Investing.com - O Banco Central do Brasil (Bacen) divulgou nesta terça-feira a ata da última reunião de política monetária, realizada na quarta-feira da semana passada. A interpretação do documento é o principal fator dos negócios locais na bolsa brasileira, embora a decisão unânime de manter a taxa Selic em 10,5% e a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) na quinta-feira (27) tenham diminuído à expectativa dessa ata comparada com a da reunião anterior.
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A ata apresenta, em linhas gerais, concordância entre os membros da necessidade da manutenção de uma política monetária contracionista por tempo suficiente para levar a inflação corrente e a expectativa inflacionária para a meta de 3% ao ano. A avaliação é decorrente de uma "desancoragem adicional desde a reunião anterior" nas expectativas de inflação, a surpresa de um mercado de trabalho e atividade econômica divergindo de uma desaceleração prevista, além de um cenário externo adverso. O Bacen também informou que elevou marginalmente em seus modelos a hipótese de taxa de juros real neutra, que não estimula nem retrai a economia, de 4,5% para 4,75%.
No exterior, a expectativa é pela terceira leitura do PIB dos EUA do primeiro trimestre, na quinta, e do índice de preços PCE, indicador preferido do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), na sexta. Na agenda americana, hoje serão conhecidos dados do setor imobiliário, índices de atividades de Feds regionais e discurso de Michelle Bowman. Na Europa, o PIB da Espanha foi divulgado, com alta de 0,8% acima da projeção de 0,7%, enquanto na Ásia o Japão divulgou o índice de inflação ao consumidor, que acelerou para 2,1% e veio acima das estimativas de 1,9%.
Mercados
O Ibovespa Futuros abriu com baixa de 0,13% nesta terça-feira, a 124.134 pontos. O dólar futuro abriu em alta de 0,33% a R$ 5,4104, pressionado pela desvalorização do peso mexicano. O índice futuros do Ibovespa abriu em linha com o desempenho do EWZ (NYSE:EWZ), ETF que acompanha o índice brasileiro, que recuava 0,11% no pré-mercado em Wall Street Às 08h59. As ADRs de Petrobras (BVMF:PETR4) em Nova York operavam em alta de 0,21%, enquanto os ADRs da Vale (BVMF:VALE3) subiam 0,53% no pré-mercado.
O mercado brasileiro vem de uma sessão que aliviou a pressão por prêmios de riscos, com queda do dólar abaixo de R$ 5,40 e das taxas do juros futuros ao longo da curva. O Ibovespa fechou em alta de 1,07% a 122.643 pontos, com destaque para as ações de Magazine Luiza (BVMF:MGLU3), que anunciou parceria estratégica com a plataforma chinesa de e-commerce Aliexpress para a venda cruzada de produtos nos apps de cada empresa. "Se não pode vencê-los, junte-se a eles!", enfatiza os analistas da Genial Investimentos em título de relatório distribuído ontem a clientes. "A parceria com o site chinês Aliexpress preencheu uma lacuna de sortimento e competitividade de preços que os deixava atrás de players como Mercado Livre (NASDAQ:MELI) e Amazon (NASDAQ:AMZN)", avalia Leonardo Cyreno, Head de Eficiência Comercial & Growth da AGR Consultores, sobre o início de venda de produtos de ticket baixo pelo Magalu.
Em Wall Street, os índices futuros operam mistos, após uma sessão anterior também sem sentido único, destacada por uma queda em muitas ações relacionadas à inteligência artificial. Às 09h05 (de Brasília), o contrato Dow Jones futuros recuava 0,04%, o S&P 500 futuros havia subido 0,25%, e o Nasdaq 100 futuros avançava 0,41%.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta, com exceção das bolsas chinesas. A bolsa japonesa foi o destaque, com o índice Nikkei subindo 0,95% em meio ao enfraquecimento do iene. Já a bolsa de Xangai caiu 0,44% pressionada por ações de semicondutores e hardware. Na Europa, o vermelho predomina no home broker, penalizadas pelo recuo das ações de tecnologia.
No mercado de commodities, o petróleo recua com temores sobre a recuperação econômica da China. O contrato futuro do petróleo Brent, referência mundial de preço cotado em Londres, recuava 0,63% a US$ 84,61 por barril, enquanto o contrato futuro WTI, negociado em Nova York, recuava 0,75% a US$ 81,02 o barril. Já o minério de ferro fechou em alta e reduziu as perdas em meio à desconfiança de a economia chinesa atingir a meta de crescimento do PIB de 5% em 2024.
Economia
Copom - O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil divulgou o calendário das datas das reuniões em 2025. A primeira reunião do ano que vem será realizada nos dias 28 e 29 de janeiro.
Títulos sustentáveis do Brasil - A emissão de títulos sustentáveis do Brasil ganhou rating "BB (BVMF:BBAS3)" pela Fitch, nota igual ao do bônus soberanos do País, que têm perspectiva estável. A emissão dos títulos sustentáveis captou US$ 2 bilhões em bonds com compromissos ambientais e sociais, com vencimento em 22 de janeiro de 2032, a uma taxa de 6,375%.
