Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os futuros das ações dos EUA registravam queda antes da abertura das Bolsas em Nova York nesta quinta-feira, 25, com os mercados reagindo aos resultados da Meta Platforms, proprietária do Facebook, e de olho nos balanços de outras megaempresas de tecnologia.
A IBM divulgou resultados mistos para o primeiro trimestre e anunciou que adquirirá a empresa de software em nuvem HashiCorp em um negócio de US$ 6,4 bilhões.
Na agenda econômica, a expectativa é que a economia dos EUA tenha desacelerado nos primeiros três meses de 2024, mas mantido a resiliência diante das altas taxas de juros e das persistentes pressões inflacionárias.
No Brasil, o lucro da mineradora Vale recua no primeiro trimestre, diante de preços mais baixos nas vendas de commodities, incluindo minério de ferro.
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1. As ações da Meta caem com planos de maiores gastos com IA
As ações da Meta Platforms (NASDAQ:META) caíram mais de 15% no horário estendido de negociação nos EUA, apagando bilhões de dólares de seu valor de mercado, apesar de o grupo de mídia social ter registrado uma receita melhor do que a estimada nos primeiros três meses de 2024.
A Meta, cuja família de aplicativos também inclui o Instagram e o WhatsApp, elevou sua previsão de despesas de capital anuais projetadas de US$ 37 bilhões para US$ 40 bilhões, citando o desejo de "acelerar" um impulso contínuo para expandir seus recursos de inteligência artificial. No ano passado, a Meta gastou US$ 28,1 bilhões.
Em uma teleconferência com analistas, o CEO, Mark Zuckerberg, que anteriormente apoiou medidas rigorosas de corte de custos durante grande parte de 2023, disse que o aumento dos investimentos era necessário para ajudar a Meta a se tornar "a empresa líder em IA no mundo".
"Tal narrativa resulta em uma ligeira redução nas tendências de receita futura", disseram analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) em uma nota aos clientes.
Os gastos com o desenvolvimento de IA também deverão ser um dos principais focos quando os concorrentes da Meta, Microsoft e Alphabet, divulgarem seus últimos retornos após o fechamento do sino na quinta-feira.
Os futuros de ações em Nova York apontaram para baixo na quinta-feira, com os investidores avaliando os lucros de grandes empresas de tecnologia e aguardando uma nova leitura do crescimento econômico dos EUA.
Às 7h52 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,50%, o S&P 500 futuros perdia 0,54%, e o Nasdaq 100 futuros havia caído 0,90%.
Os principais índices de Wall Street registraram um fechamento misto na sessão anterior, após negociações agitadas, com o índice de referência S&P 500 ganhando 0,02% e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composto subindo 0,1%. O índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average recuou 0,1%.
Juntamente com os resultados da Meta Platforms após o fechamento de quarta-feira, os investidores provavelmente ficarão de olho nos números trimestrais da gigante do software Microsoft (NASDAQ:MSFT) e da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google, ainda hoje.
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do primeiro trimestre, que podem fornecer algumas informações sobre a saúde da maior economia do mundo e, potencialmente, influenciar a forma como o Federal Reserve aborda as futuras decisões de política monetária, também estarão em foco na quinta-feira.
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2. As ações da IBM caem após resultados mistos e anúncio de acordo com a HashiCorp
A International Business Machines (NYSE:IBM) apresentou resultados mistos para o primeiro trimestre e anunciou um acordo para adquirir a HashiCorp (NASDAQ:HCP) por US$ 6,4 bilhões.
A companhia de tecnologia reportou um lucro por ação de US$ 1,68, superando as previsões de US$ 1,58. Contudo, a receita do trimestre foi ligeiramente inferior às expectativas, totalizando US$ 14,46 bilhões, abaixo dos US$ 14,51 bilhões projetados.
