Por Peter Nurse e Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - O relatório de emprego ADP está próximo, a chinesa Didi começa a negociar em Nova York, o petróleo sobe enquanto os membros da Opep debatem os aumentos de produção e Wall Street aguarda o final de um semestre positivo. No Brasil, a compra da vacina indiana Covaxin é suspensa por suspeita de corrupção.
Veja o que está movimentando os mercados na quarta-feira, 30 de junho.
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1. Covaxin suspensa
O Ministério da Saúde vai suspender o contrato de compra da vacina indiana contra a Covid-19 Covaxin, disse nesta segunda-feira o titular da pasta, Marcelo Queiroga, depois que a importação do imunizante entrou na mira da CPI da Covid por suspeitas de irregularidades.
Queiroga disse que a decisão foi tomada após recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), que iniciou uma apuração sobre as suspeitas levantadas sobre o contrato.
O governo federal assinou em fevereiro um contrato de 1,6 bilhão de reais para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, imunizante desenvolvido pelo laboratório Bharat Biotech, mesmo sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacina indiana.
Na semana passada, o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, disseram ter relatado suspeitas de irregularidades no contrato com a Covaxin ao presidente Jair Bolsonaro, o que levou o presidente para o centro da CPI.
2. Enxurrada de dados do mercado de trabalho
Nesta quarta-feira (30), todos os olhos estarão voltados para a publicação do relatório nacional de emprego ADP, em busca de pistas sobre o que o relatório Payroll deve trazer na sexta-feira .
O Federal Reserve deixou bem claro que está em busca de mais progresso no mercado de trabalho dos EUA antes de começar a controlar o maciço programa de compra de títulos, ou mesmo considerar a possibilidade de taxas de juros mais altas.
O relatório ADP pode ter um histórico ruim de previsão da contagem das folhas de pagamento privadas no relatório de empregos, mas ainda é visto como um indicador importante. O consenso está procurando por 600.000 empregos no setor privado, uma desaceleração em relação aos 978.000 empregos registrados no mês passado.
Os pedidos de hipoteca semanais e os dados de vendas pendentes de casas também devem ser publicados na quarta-feira.
Com isso, as ações americanas devem abrir ligeiramente em queda na quarta-feira, consolidando-se à medida que o primeiro semestre positivo do ano chega ao fim.
Por volta das 9h15, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíam perto dos 0,1%. O EWZ, fundo de índice que replica o Ibovespa em Nova York, caía 0,66% na pré-abertura.
Quarta-feira é o último dia do segundo trimestre e último dia do primeiro semestre de 2021. Até agora no ano, o S&P 500 subiu 14%, enquanto o Nasdaq Composite e o Dow Jones Industrial Average subiram 12% cada. Já o Ibovespa acumula alta de 7%.
Os investidores acreditaram na ideia de uma forte recuperação econômica da pandemia, em grande parte ignorando as altas leituras de inflação e esperando que as condições monetárias e fiscais favoráveis continuem por algum tempo.
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3. Didi estreia na NYSE
Didi (NYSE:DIDI), o maior aplicativo de caronas da China e controladora da brasileira 99, deve fazer sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York na quarta-feira, após definir o preço de sua oferta pública inicial.
A companhia vendeu cerca de 317 milhões de ações depositárias americanas na terça-feira, cerca de 10% a mais do que o planejado originalmente, a US$ 14 cada, resultando no levantamento de US$ 4,4 bilhões. Isso daria a Didi um valor de mercado de mais de US$ 67 bilhões.
O preço estava no topo da faixa de US$ 13 e US$ 14, e as ações adicionais vendidas indicavam uma forte demanda, apesar da empresa estar firmemente na mira de Pequim em meio a uma investigação antitruste sobre os gigantes da internet na China.
O IPO da Didi ocorre em um ano que está no caminho de estabelecer um recorde de IPOs, com quase US$ 351 bilhões levantados até o momento.
4. PIB do Reino Unido cai mais do que o esperado
A economia do Reino Unido encolheu mais do que o esperado no primeiro trimestre deste ano, à medida que as restrições impostas para combater a pandemia de Covid-19 fechavam muitos pontos de venda.
Dados do Office for National Statistics mostraram que o produto interno bruto contraiu 1,6% no trimestre janeiro-março, uma queda maior do que a estimativa anterior de uma queda de 1,5%.
Os números são bem melhores em comparação com a queda de 20% no segundo trimestre de 2020, quando o Reino Unido estava em seu primeiro lockdown, pois o programa de vacinação bem-sucedido e as empresas aumentando suas presenças online limitaram os danos.
Ainda assim, a pandemia e o crescimento da variante Delta não são os únicos fatores que impactam a economia britânica. O Reino Unido ainda mantém relações frias com a União Europeia, seu maior parceiro comercial, cinco anos após votar pela saída do bloco.
Os dois lados ainda lutam para encontrar uma solução de longo prazo para as dificuldades comerciais da Irlanda do Norte, com a província britânica ainda em união aduaneira com a UE.
5. Petróleo sobe com atraso nas negociações da OPEP
Os preços do petróleo subiam na quarta-feira, impulsionados pela incerteza sobre até que ponto os principais produtores concordarão em aumentar a oferta ao mercado no final desta semana.
Perto das 9h17, os futuros do petróleo WTI subiam 1,43% para US$ 74,02 o barril, enquanto os do Brent avançavam 1,21% para US$ 75,18.
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Os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, um grupo conhecido como OPEP+, atrasaram as negociações preliminares em um dia para permitir mais tempo para resolver as diferenças sobre a política de produção.
O grupo deve anunciar um aumento na produção para agosto, com os preços do petróleo subindo para níveis máximos de dois anos, ganhando cerca de 50% desde o início do ano.
Dito isso, o crescimento de casos de Covid causado pela variante delta está obviamente causando diferenças de opinião sobre se deve permitir uma produção mais alta ou continuar com a abordagem cautelosa atual.
E mesmo que a OPEP+ aumente a oferta mais do que o esperado, não atingirá os estoques a tempo de aliviar o mercado apertado, de acordo com o Goldman Sachs (NYSE:GS).
“No final das contas, muito mais oferta da OPEP+ será necessária para equilibrar o mercado de petróleo até 2022”, disseram analistas em relatório.