LDO - Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) indicou nesta segunda-feira, 24, ser "possível" que o Ministério da Fazenda envie ao Congresso sugestões de ajuste em projeções fiscais, como da dívida pública, em razão da manutenção da taxa de juros em patamar mais elevado. A declaração foi dada após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do PLDO.
Café - A exportação de café do Brasil no acumulado do mês até a terceira semana já superou o total exportado em junho completo do ano passado, de acordo com dados publicados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o mesmo acontecendo com os embarques de algodão.
Inflação - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,40% na terceira quadrissemana de junho, acelerando levemente ante o ganho de 0,38% observado na segunda quadrissemana, segundo dados publicados nesta terça-feira, 25, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Argentina - A Argentina entrou em uma recessão técnica no primeiro trimestre do ano, mostraram dados oficiais nesta segunda-feira, e a perda de empregos aumentou, em meio a uma dura política de austeridade do presidente libertário Javier Milei, que está priorizando a restauração da ordem fiscal. O Produto Interno Bruto argentino caiu 2,6% no primeiro trimestre do ano, em comparação ao último trimestre de 2023.
Eleições na França - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse em um episódio de podcast publicado nesta segunda-feira que tanto o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) quanto a coalizão de esquerda Nova Frente Popular -- que estavam na frente nas eleições parlamentares -- corriam o risco de trazer uma "guerra civil" para a França.
Revisão de gastos - O jornal O Estado de S.Paulo informa que o governo vai realizar até 800 mil perícias no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e auxílio-doença até dezembro deste ano, para atender o Tribunal de Contas da União (TCU) e revisar gastos. O objetivo é a realização de perícias pelo INSS para corta pagamentos indevidos. A estimativa do governo é de um corte de R$ 600 milhões por mês, chegando a R$ 3,6 bilhões em seis meses.
Revisão de gastos 2 - O Estadão também informa que a equipe econômica avalia uma PEC para ações de médio e longo prazos. A prorrogação da Desvinculaão de Receitas da União (DRU), previstas para encerrar esse ano, e sua extensão para os orçamentos engessados de Educação e Saúde estão entre as medidas de prazo de tempo maior.
Corporativo
Fras-le - A companhia de autopeças Frasle Mobility, antiga Fras-Le (BVMF:FRAS3), informou nesta segunda-feira que suas subsidiárias no México e nos Estados Unidos adquiriram um conjunto de ativos do Grupo Kuo, do México, por 2,1 bilhões de reais, na maior transação da história da empresa.
Azevedo & Travassos (BVMF:AZEV4)- As ações da Azevedo & Travassos dispararam na B3 ontem, após a companhia anunciar, em fato relevante, que sua subsidiária, a Azevedo & Travassos Petróleo (ATP), assinou hoje um contrato de parceria comercial com a Petro-Victory Energia, uma empresa de exploração e produção de petróleo bruto e gás natural com 41 licenças em 2 bacias produtoras de petróleo no Brasil (Barreirinhas e Potiguar). O acordo prevê opção de compra de ativos da Petro-Victory.
BTG (BVMF:BPAC11) - A Africa Oil (OTC:AOIFF) informou nesta segunda-feira que concordou em comprar a participação de 50% do BTG Pactual Oil & Gas na joint venture Prime Oil & Gas, em um acordo que permitirá com que o BTG se torne um grande acionista da Africa Oil.
Multiplan (BVMF:MULT3) - O fundo de pensão canadense Ontario Teachers comunicou à operadora de shopping centers na sexta-feira a alienação de totalidade de sua participação na companhia, atualmente em 18,52% de acordo com fato relevante divulgado ontem. O fundo de pensão é o segundo maior acionista da Multiplan.
Ecorodovias (BVMF:ECOR3) - A concessionária de infraestrutura informa em fato relevante a prorrogação por 180 dias da concessão da BR-101/ES/BA, que está em processo de relicitação. A companhia também informa que a relicitação pode ser cancelada e um novo contrato de concessão ser assinado entre a União e a Ecorodovias. O processo de relicitação está atualmente sob análise do TCU.
Track & Field (BVMF:TFCO4) - A companhia anuncia em fato relevante o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 6.835.384,60. O pagamento será em 30 de maio de 2025. Os detentores das ações ordinárias receberão R$ 0,00439257266 por ação, enquanto os detentores das ações preferenciais receberão R$ 0,04392572662 por ação. A data "ex-dividendo" será 28 de junho de 2024, ou seja, receberão a remuneração os investidores que detiverem as ações de Track & Field em 27 de junho de 2024. A companhia também informou um programa de recompra de ações de até 1.673.118 de ações preferenciais da Companhia, e deve se iniciar em 24 de junho de 2024 e se encerrar em 24 de dezembro de 2025.
Pague Menos (BVMF:PGMN3) - A rede de farmácias anuncia em fato relevante programa de recompra de ações, que vai durar até 24 de junho de 2025. Serão adquiridas até 18.035.247 de ações, ou 10% de ações em circulação.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo
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