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ABERTURA: Ibovespa futuro começa a terça-feira com alta e supera os 80 mil pontos

Publicado 14.04.2020, 09:05
© Reuters.
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Por Gabriel Codas

Investing.com - O índice futuro do Ibovespa começa a terça-feira com alta de 1,68% aos 80.510 pontos às 09h24, com o dólar recuando 0,7% a R$ 5,1631. As notícias vindas da China dão sinais positivos para o mercado, mas a aprovação do chamando “seguro-receita” na Câmara dos Deputados pode ser um fator negativo local para os negócios.

- Cenário Interno

Estados de municípios

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira, o texto principal de projeto de compensação a Estados e municípios, um “seguro-receita”, pela queda na arrecadação decorrente da crise do coronavírus.

Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o novo texto tem impacto de aproximadamente 80 bilhões de reais.

Anteriormente apelidado de “Mansueto light”, mas encarado pela equipe econômica como uma bomba fiscal, o projeto foi modificado para evitar “excessos”, mas ao mesmo tempo dar fôlego aos entes federativos no combate ao Covid-19 e seus efeitos, além de prever aditamentos contratuais com bancos públicos federais e permitir a não execução de garantias de empréstimos junto ao Banco do Brasil (SA:BBAS3) por parte da União quando a data de vencimento não for honrada.

Apesar das modificações no projeto, uma fonte da equipe econômica disse à Reuters que o projeto será vetado pelo presidente Jair Bolsonaro.

O substitutivo aprovado nesta segunda-feira prevê que a União entregará, entre maio e outubro deste ano, auxílio financeiro para compensar as perdas com o ICMS e o ISS.

IBC-Br

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve avanço de 0,35% em fevereiro na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pelo BC.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de um ganho de 0,20% na comparação mensal.

Na comparação com fevereiro de 2019, o IBC-Br apresentou alta de 0,60% e, no acumulado em 12 meses, teve avanço de 0,66%, segundo números observados.

- Cenário Externo

China

A queda nas exportações e importações da China perdeu força em março conforme as fábricas retomaram a produção, mas os embarques devem encolher com força nos próximos meses já que a crise do coronavírus fecha muitas economias e freia uma recuperação no curto prazo.

Os mercados financeiros respiraram aliviados depois que dados da alfândega mostraram nesta terça-feira que as exportações caíram 6,6% em março sobre o ano anterior, melhorando ante a queda de 17,2% em janeiro-fevereiro, com os exportadores correndo para liberar os pedidos em atraso após paralisações forçadas da produção.

Economistas projetavam queda de 14% dos embarques em março.

Ainda assim, analistas dizem que o cenário para as exportações e o crescimento em geral da segunda maior economia do mundo permanece fraco já que a pandemia paralisou a atividade empresarial em todo o mundo.

“Os dados acima do esperado do comércio em março não significam que o futuro é tranquilo”, disse Zhang Yi, economista-chefe do Zhonghai Shengrong Capital Management.

Japão

O banco central do Japão discutirá outras medidas para aliviar as tensões de financiamento corporativo na reunião de política monetária deste mês, a fim de injetar mais dinheiro em empresas que estão enfrentando quedas nas vendas devido ao surto de coronavírus, disseram fontes familiarizadas com o pensamento da instituição.

Embora as discussões ainda estejam nos estágios iniciais, as opções possíveis na mesa incluem aumentos adicionais nas compras de títulos corporativos e papel comercial e uma expansão na gama de ativos que o banco central aceita como garantia na oferta de empréstimos às instituições financeiras, disseram.

“As condições de financiamento corporativo continuam a piorar. O foco do banco central ainda é a resposta à crise”, disse uma das fontes, sob condição de anonimato devido à sensibilidade do assunto.

França

O governo francês descartou nesta terça-feira suas perspectivas econômicas de dias atrás depois que o presidente Emmanuel Macron prorrogou um bloqueio nacional, fechando parte da segunda maior economia da zona do euro.

Depois que Macron prorrogou o bloqueio até pelo menos 11 de maio, o ministro das Finanças do país, Bruno Le Maire, disse que agora a economia deverá recuar 8% este ano, em vez dos 6% projetados na quinta-feira.

Desde 17 de março, as 67 milhões de pessoas da França receberam ordens de ficar em casa, exceto para comprar comida, ir ao trabalho, procurar atendimento médico ou fazer exercícios individuais. O isolamento estava originalmente programado para terminar nesta terça-feira.

EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que seu governo está próximo de completar um plano para reabrir a economia do país, que foi amplamente paralisada para desacelerar a propagação do novo coronavírus.

Em seu briefing diário à imprensa, Trump apontou que o número de mortes pelo vírus nos Estados Unidos começou a se achatar, indicando que as iniciativas de distanciamento social haviam sido bem-sucedidas.

Os governadores estaduais, enquanto isso, pareciam discutir planos para retomar a atividade econômica sem buscar informações do governo Trump.

Nove Estados nas costas leste e oeste do país disseram na segunda-feira que haviam começado o planejamento para a reabertura gradual de suas economias e a suspensão dos decretos para ficar em casa. 

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 3,13%, a 19.638 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,56%, a 24.435 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,59%, a 2.827 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,93%, a 3.825 pontos.

Após dias fechadas devido ao feriado da Páscoa, os mercados europeus operam com rumos distintos nesta terça-feira. Em Frankfurt, o DAX soma 1,21% aos 10.692 pontos, com o FTSE, de Londres, recuando 0,50% aos 5.815 pontos. Já em Paris, o CAC soma 0,45% aos 4.527 pontos.

COMMODITIES

A jornada desta terça-feira foi marcada por valorização nos preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian. O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para o mês de setembro deste ano, somou 1,17% para 606,50 iuanes por tonelada, o que representa um avanço de 7 iuanes em relação aos 599,50 iuanes de liquidação da véspera.

Em sentido oposto, a sessão teve leve recuo para as cotações futuras dos papéis do vergalhão de aço, que são transacionados na bolsa de mercadorias da também chinesa cidade de Xangai. O contrato de maior liquidez, com vencimento em outubro de 2020, cedeu 4 iuanes para3.384 iuanes por tonelada. Já o de maio, segundo em transações, somou 17 iuanes para 3.534 iuanes por tonelada.

Já o barril do petróleo tem um dia de perdas nos mercados. O Brent, de Londres, recua 0,88%, ou US$ 0,29, a US$ 31,45, com o WTI, de Nova York, caindo 2,32%, ou US$ 0,53, a US$ 21,88.

MERCADO CORPORATIVO

- Eneva (SA:ENEV3) e AES Tietê

A elétrica Eneva afirmou nesta segunda-feira que ofereceu à AES Tietê, da norte-americana AES, prorrogar o prazo da oferta de fusão entre elas para conclusão de avaliações e medidas necessárias para o negócio.

A Eneva fez em 1° de março uma oferta hostil para fusão com a AES Tietê, em negócio que envolveria pagamento de 2,75 bilhões de reais em dinheiro e mais um montante em ações aos atuais acionistas da rival, operação total de 6,6 bilhões de reais.

“Os termos vigentes da operação proposta pela Eneva... são vantajosos aos acionistas da AES Tietê, que receberão parcela significativa em dinheiro”, disse a Eneva, no fato relevante.

A empresa pontuou ainda ter a “convicção” de que a AES Tietê e seus assessores, diante de todos esses documentos, relatórios e respostas apresentadas, “têm condições de avaliar, de forma independente e criteriosa, a proposta da Eneva e concluir pela sua recomendação aos acionistas”.

- Azul (SA:AZUL4)

A companhia aérea Azul anunciou nesta segunda-feira o início de vendas de passagens de voos compartilhados com a TwoFlex, adquirida pela companhia mais cedo neste ano.

O início das vendas de bilhetes ocorre após aprovação da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A comercialização, que será aberta na terça-feira, terá rotas para Manaus, Maués (AM), Parintins (AM), Cuiabá, Tangará da Serra (MT), Juína (MT), Água Boa(MT) e São Félix do Araguaia (MT).

As operações, que já fazem parte da malha regular da TwoFlex, serão executadas com monomotor modelo Cessna Gran Caravan, com capacidade para nove passageiros.

“Aos poucos, a expectativa é estender o acordo para as outras mais de 30 cidades regionais que contam com a operação da TwoFlex”, afirmou a Azul, em comunicado.

- PetroRio

A petroleira brasileira PetroRio tem como “prioridade máxima” concluir a compra de 30% do campo de Frade, na Bacia de Campos, da Petrobras (SA:PETR4), apesar da atual crise na indústria do petróleo devido à pandemia do novo coronavírus, disse à Reuters um executivo da companhia.

A operação, que traz a expectativa de aumentar a receita e reduzir custos da petroleira independente, foi anunciada em novembro de 2019, por 100 milhões de dólares.

