Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, após queda de mais de 2% na semana passada, com o movimento nesta sessão apoiado pelo viés positivo em praças acionárias no exterior e pelo forte avanço dos futuros do minério de ferro na China, que impulsionava as ações da Vale.
Às 11h04, o Ibovespa subia 0,6%, a 116.007,36 pontos. O volume financeiro somava 2,7 bilhões de reais.
No exterior, o noticiário chinês ocupava as atenções, com dados do governo divulgados no sábado (horário local) mostrando que os preços ao consumidor voltaram a subir em agosto. Também novos empréstimos bancários na China superaram as expectativas ao quase quadruplicarem em agosto em relação a julho.
O banco central da China também está aumentando o controle sobre compras de montantes elevados de dólares por empresas nacionais, em um momento no qual o iuan tem enfrentado pressão crescente de depreciação.
Na visão da equipe da mesa de renda variável da XP Inc (NASDAQ:XP), os sinais de melhora da economia chinesa tendem a ajudar no humor local, dando fôlego ao Ibovespa.
Os analistas também ressaltaram em nota a clientes que o mercado aguarda a divulgação do IPCA na terça-feira, que eles calculam que deve reforçar a ideia de corte de 0,50 ponto percentual na Selic e reduzir "apostas de que o Copom possa ser mais agressivo no afrouxamento monetário nas reuniões seguintes".
Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,43%, com o avanço das ações da Tesla (NASDAQ:TSLA), enquanto investidores aguardam dados de inflação dos Estados Unidos para obter pistas sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançava 1,65%, a 67,81 reais, beneficiada pela alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com alta de 2,41%, a 851,5 iuans (116,80 dólares) a tonelada.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) valorizava-se 0,45%, a 33,55 reais, conforme os preços do petróleo também subiam no exterior. O contrato Brent, usado como referência pela companhia, tinha elevação de 0,43%, a 91,04 dólares o barril.
- EZTEC (BVMF:EZTC3) ON subia 2,35%, a 21,37 reais, com outros papéis de construtoras também entre as maiores altas do Ibovespa. O índice do setor imobiliário na B3 (BVMF:B3SA3), que também inclui papéis de empresas de shopping centers, registrava acréscimo de 1,09%.
- VIA ON (BVMF:VIIA3) exibia estabilidade, a 1,18 real, após cair 8,5% na semana passada. A varejista precifica na quarta-feira oferta de ações de cerca de 1 bilhão de reais que serão usados para melhoraria da sua estrutura de capital.
- BRAKEM PNA caía 2,69%, a 23,5 reais, tendo como pano de fundo relatório da XP (BVMF:XPBR31) dando início à cobertura do setor petroquímico com recomendação "neutra" para a ação e preço-alvo de 27 reais, e citando que preferem UNIPAR PNB.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) avançava 1,01%, a 27,04%, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhava 0,83%, a 14,5 reais, após perdas da semana passada. Em Nova York, NUBANK subia 4,9% após o JPMorgan (NYSE:JPM) elevar para "overweight".
- BRADESPAR PN (BVMF:BRAP4) recuava 1,05%, a 22,62 reais. A companhia divulgou no final da sexta-feira que foi informada sobre processo administrativo envolvendo certas despesas apropriadas pela Bradespar de 2018, derivadas de pagamentos realizados à Elétron.