Commodities atenuam queda do Ibovespa por exterior

Publicado 04.03.2022, 08:16
Atualizado 04.03.2022, 11:40
© Reuters.  Commodities atenuam queda do Ibovespa por exterior

Busca por segurança nos mercados internacionais ressoa no Ibovespa, após aumento da tensão do conflito russo-ucraniano decorrente de um bombardeio por forças russas na usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, na madrugada desta sexta-feira. O governo de Kiev alertou sobre o risco de uma explosão, com consequências "dez vezes maior que Chernobyl" e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu uma reunião de emergência da ONU sobre o ataque nuclear, enquanto espera-se por uma terceira rodada de negociações entre representantes russos e ucranianos.

Na quinta-feira, o índice Bovespa fechou em baixa de 0,01%, aos 115.165,55 pontos, mas ainda acumulando alta de 0,97 na curta semana. Às 11h05 desta sexta, caía 0,81%, aos 114.236,98 pontos, ante mínima diária aos 114.205,32 pontos (-0,83%), após máxima aos 115.165,55 pontos (-0,45%). Ações da Petrobras (SA:PETR4) subiam entre 0,15% (PN) e 0,19% (ON), após cederem mais cedo.

Apesar da queda moderada do Ibovespa hoje em relação ao exterior (na Europa o recuo é de quase 5%, no caso de Londres, e nos EUA, de quase 1%), Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos, ressalta que a volatilidade vai perdurar, já que o mercado não acredita que uma solução para o conflito esteja próxima. Em sua visão, o principal temor é com relação aos efeitos inflacionários.

Na esteira desse cenário de crescente preocupação com os efeitos da guerra sobre o crescimento e a inflação no mundo, o índice Bovespa pode ceder e ainda passar por volatilidade, como também tem sido comum recentemente. Por isso, o mercado avalia com atenção a mensagem deixada pelo Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e de 2021, divulgado há pouco, apesar de ter mostrado alta e ser considerado retrovisor.

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"Crescimento envolvendo inflação é complicado, ainda mais em um contexto de conflito. Neste momento, o dado deve ficar no passado. Olhar dado retrovisor é um erro", avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, ponderando, contudo, que a alta do PIB não deixa de ser boa notícia.

Nos EUA, o destaque é o relatório oficial de emprego, que reforçou perspectivas de alta de juro americano, o que é esperado para começar este mês. De forma geral, o relatório de emprego de fevereiro mostrou geração de vagas maior do que a esperada pelo mercado.

"O Ibovespa até arrefeceu um pouco após o payroll, mas agora piorou. Há relatos de novas explosões em Kiev", cita Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova (SA:RNEW11) Invest. Em sua visão os dados do payroll reforçam a expectativa de alta do juro americano este mês e ganham ainda mais força neste contexto do conflito entre Rússia e Ucrânia. "Mais do que inflação, que já era um problema e se acentuou, há preocupação com o crescimento baixo. O problema é a estagflação. Pausar o crescimento e ao mesmo tempo ter uma inflação elevada é o pior cenário", afirma Farto.

Neste ambiente de expectativa de baixa expansão da atividade e de preços em alta, empresas brasileiras já sentem os efeitos do conflito no Leste Europeu. Reportagem especial do Broadcast mostra que a siderúrgicas como a Usiminas (SA:USIM5) que costumam comprar produtos no mercado à vista, para entrega rápida, estão com dificuldade de receber a mercadoria. As ações da Usiminas caem cerca de 2,50%

Apesar da valorização do petróleo no exterior, as ações da Petrobras abriram em queda, com investidores avaliando as palavras do presidente Jair Bolsonaro, ditas em live semanal ontem. O mandatário disse que a Petrobras deveria reduzir lucros para evitar uma alta brusca de combustíveis, diante da crise geopolítica causada pela guerra na Ucrânia.

A afirmação tende a ser vista pelo mercado como sinal de interferência política, algo que o desagrada. "Se olharmos, aqui até está bem por causa da alta das commodities e da expectativa de fluxo", afirma Laatus.

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