Por Senad Karaahmetovic
As ações da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (BVMF:GOGL34) se valorizavam 3,46% antes da abertura em Nova York, às 8h54 (horário de Brasília), cotadas a U$ 109,09, apesar de a gigante da tecnologia ter registrado receita e lucro abaixo das expectativas dos analistas no 2º tri.
Dona do Google, a Alphabet apurou um LPA de US$ 1,21 no 2º tri, abaixo das estimativas consensuais de US$ 1,28. A receita foi de US$ 69,69 bilhões, um pouco abaixo do consenso dos analistas de US$ 69,9 bilhões. O crescimento da receita foi de 13% ano a ano, em comparação com 62% no mesmo período do ano passado.
A empresa faturou US$ 6,28 bilhões com Google Cloud, abaixo das estimativas consensuais de US$ 6,41 bilhões. A Alphabet registrou custos de aquisição de tráfego de US$ 12,21 bilhões, enquanto os analistas esperavam US$ 12,41 bilhões.
A receita com publicidade cresceu 12%, para US$ 56,3 bilhões, uma significativa desaceleração devido à redução de gastos dos anunciantes em meio à inflação recorde nos EUA. A divisão que teve o pior desempenho foi o YouTube, cujas vendas cresceram apenas 5%, em comparação com o avanço de 84% no mesmo trimestre do ano passado.
Google Search e outras fontes de receita tiveram faturamento de US$ 40,69 bilhões, uma alta em relação aos US$ 35,85 bilhões no mesmo período do ano passado. O desempenho do segmento foi impulsionado por pesquisas de viagem e varejo, de acordo com o diretor-chefe de negócios, Philipp Schindler. A unidade Google Cloud também ficou abaixo das expectativas de receita, reportando um prejuízo de US$ 858 milhões no trimestre.
A Alphabet disse que seu quadro de colaboradores cresceu 21%, para 174.014 funcionários em tempo integral, contra 144.056 no ano passado. A companhia pretende desacelerar as contratações e investimentos no próximo ano. A gigante da tecnologia não forneceu projeções para os trimestres futuros e espera que os obstáculo econômicos atuais persistam até o fim do ano.
Um analista da Barclays (LON:BARC) cortou o preço-alvo para US$ 150 e disse aos investidores que “os próximos trimestres podem ser difíceis para todas as empresas de anúncios digitais”. Mesmo assim, o analista continua otimista com o GOOGL, já que a empresa oferece “uma das melhores relações de risco/retorno em tecnologia, em nossa visão".
Um analista do Jefferies também cortou o preço-alvo, de US$ 155 para US$ 130, e alertou que o rali de alívio pode ter “vida curta”, dados os fortes obstáculos macro.
“Houve diversas indicações de novas pressões macro, desde o recuo nos gastos de alguns anunciantes até alguns ciclos de vendas mais longos em Cloud. Ao mesmo tempo, o crescimento de dois dígitos no quadro funcional está impactando as margens operacionais. Apesar de esperarmos que o GOOGL se saia melhor do que seus pares, uma recessão pode prejudicar seus resultados. O valuation reflete grande parte desse temor”, disse o analista aos clientes em nota.