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Commoditeis e temor fiscal pesam no Ibovespa, apesar de indicação de alta em NY

Publicado 06.12.2024, 08:54
Atualizado 06.12.2024, 12:10
Commoditeis e temor fiscal pesam no Ibovespa, apesar de indicação de alta em NY
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A desvalorização das commodities e a cautela fiscal no Brasil pesam no Ibovespa na sessão desta sexta-feira, 6. A queda do principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) destoa da leve alta nos índices futuros de ações norte-americanos nesta manha, após a divulgação do payroll nos Estados Unidos.

A economia dos EUA criou 227 mil empregos em novembro, ante projeção de 155 mil a 270 mil vagas, com mediana de 200 mil. A taxa de desemprego dos EUA ficou em 4,2% em novembro, uma alta em relação à do mês anterior, de 4,1%, segundo o Departamento do Trabalho do país. O resultado veio em linha com a expectativa de analistas. Ainda houve aumento dos salários.

Na visão de Harrison Gonçalves, CFA e sócio da CMS Invest, o mercado de trabalho aquecido nos Estados Unidos, conforme indicados os dados de hoje, lançam dúvidas sobre o ritmo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que se reunirá este mês. "E inclusive se haverá novos cortes, pois o mercado de trabalho aquecido faz com que os salários fiquem mais pressionados e o país tenha mais inflação, que é o que o Fed está tentando combater", analisa.

Já para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, os dados do payroll indicam que a economia dos EUA está aquecida, mas é algo que não preocupa, que não tende a intensificar muito a inflação no país. "Tem cenário para cortar juros", diz.

No Brasil, afirma Laatus, a queda das commodities e o fiscal pesam no Índice Bovespa. "O mercado amenizou um pouco após perceber andamento das medidas, mas há muitas duvidas quanto ao valor em si da economia que será gerada, quanto isso custará e se o pacote será desidratado", acrescenta Laatus.

Para Inácio Alves, analista da Melver, há dias as preocupações internas têm influenciado mais os ativos no Brasil do que as questões externas. Segundo avalia, o andamento dos mercados está muito relacionado a perspectivas, sobretudo em relação ao plano de redução de despesas fiscais. "O mercado não enxerga o pacote como um programa de corte de gastos, mas apenas como uma troca financeira. Espera-se um valor menor do que os R$ 70 bilhões anunciado", analisa.

Desta forma, o dólar ante o real volta a subir acima de R$ 6,00, influenciada pela cautela fiscal, o que também respinga nos juros. Há temores de uma desidratação do pacote de corte de gastos. Isso porque parlamentares resistem a mexer no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Líderes da Câmara garantem que o pacote será aprovado ainda neste ano, mas há dúvidas sobre o tamanho final do ajuste, além do impasse envolvendo o pagamento de emendas parlamentares após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Perto das 11h30, o dólar à vista subia 0,29%, a R$ 6,0267, infleunciando os juros futuros. Hoje saiu um novo indicador mostrando pressão inflacionária. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 1,18% em novembro, após elevação de 1,54% em outubro, divulgou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado do IGP-DI superou a mediana de 1,06% das projeções, e tende a manter as preocupações de que a inflação segue preocupante, de forma a manater as apostas de uma elevação da Selic de 0,75 ponto porcentual no Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem, ao menos.

Hoje, o petróleo cede cerca de 1,00% e o minério de ferro fechou com queda de 0,93% hoje em Dalian. No horário citado acima, o Ibovespa cedia 0,44%, aos 127.286,81 pontos, ante recuo de 0,60% (mínima aos 127.093,93 pontos), e abertura em 127.856,01 pontos. Vale (BVMF:VALE3) caía 0,33%, enquanto Petrobras (BVMF:PETR4) tinhas declínio entre 0,78% (PN) e de 1,40% (ON).

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