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ABERTURA: Ibovespa futuro abre em alta com exterior benigno e decisão do Copom

Publicado 01.08.2019, 09:42
Atualizado 01.08.2019, 09:43
© Reuters.
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Investing.com - Após a queda de mais de 1% na sessão de ontem, o índice futuro do Ibovespa começa a quinta-feira com valorização de 0,47% aos 102.505 pontos, seguindo um cenário que se mostra mais positivo no exterior, especialmente os principais índices futuros de Wall Street. O dia deve ser mais uma vez marcado pela repercussão dos balanços corporativos e também avaliações sobre a decisão do Copom de reduzir a taxa Selic para 6,00% ao ano e do confuso comunicado do chairman do Fed, Jerome Powell, após o corte de 25 pontos-base na taxa dos fundos do Fed, taxa básica de juros nos EUA.

O Banco Central reduziu nesta quarta-feira a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, à nova mínima histórica de 6% ao ano, e indicou que o processo de afrouxamento poderá seguir adiante diante da fraqueza econômica, inflação bem comportada, melhora no ambiente externo e avanço da reforma da Previdência.

Este foi o primeiro corte na Selic desde março de 2018, quando a taxa passou de 6,75% para 6,5%.

“O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”, disse o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

O Federal Reserve (Fed) cortou a taxa básica de juros nesta quarta-feira, mas o chairman do banco central norte-americano afirmou que o movimento pode não ser o início de uma campanha prolongada para proteger a economia contra riscos que incluem uma fraqueza da economia global.

O Fed confirmou a expectativa do mercado e realizou um corte de 0,25 ponto percentual, que reduziu a taxa de referência do banco central norte-americano a uma faixa de 2% a 2,25%. Mas muitos operadores aguardavam esclarecimentos a respeito de futuros cortes. De acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Fed de Investing.com, os investidores precificam outro corte de 25 pontos-base em setembro, mas reduziu as posições que precifica um terceiro corte do mesmo tamanho na reunião de dezembro.

O banco central da China manteve sua política monetária nesta quinta-feira, optando por não acompanhar o corte de juros do Fed conforme as autoridades aguardam para ver se medidas de suporte começam a estabilizar a economia.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,09%, a 21.540 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,76%, a 27.565 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,81%, a 2.908 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,83%, a 3.803 pontos.

A quinta-feira mostra-se como uma sessão com rumos distintos para as principais praças. Em Frankfurt, o DAX soma 0,31% ais 12.228 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE recua 0,15% aos 7.575 pontos. Já em Paris, o CAC avança 0,56% aos 5.549 pontos.

COMMODITIES

A sessão desta quinta-feira na bolsa de mercadorias da cidade chinesa da Dalian foi marcada pela importante desvalorização dos contratos futuros do minério de ferro. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento em setembro do atual calendário, perdeu 2,05% a 886,00 iuanes por tonelada, o que representa uma variação diária de 18,50 iuanes.

No mesmo sentido foram os negócios dos papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai, tiveram queda. O contrato de outubro deste ano, o mais líquido, perdeu 61 iuanes para um total 3.846 iuanes por tonelada. Já o segundo em volume, para janeiro de 2020, caiu 36 iuanes para 3.635 iuanes por tonelada.

Para os preços internacionais do petróleo, o dia também é de perdas nas cotações. Em Nova York, o barril do tipo WTI cede 1,30%, ou US$ 0,76, a US$ 57,82, enquanto que em Londres, o Brent cai 0,94%, ou 0,61%, a US$ 64,44.

MERCADO CORPORATIVO

- Vale (SA:VALE3)

A Vale registrou seu segundo prejuízo líquido trimestral seguido, com perdas de 133 milhões de dólares no segundo trimestre, devido aos impactos relacionados ao rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho (MG), informou a empresa nesta quarta-feira.

O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava um lucro líquido de 2,8 bilhões de dólares, em meio a um aumento nos preços do minério de ferro, segundo pesquisa realizada pela Refinitiv.

A perda, contudo, foi menor do que a vista no primeiro trimestre, quando o prejuízo somou 1,642 bilhão de dólares. No segundo trimestre do ano passado, a mineradora havia registrado lucro líquido de 76 milhões de dólares.

O resultado foi impactado principalmente em função de uma provisão adicional decorrente da ruptura da barragem, de 1,5 bilhão de dólares.

Uma terceira provisão, de 383 milhões de dólares, também foi reportada pela mineradora, relacionada à Fundação Renova (SA:RNEW11), criada para reparar os danos causados pela ruptura de barragem em 2015 da Samarco, joint venture da Vale com o Grupo BHP.

- BR Distribuidora (SA:BRDT3)

A BR Distribuidora registrou lucro líquido de 302 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 14,8% na comparação com igual período do ano anterior, informou a companhia nesta quarta-feira.

É o primeiro balanço publicado pela BR após a sua privatização, na semana passada. A Petrobras (SA:PETR4), sua antiga controladora, reduziu sua participação na BR para 37,5%, levantando 9,6 bilhões de reais na bolsa paulista B3.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado subiu 6,5% na comparação anual no segundo trimestre, para 541 milhões de reais.

O volume de vendas, de quase 10 bilhões de litros, registrou queda de apenas 0,6% na comparação com o segundo trimestre de 2018.

- Eletrobras (SA:ELET3)

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, convidou o presidente da estatal Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., para reunião com o presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira, na qual será discutida a privatização da companhia, informou a elétrica em comunicado na noite de quarta-feira.