Além disso, a IBM informou que comprará a HashiCorp por US$ 35 por ação em dinheiro, aproveitando o crescente interesse por soluções de software em nuvem impulsionadas pela IA. O preço de aquisição representa um prêmio de 42,6% sobre o valor de fechamento das ações da HashiCorp na segunda-feira. As ações da IBM sofreram retração no mercado após o fechamento.
VEJA: Calendário da temporada de balanços
3. Crescimento econômico dos EUA deve desacelerar no primeiro trimestre
A expectativa do mercado é que o crescimento econômico dos EUA tenha desacelerado, mas com ritmo ainda sólido, no primeiro trimestre, sustentado principalmente por um mercado de trabalho robusto e gastos consistentes dos consumidores.
Dados preliminares do Departamento de Comércio indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,5% nos primeiros três meses do ano, contra 3,4% no trimestre anterior. Isso sugere que a economia americana continua mais resiliente que outras economias desenvolvidas, apesar da inflação persistente e das altas taxas de juros.
Analistas citados pela Reuters destacam que medidas prévias como financiamentos hipotecários mais acessíveis e refinanciamento de dívidas corporativas foram estratégias adotadas para mitigar os efeitos das altas taxas. Além disso, a cautela das empresas em demitir trabalhadores, face à escassez de mão de obra durante e após a pandemia, contribuiu para a estabilidade do mercado de trabalho.
A divulgação do PIB será um prelúdio para o relatório de sexta-feira sobre os gastos pessoais com consumo, excluindo alimentos e combustíveis, um indicador monitorado de perto pelo Federal Reserve. A resiliência econômica e as pressões inflacionárias contínuas poderão influenciar as projeções sobre o possível adiamento de cortes nas taxas de juros, que estão no nível mais alto em mais de duas décadas, até o final do ano.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
4. Petróleo registra leve alta em meio a tensões geopolíticas
Os preços do petróleo apresentavam ligeira elevação na quinta-feira, refletindo a análise de dados mistos dos estoques nos EUA e as tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Os futuros do petróleo Brent para junho avançaram 0,10%, alcançando US$88,11 por barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate (WTI) teve alta de 0,11%, cotado a US$82,90 por barril.
Relatórios oficiais revelaram que, na semana até 19 de abril, houve uma queda de 6,4 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA, contrariando as previsões de aumento de 1,6 milhão de barris. Paralelamente, os estoques de destilados subiram inesperadamente em 1,6 milhão de barris, e os de gasolina reduziram-se em 0,6 milhão de barris, abaixo do esperado.
No cenário internacional, persiste a esperança de que os recentes confrontos entre Irã e Israel não escalem para um conflito de maiores proporções. Apesar dos ataques mútuos nas últimas semanas, nenhuma das partes indicou intenções de intensificar o conflito, moderando assim as preocupações de que as tensões possam afetar o suprimento de petróleo da região.
5. Lucro da Vale em queda no primeiro trimestre
A Vale (BVMF:VALE3) reportou um lucro líquido de US$1,7 bilhão no trimestre encerrado em março, uma diminuição de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, com dados afetados por preços realizados mais baixos na comercialização de suas principais commodities: minério de ferro, níquel e cobre. A expectativa consensual era de um lucro de US$1,9 bilhão, de acordo com dados da LSEG.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou US$3,44 bilhões, uma retração de 7% na mesma comparação. No entanto, os efeitos teriam sido parcialmente compensados por maiores volumes de vendas de minério de ferro e cobre.
O preço médio realizado de finos de minério de ferro foi de 100,7 dólares por tonelada, de acordo com a companhia. A produção de minério de ferro atingiu 70,84 milhões de toneladas, melhor resultado para o período desde 2019. Já as vendas subiram 14,7%, chegando a 63,83 milhões de toneladas. A mineradora ainda estimou provisões de US$2,9 bilhões neste ano referentes ao rompimento de barragens de mineração em Brumadinho e Mariana (MG).
Às 7h52 (de Brasília), as ADRs da Vale (NYSE:VALE) recuavam 1,54% no pré-mercado, a US$12,18.
O ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 1,39%.
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