a assegurar o funcionamento normal da economia, manter o nível de atividade e emprego e proteger consumidores”, afirmou o decreto.

- Zona do Euro

A atividade manufatureira da zona do euro se contraiu pelo sétimo mês em agosto, com um declínio contínuo no otimismo reduzindo a demanda, mostrou uma pesquisa, provavelmente reforçando as expectativas de flexibilização monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) na próxima semana.

Em sua reunião de julho, os formuladores de políticas do BCE praticamente prometeram aliviar ainda mais a política monetária, à medida que a perspectiva de crescimento do bloco piora. Uma escalada na guerra comercial EUA-China aumentou o medo de uma desaceleração econômica global.

A leitura final do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do IHS Markit para o setor manufatureiro em agosto foi de 47,0, a mesma da leitura preliminar, mas bem abaixo do nível 50, que separa o crescimento da contração.

- Agenda Americana

A semana começa com os mercados fechados nos Estados Unidos devido ao feriado do Dia do Trabalho. Para o restante da semana, destaque para o indicador de atividade do setor manufatureiro (terça-feira), balança comercial (quarta), e, na sexta-feira, dados do mercado de trabalho e também a fala de Jereome Powell no “Economic Outlook and Monetary Policy” na University of Zurich, Suíça

Bolsas Internacionais

Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,41%, a 20620 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,38%, a 25.626 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,31%, a 2.924 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, ganhou 1,28%, a 3.848 pontos.

Nos mercados acionários da Europa, a segunda-feira aponta ser um dia de ganhos para os mercados. Em Frankfurt, o DAX soma 0,26% aos 11.970 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE avança 1,35% aos 7.304 pontos. Já em Paris, o CAC tem ganhos de 0,24% aos 5.493 pontos.

Commodities

Mais uma vez a primeira sessão da semana é marcada pela forte valorização para os contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento em janeiro do próximo ano, somou 5,97% a 630,00 iuanes por tonelada, o que representa uma variação diária de 35,50 iuanes.

No mesmo sentido, a segunda-feira também foi caracterizada com avanços importantes para os papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na bolsa de mercadorias da cidade de Xangai, também na China. O contrato de maior liquidez, para janeiro de 2020, somou 89 iuanes para 3.407 iuanes por tonelada. Já o segundo em volume, de outubro deste ano, avançou 81 iuanes para 3.702 iuanes por tonelada.

A semana começa com recuo moderado nos preços internacionais do petróleo. O barril do tipo WTI, transacionado em Nova York, perde 0,11%, ou US$ 0,06, a US$ 55,04. Já em Londres, o Brent cede 0,37%, ou US$ 0,22,a US$ 59,03.

Mercado Corporativo

- Alunorte

O Ministério Público Federal (MPF), a norueguesa Hydro e sua unidade Alunorte apresentaram petição conjunta à Justiça do Pará em que pedem a suspensão de embargo que impede atividades de instalação e comissionamento de uma área de depósito de resíduos sólidos (DRS2) da refinaria de alumina da Alunorte, segundo comunicado das empresas.

As atividades para a instalação da área de depósito foram suspensas em 1° de março de 2018, após embargo judicial, na sequência de um vazamento de efluentes não tratados pela fábrica na floresta amazônica, em fevereiro do ano passado.

Após o incidente, a Justiça determinou restrições à produção da unidade em Barcarena, Pará, uma decisão que foi retirada em maio deste ano. Na ocasião, no entanto, o embargo que impedia o uso pela Alunorte da nova área de despejo de resíduos foi mantida, o que obriga a empresa a seguir usando um outro depósito, o DRS1.

- Amazônia

As comercializadoras de grãos Archer Daniels Midland, Bunge e Cargill disseram, em comunicados separados, que não compram produtos de novas áreas desmatadas na Amazônia e que utilizam satélites de monitoramento para garantir suas políticas.

A Bunge afirmou que está avaliando as informações disponíveis sobre número e localização dos incêndios existentes na Amazônia, enquanto a Cargill defendeu que os esforços dos produtores ajudaram a conter o desmatamento na última década.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa empresas como ADM, Bunge e Cargill, apontou nesta semana que o plantio de soja nas dez cidades que mais reportaram incêndios neste ano é inexpressivo em relação à produção total da oleaginosa.

Segundo um estudo realizado pela entidade, os dez municípios com mais queimadas de janeiro a julho plantaram apenas 30 mil hectares na última safra, sendo 17 mil em Novo Progresso (PA), onde produtores participaram recentemente do chamado “dia do fogo”.

