Os mercados acionários de Nova York fecharam em queda nesta segunda-feira, 11, em uma sessão marcada pela aversão ao risco. Com uma agenda de indicadores econômicos esvaziada hoje, os investidores começaram a semana monitorando comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e o início da temporada de balanços, enquanto ainda persistem os temores de recessão. O foco da semana está na divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), na quarta-feira.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,52%, em 31.173,84 pontos, o S&P 500 caiu 1,15%, a 3.854,43 pontos, e o Nasdaq perdeu 2,26%, a 11.372,60 pontos.
A presidente da distrital de Kansas City do BC americano, Esther George, reiterou, nesta segunda-feira, apoio ao plano de subir juros rapidamente para controlar a inflação, mas alertou que um aperto monetário excessivamente "abrupto" pode prejudicar a economia dos Estados Unidos. "Mudanças nas política se transmitem para a economia com defasagem, e alterações significativas e abruptas podem ser inquietantes para famílias e pequenas empresas à medida que fazem os ajustes necessários", ressaltou.
"Estamos em um cenário em que os bancos centrais continuarão aumentando as taxas de juros e a narrativa subjacente do mercado continua sendo de riscos de recessão potencialmente crescentes" disse Laura Cooper, macro estrategista da BlackRock (NYSE:BLK) ao The Wall Street Journal. "Isso nos prepara para um período bastante volátil pela frente", completa.
Para o economista da Oanda, Edward Moya, Wall Street está se preparando para os balanços corporativos e para o CPI na quarta. "A inflação é o 'inimigo público número um' e isso continuará a gerar temores de que o Fed aperte agressivamente a política e envie a economia dos EUA rapidamente para uma recessão", analisa, em relatório enviado a clientes. "Esta é uma semana enorme em Wall Street, pois as expectativas do Fed para a decisão de 27 de julho serão cimentadas após este relatório de inflação e os grandes bancos nos dirão se o consumidor e a economia dos EUA estão enfraquecendo mais rápido do que a maioria das estimativas de ganhos estão sugerindo. Os lucros corporativos do segundo trimestre vão sofrer, já que a inflação está muito mais alta do que se esperava", prevê.
Entre os papéis de destaque estão os do Twitter (BVMF:TWTR34)(NYSE:TWTR), que caíram mais de 11%, após Elon Musk desistir de comprar a rede social. Ações da Tesla (BVMF:TSLA34) (NASDAQ:TSLA), também do bilionário, perderam 6,55%. O setor de comunicação do S&P 500 é o que mais se desvalorizou, com Alphabet (BVMF:GOGL35) (NASDAQ:GOOGL) (-3,07%), Netflix (BVMF:NFLX34) (NASDAQ:NFLX) (-5,14%) e Meta (BVMF:M1TA34)(NASDAQ:META) (-4,68%).
*Com informações da Dow Jones Newswires