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Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quinta-feira

Publicado 17.06.2021, 06:42
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Por Peter Nurse e Ana Carolina Siedschlag

Investing.com - O Federal Reserve sacudiu os mercados com um tom mais agressivo em relação às altas de juros, derrubando o mercado acionário e o petróleo. Por aqui, o Copom deixou a porta aberta para mais uma alta de 75 pontos-base na Selic em agosto. Os dados de desemprego dos EUA ficam no radar.

Aqui está o que está movimentando os mercados na quinta-feira, 17 de junho.

CONFIRA: Calendário Econômico completo do Investing.com

1. Copom e votação da MP da Eletrobras

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, de 3,5% para 4,25%. A decisão foi unânime e a magnitude da alta está em linha com a expectativa do mercado.

O comunicado divulgado após a decisão retirou o trecho de "ajuste parcial" da política monetária, conforme também era aguardada pelo mercado. Agora, a autoridade monetária vê como "apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro". A próxima reunião será em 3 e 4 de agosto. Além disso, deixou em aberto a possibilidade de um aumento acima de 75 pontos-base caso haja uma "deterioração das expectativas inflacionárias".

Já o plenário do Senado começou a analisar ontem a Medida Provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobras (SA:ELET3). O tema estava na pauta desta quarta-feira para ser discutido e votado, mas a demora na apresentação do relatório, a cargo do senador Marcos Rogério (DEM-RO), fizeram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, determinar a votação nesta quinta.

REPERCUSSÃO-BC eleva Selic a 4,25%

2. Fed assume um tom agressivo

O Fed interrompeu o torpor de verão em que os mercados americanos haviam se acomodado, sinalizando nesta quarta dois possíveis aumentos nas taxas de juros no final de 2023, um ano antes do esperado.

A autoridade monetária concluiu a reunião de política de dois dias mantendo as taxas de juros e compras mensais de títulos inalteradas, como amplamente esperado, mas novas projeções apontam 11 dos 18 dirigentes do banco central sugerindo dois aumentos nas taxas de 25 pontos base em 2023. Isso representou uma mudança abrupta de pensamento em relação à reunião anterior, quando nenhum membro pensava em altas antecipadas.

Às 8h57, o dólar subia para níveis não vistos há cerca de dois meses, com o DXY, o índice do dólar, subindo 0,73% no dia para 91,79, enquanto o rendimento dos títulos do Tesouro americano de 10 anos negociavam a 1,57%, após atingir 1,59% não vista desde o início de março, ante 1,482% na quarta-feira.

O Fed citou uma perspectiva econômica melhor para esta mudança de postura, com o crescimento econômico geral previsto para atingir 7% este ano, acrescentando que a pandemia de Covid-19, que agora dura 15 meses, não era mais um grande obstáculo para a economia dos EUA.

Com isso, as ações americanas devem abrir em baixa nesta quinta, depois que a mudança repentina do Fed pegou os mercados de surpresa.

Por volta das 8h59, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 caíam 0,29%, 0,35% e 0,5%, respectivamente. O EWZ, fundo de índice que replica o Ibovespa em Nova York, caía 0,3% na pré-abertura.

CONFIRA: Cotação dos principais índices futuros globais

3. Dados de desemprego nos EUA

Um dos fatores que contribuíram para que o Fed se tornasse mais agressivo foi a expectativa de forte criação de empregos ao longo dos meses de verão.

O mercado terá a primeira visualização disso com os números de pedidos de seguro-desemprego semanais, às 9h30, horário de Brasília.

O número de solicitantes iniciais do seguro-desemprego nos EUA caiu para 359.000 na semana que terminou em 5 de junho, o menor patamar desde o início da pandemia, e superou 376.000 na semana anterior.

Espera-se que os pedidos contínuos caia de 3,49 para 3,43 milhões na semana que terminou em 12 de junho.

4. Preocupações com cibersegurança

Grandes interrupções na internet estão se tornando comuns. No início da quinta-feira, o banco central da Austrália, o serviço postal e vários bancos foram afetados por falhas na rede, interrompendo os serviços ao cliente e as transações financeiras.

O Banco Central da Austrália foi forçado a cancelar sua operação para comprar títulos do governo de longo prazo devido às dificuldades técnicas.

Além disso, os sites das principais companhias aéreas dos EUA, American Airlines (NASDAQ:AAL) (SA:AALL34), Southwest Airlines (NYSE:LUV) (SA:S1OU34) e United Airlines (NASDAQ:UAL) (SA:U1AL34) sofreram interrupções na manhã de quinta-feira, de acordo com o site de monitoramento Downdetector.

Não está claro se esses dois eventos estão conectados. A interrupção da semana passada de vários sites importantes, incluindo o site do governo do Reino Unido e muitas agências de notícias importantes, foi atribuída a um problema no serviço global de hospedagem de sites Fastly (NYSE:FSLY).

Um dos tópicos que o presidente dos EUA, Joe Biden, discutiu com seu homólogo russo, Vladimir Putin, em sua reunião em Genebra na quarta-feira, foi a segurança cibernética.

Isso segue uma série de ataques de ransomware recentes, ligados a um grupo baseado na Rússia, incluindo um incidente em maio que fechou um oleoduto que fornecia combustível para grande parte da costa leste dos EUA.

ANÁLISE–Biden desdenha Rússia e incentiva aliados a encurralarem Putin

5. Preços do petróleo caem com dólar mais forte

Os preços do petróleo caíam na quinta-feira, saindo das máximas de vários anos com o peso do dólar mais forte na esteira da reunião do Fed, compensando os sinais de aperto no mercado.

Às 9h03, os futuros do WTI caíam 0,18% para US$ 72,01 o barril, após atingir o nível mais alto desde outubro de 2018 na sessão anterior, enquanto os do Brent recuaram 0,3% para US$ 74,18, caindo de seu nível mais alto desde abril de 2019.

Os mercados de petróleo bruto dispararam este ano, apresentando ganhos acima de 40% com a recuperação da demanda da pandemia Covid-19, já que os programas de vacinação bem-sucedidos permitiram a reabertura das principais economias globais.

Também, após o Fed, um dólar mais forte torna o petróleo precificado em dólares mais caro em outras moedas, potencialmente pesando na demanda.

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