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras (SA:PETR4) disse que “está tomando as medidas cabíveis para reverter” a suspensão pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de uma oferta de 3 bilhões de reais em debêntures que visa financiar atividades de exploração e produção de petróleo e fortalecer seu caixa.

A CVM anunciou na sexta-feira a suspensão por até 30 dias da transação, alegando que a estatal infringiu regra que estabelece que empresas e instituições envolvidas em ofertas públicas devem se abster de manifestação na mídia sobre a operação ou a ofertante até sua conclusão.

O movimento da reguladora de mercado veio após a diretora-executiva de Finanças e Relacionamento com Investidores da Petrobras (SA:PETR4), Andrea Almeida, ter participado na terça-feira de entrevista transmitida ao vivo pelo YouTube realizada pela XP Investimentos, uma das coordenadoras da oferta.

Em comunicado na noite de sexta-feira, a Petrobras (SA:PETR4) disse que tentará retomar a oferta e que “está avaliando as consequências no cronograma”, prometendo manter o mercado “devidamente informado sobre ajustes que se fizerem necessários”.

- BMG

O mineiro Banco BMG retomou oficialmente seu plano de listagem de ações na bolsa paulista, ao anunciar nesta sexta-feira que pediu registro da oferta pública de ações preferenciais.

A operação, que envolverá a venda de lotes primário (papéis novos, cujos recursos da venda vão para os cofres da empresa) e secundário (ações detidas por atuais sócios), terá como coordenadores XP Investimentos, Itaú BBA, Credit Suisse e Brasil Plural (SA:BPFF11), afirmou o BMG em fato relevante.

O banco deve listar as ações no Nível 1 de governança corporativa da B3.

O movimento acontece apenas seis meses após o BMG ter recuado em tentativa anterior de realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), após os acionistas do banco terem recusado em dezembro pedidos de investidores para reduzir a faixa estimada de preços da operação, diante da demanda fraca pelos papéis.

- Energia Elétrica

As contas de luz terão bandeira tarifária patamar 1 em setembro, mesmo nível vigente em agosto, o que representa um custo adicional de 4 reais para cada 100 quilowatts-hora consumidos, informou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta sexta-feira.

Segundo a Aneel, a bandeira vermelha deve-se à permanência do quadro de estiagem na previsão hidrológica para o mês, com vazões abaixo da média histórica, o que impacta a geração de energia no país, que vem predominantemente de hidrelétricas.

Com isso, é exigido um maior uso do parque de termelétricas, cuja produção é mais cara, o que leva ao acionamento do mecanismo das bandeiras tarifárias.

As bandeiras geram cobranças adicionais junto aos consumidores quando saem do verde para o patamar amarelo ou vermelho, o que acontece quando há redução da oferta de energia. A bandeira vermelha voltou a ser aplicada em agosto após 10 meses.

Disputa entre distribuidoras

Uma disputa entre distribuidoras de eletricidade e investidores em geração distribuída, que instalam sistemas para que consumidores produzam a própria energia, entrou no alvo da agência reguladora do setor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que promete atuação mais forte sobre o conflito.

A área de geração distribuída (GD), que já reúne mais de 5 mil empresas no Brasil, recebeu 5,5 bilhões de reais em investimentos desde 2012, mas representantes do setor têm se queixado de que as concessionárias de distribuição estariam atrasando a adesão de clientes à tecnologia, ou mesmo travando alguns processos.

As soluções de GD, geralmente com energia solar, têm crescido rapidamente no Brasil, apoiadas por regulamentação da Aneel que permite que a produção desses sistemas seja abatida da conta de luz e pela forte alta das tarifas elétricas nos últimos anos, mas a migração para a modalidade tira receita das distribuidoras, que ainda dizem enfrentar custos extras com o crescimento desse mercado.

Agenda de Autoridades

- Jair Bolsonaro

O presidente se reúne na parte da manhã com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Na parte da tarde, o encontro é com o ministro da Economia, Paulo Guedes, seguido de reunião com Abraham Weintraub, Ministro da Educação.

- Paulo Guedes

A segunda-feira do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem mais uma série de reuniões. Confira a programação:

- Reunião geral de secretários do Ministério da Economia;

- Almoço com os secretários especiais;

- Reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro;

- Reunião semanal com o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra.

*Com Reuters

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