Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - Os preços do petróleo sobem enquanto a Rússia bloqueia um oleoduto do Cazaquistão alegando que precisa reparar os danos causados pela tempestade, enquanto os estoques dos EUA parecem ter caído novamente na semana passada. O coro de vozes no Fed pedindo uma política ativamente restritiva fica mais alto. A inflação no Reino Unido atinge um novo recorde de 30 anos, enquanto o governo tenta enfrentar a crise do custo de vida. As ações dos EUA estão paradas na abertura. Eletrobras (SA:ELET3) está cada vez mais perto de ser privatizada.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quarta-feira, 23 de março.
CONFIRA: Calendário econômico completo do Investing.com
1. Rússia bloqueia oleoduto do Cazaquistão enquanto a Europa aumenta o debate sobre sanções
Os preços do petróleo subiram novamente à medida que o debate da Europa sobre as sanções às exportações russas de energia aumentou um dia antes de uma reunião de cúpula crucial.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse aos legisladores que o presidente russo, Vladimir Putin, não está interessado em negociações de paz sérias, um tom visivelmente agressivo de um país que é altamente dependente do petróleo e gás russos. O chanceler alemão Olaf Scholz, por outro lado, reafirmou sua oposição a um embargo imediato, citando os custos econômicos.
A Rússia apertou unilateralmente o mercado global de petróleo da noite para o dia fechando o terminal de exportação do Caspian Pipeline Consortium no Mar Negro, alegando que os danos causados pela tempestade precisam ser reparados. A ligação de 700.000 barris por dia transporta em grande parte petróleo do Cazaquistão para os mercados mundiais.
Às 08h06, os futuros do petróleo no EUA avançavam 2,20%, a US$ 112 o barril, enquanto os de Brent subiam 2,69%, a US$ 118,59 o barril, à frente dos dados do governo dos EUA sobre inventaries às 11h30 . De acordo com o grupo da indústria API, os estoques de petróleo bruto caíram surpreendentemente 4,3 milhões de barris na semana passada.
2. Daly pede aumentos mais rápidos das taxas
A representante do Federal Reserve de São Francisco Mary Daly acrescentou sua voz àqueles que pedem que o Fed aumente as taxas de juros acima do que é visto como a taxa neutra para reduzir a inflação.
Os comentários de Daly seguem os do presidente Jerome Powell, e dos representantes Chris Waller e James Bullard de St. Louis nesta semana, mas são notáveis, já que ela esteve no extremo dovish do espectro no que diz respeito ao aperto da política nos últimos meses. Como tal, seus comentários sugerem que uma clara maioria pode ser a favor de um aumento de 50 pontos base na próxima reunião do Fed.
Os rendimentos dos títulos dos EUA por enquanto pararam seu aumento implacável, com o 10 anos do Título do Tesouro caindo 0,38% às 08h09. Sua ascensão colocará um foco nítido nos dados semanais para aplicações de hipoteca às 8h. Os dados de Vendas de novas casas para fevereiro também serão divulgados posteriormente.
CONFIRA: Autoridades do Fed consideram altas de juros maiores para combater inflação
3. Ações americanas devem tomar fôlego na abertura
Os mercados de ações dos EUA devem abrir um pouco mais baixo com a realização de lucros após os sólidos ganhos de terça-feira.
Às 08h10, os futuros da Dow Jones caíam 0,28%, enquanto os da S&P 500 e da Nasdaq 100 recuavam 0,36% e 0,57%, respectivamente. Todos os três índices subiram na terça-feira, depois de digerir a aparente mudança agressiva na política do Fed. O Nasdaq Composite subiu 2,0%, levando seus ganhos para 9% na última semana.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem GameStop (NYSE:GME), depois de mais algumas compras por seu presidente Ryan Cohen, bem como Cintas (NASDAQ:CTAS) e General Mills (NYSE:GIS), que relatam seus balanços. As ações da Walt Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34) também podem ser voláteis, já que os funcionários da Flórida intensificam os protestos contra o novo projeto de lei do estado sobre questões LGBTQ, enquanto as ações do BuzzFeed (NASDAQ:BZFD)ainda estão tiquetaqueando na sequência de sua decisão de fechar sua redação deficitária.
4. Desestatização da Eletrobras
O Tribunal de Contas da União (TCU) deve recomendar a privatização da Eletrobras, segundo uma versão preliminar do relatório técnico que teria chegado ao Ministério Público das Contas. A versão final desse relatório deve ser entregue na semana que vem, após os ministérios da Economia e Minas e Energia enviarem informações complementares.
Neste momento, o TCU está analisando os parâmetros da operação de aumento de capital que possibilitará a desestatização da Eletrobras. A análise jurídica também está avaliando possíveis inconsistências metodológicas ou premissas do valuation da companhia.
Um eventual pedido de vista pode fazer com que o processo se alongue por mais 60 dias, o que pode inviabilizar a descapitalização neste ano. O prazo-limite para a liquidação da oferta de ações da companhia é 13 de maio, pois apenas assim seria possível usar o balanço do 4T21 para fazer a oferta. O balanço do 1T22 da Eletrobras deve ser divulgado no dia 16 de maio. Além disso, a proximidade das eleições no final do ano aumentam a possibilidade de que a privatização seja paralisada.
LEIA MAIS: Presidente da Eletrobras diz estar confiante em desestatização
5. Inflação no Reino Unido atinge alta de 30 anos à medida que a crise do custo de vida piora
A inflação no Reino Unido atingiu a {{notícias-2789966||maior alta em 30 anos}}, a 6,2% em fevereiro, com contínuos aumentos rápidos em preços ao produtor alimentando temores de que o pico da inflação ao consumidor pode não chegar por mais oito meses.
Os números criam um cenário tenso para o spring budget statement do governo, que deve conter alguns brindes substanciais sobre impostos sobre combustíveis, seguindo o exemplo da França, Itália e outros. Não está claro se o governo manterá seus planos anteriores de aumentar as contribuições para o seguro nacional para fechar um déficit orçamentário que diminuiu mais acentuadamente do que o esperado nos últimos dois meses.
O governador do Banco da Inglaterra Andrew Bailey também está programado para falar às 9h (assim como o chefe do Bundesbank, Joachim Nagel, coincidentemente)