Operações como essa demoram cerca de um ano para obter todas as autorizações e ser concluída, afirmou George Kassab, diretor de Relações com Investidores da PetroRio, sem dar um prazo específico para a finalização, que demanda aprovações internas e de órgãos reguladores.

Com o fechamento do negócio, a petroleira passará a deter 100% do ativo.

A transação é uma das nove vendas de ativos assinadas pela Petrobras entre 2018 e 2020 e que estão ainda pendentes de fechamento, somando um total de 2,76 bilhões de dólares, segundo relatório recente publicado pela petroleira estatal.

- BR Distribuidora (SA:BRDT3)

A BR Distribuidora, a maior empresa do setor de distribuição de combustíveis do Brasil, notou alguma recuperação na demanda pela gasolina e etanol distribuídos pela empresa nos últimos dias, mas ainda amarga uma queda de 30% a 35% nas vendas, na comparação com o movimento pré-crise do coronavírus, disse o CEO da companhia nesta segunda-feira.

Logo que as quarentenas se intensificaram no país, a BR chegou a registrar queda de 60% na demanda por esses dois combustíveis, mas uma recente movimentação maior nas cidades teria colaborado para amenizar a redução nos índices de consumo, acrescentou Rafael Grisolia à Reuters, em entrevista por telefone.

“O fato é que a queda inicial de 60% tinha sido bem alta, e nos dois ou três últimos dias verificamos um retorno de aproximadamente 30% desta queda, que estamos inicialmente associando a uma maior movimentação nos centros urbanos, como temos acompanhado pelas notícias”, disse ele.

Já a demanda por diesel, que se manteve praticamente estável por uma semana no início da crise, passou a ter queda de cerca de 20% ante os níveis pré-crise, algo que se mantém atualmente.

- Shoppings

Operadoras de shoppings centers no Brasil conseguiram liminares na Justiça para suspender total ou parcialmente obrigações de contratos de compra de energia, segundo decisões vistas pela Reuters, que impactam subsidiárias de comercialização das elétricas EDP (SA:ENBR3) Brasil e Engie (SA:EGIE3) e os braços de energia da Votorantim, a Votener, e a do frigorífico Minerva (SA:BEEF3).

Os centros comerciais foram aos tribunais após medidas decretadas por governos estaduais e prefeituras para conter a propagação do coronavírus, que incluíram o fechamento de comércios e reduziram drasticamente a demanda por eletricidade no segmento.

Como operam no chamado mercado livre de energia, no qual grandes clientes negociam diretamente com fornecedores, os shoppings buscaram liminares para não terem que pagar integralmente por contratos de compra fechados com comercializadoras antes da pandemia e das quarentenas, em muitas ocasiões argumentando a ocorrência de caso de “força maior”.

Em liminares com datas da semana passada, unidades de comercialização de energia da Engie, da EDP Brasil e da Votorantim foram obrigadas a suspender obrigações comerciais de alguns shoppings, que enquanto perdurarem a quarentena poderão pagar apenas pelo montante de energia efetivamente utilizado, independente dos volumes contratados junto às elétricas.

- Estradas

O tráfego de veículos em rodovias sob concessão no Estado de São Paulo caiu 66,6% no feriado da Páscoa em relação ao ano passado, afirmou nesta segunda-feira a agência reguladora estadual, Artesp.

A agência também afirmou em comunicado que o número de acidentes nas rodovias do Estado caiu 61% na mesma comparação, com recuo de 46% das vítimas fatais. A agência não informou números precisos de veículos ou de acidentes.

Depois de fazer ameaças na semana passada de medidas mais duras de isolamento, o governador de São Paulo, João Doria, recuou nesta segunda-feira, e comemorou adesão da população às medidas de restrição de circulação.

O governador, que tem realizado entrevistas coletivas diárias à imprensa, se recusou a comentar nesta segunda-feira posição do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, que tinha alertado que recorreria ao Judiciário contra governadores que adotassem “medidas restritivas de direitos fundamentais dos cidadãos”.

O Estado de São Paulo tem 8.755 casos confirmados do novo coronavírus e 588 mortes. No Brasil, o número de casos confirmados é de 22.169, com 1.223 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

O presidente da República começa a terça-feira com três reuniões com os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Braga Netto (Casa Civil). Na parte da tardem participa da 31ª Reunião do Conselho de Governo.

- Paulo Guedes

- Videoconferência com secretários do Ministério da Economia;

- 31° Reunião do Conselho de Governo com o presidente da República , Jair Bolsonaro.

- Com contribuição de Reuters

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