A agenda do ministro Albuquerque aponta duas reuniões com o presidente Bolsonaro nesta quinta-feira, ambas no Palácio do Planalto, uma às 8h30 e uma às 14 horas, sem detalhar os assuntos que serão tratados.

Em carta a Ferreira, divulgada pela Eletrobras, o ministro afirmou que o encontro com Bolsonaro envolverá “discussão sobre a eventual desestatização”, embora ressaltando que “a efetivação e a definição das condições da desestatização da Eletrobras dependerão do envolvimento dos Poderes Executivo e Legislativo”.

- Azul (SA:AZUL4)

A companhia aérea Azul, terceira maior do país em participação de mercado, recebeu 15 dos 41 slots adicionais no aeroporto paulistano de Congonhas que a Agência Nacional de Aviação Civil distribuiu nesta quarta-feira. Os horários de pouso e decolagem pertenciam anteriormente à Avianca Brasil, que teve voos suspensos em maio deste ano.

O restante dos 41 slots foi distribuído entre as empresas de menor porte Map (12) e Passaredo (14), sendo que esta já tem acordos operacionais com Gol (SA:GOLL4) e Latam, informou a agência em comunicado à imprensa, sem explicar os critérios usados para a alocação dos horários.

Map e Passaredo, porém, precisarão comprovar junto às autoridades de aviação “o atendimento de requisitos operacionais exigidos para operação no aeroporto” até 9 de agosto, o que inclui capacidade dos aviões das duas (turboélices ATR) operarem em velocidades adequadas ao atual fluxo de voos de Congonhas.

Azul e Map tinham feito pedido para ficarem com a totalidade dos slots cada uma. Já a Passaredo queria 30.

- Petrobras

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira alta de 4% no preço médio da gasolina e avanço de 3,75% no do diesel em suas refinarias, a partir de quinta-feira, conforme informação do site da estatal.

O preço da gasolina subirá para 1,7115 real/litro, enquanto o diesel subirá avançará paa 2,0962 reais/litro.

A Petrobras não reajustava os combustíveis desde 19 de julho, quando realizou uma redução de 2% no diesel e na gasolina.

- Combustíveis

A gigante do setor de energia e commodities Vitol comprou 50% do Grupo Dislub Equador (GDE), uma importante distribuidora de derivados de petróleo do Brasil, em uma parceria que irá buscar maior capacidade de investimento, reforço na gestão e acesso a novos canais de suprimento, informaram ambas nesta quarta-feira.

Essa não foi a primeira aquisição da Vitol no setor no Brasil, ainda altamente concentrado nas mãos de companhias como BR Distribuidora, recentemente privatizada, e Raízen e Ipiranga. Em outubro de 2018, a Vitol já havia adquirido 50% da empresa de distribuição de combustíveis Rodoil, líder do setor no Sul do Brasil.

A GDE abastece atualmente cerca de 430 postos bandeirados e outros clientes em 15 Estados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com o negócio, a perspectiva é consolidar a posição do GDE, hoje a sexta maior rede de postos do mercado com vendas de 1,4 bilhão de litros por ano e faturamento anual de 5 bilhões de reais.

- Energia Elétrica

O governo decidiu que o preço horário do mercado de energia elétrica entrará em vigor em 2021, com cálculo em base horária do preço spot, o chamado Preços de Liquidação das Diferenças (PLD), informou o Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira.

Atualmente, os preços spot são calculados semanalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A medida é vista por especialistas como importante para tornar os preços mais realistas no mercado elétrico e aumentar a eficiência na operação do sistema —o PLD é utilizado como parâmetro para diversas decisões no setor, como o acionamento de termelétricas, por exemplo.

- Camargo Corrêa

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) assinaram nesta quarta-feira acordo de leniência com a Camargo Corrêa, investigada pela operação Lava Jato, que prevê pagamento adicional pela empreiteira de cerca de 500 milhões de reais.

De acordo com nota da AGU, os valores a serem ressarcidos pela empresa envolvem os pagamentos de dano, enriquecimento ilícito e multa, no âmbito de contratos fraudulentos envolvendo recursos públicos federais, e os recursos serão integralmente destinados à União e às entidades lesadas.

“Durante as negociações, a empresa colaborou com informações e provas sobre atos ilícitos cometidos por mais diversas pessoas físicas e jurídicas, de modo que o acordo contribui para a consolidação da segurança jurídica do microssistema de combate à corrupção e de defesa do patrimônio público e da probidade administrativa”, afirma a nota.

AGENDA DE AUTORIDADES

O presidente Jair Bolsonaro começa a quinta-feira com uma reunião com Paulo Guedes, Ministro da Economia; e Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia. Em seguida, recebe Deputado Luciano Bivar (PSL/PE), Presidente Nacional PSL; Antônio Rueda, Vice-Presidente do PSL; e Karina Kufa, Advogada, e também recebe Nelson Manuel Cosme, Embaixador da Angola no Brasil.

Ainda pela manhã, o presidente participa da Cerimônia de Lançamento do Programa Médicos pelo Brasil, se reunindo em seguida com Gilson Machado, Presidente do Instituto Brasileiro do Turismo – Embratur; e Richard Rasmussen, Biólogo.

Na parte da tarde, os encontros são com Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia; Marcelo Álvaro Antonio, Ministro do Turismo; e Pedro Vaquer, Presidente da Solatio, e com Antonio Barra Torres, Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

Além da reunião no começo da manhã com Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participa da Palestra “Perspectivas do cenário econômico do Brasil” - Grupo Sinos, no Rio Grande do Sul.

*Reuters contribuiu com essa matéria

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