Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou perto da estabilidade nesta sexta-feira, em movimento de certa acomodação do índice após queda de mais de 2% na véspera em razão de perspectivas mais duras para a taxa de juros nos Estados Unidos, o levou o índice a registrar sua pior semana desde março.
Vale e Petrobras foram as maiores alavancas ao índice, enquanto B3 e Weg (BVMF:WEGE3) pesaram negativamente.
Índice acionário de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,12%, a 116.008,64 pontos. O volume financeiro da sessão somou 17,8 bilhões de reais.
Na semana, o índice teve queda de 2,32%, a maior desde a semana encerrada em 24 de março.
A sexta-feira mais morna no mercado veio após o Ibovespa acompanhar uma aversão ao risco global na quinta-feira, um dia depois de o Federal Reserve sinalizar uma política monetária restritiva por mais tempo nos EUA, enquanto, no Brasil, o Banco Central esfriou expectativas mais otimistas de uma eventual aceleração no ritmo de cortes da Selic à frente.
"Quando se tem esse movimento grande para baixo em um dia, a tendência é no dia seguinte mostrar alguma acomodação", disse o economista-chefe do Banco ABC (BVMF:ABCB4), Daniel Xavier. "Em ambos os casos foram desfechos mais 'hawkish', mais conservadores, disse Xavier.
Em Wall Street, os três principais índices acionários fecharam levemente no vermelho nesta sexta-feira, sendo que o S&P 500 caiu 0,23%, também tendo registrado a pior semana desde março.
Investidores ainda seguiam atentos à cena fiscal brasileira, diante de incertezas sobre a capacidade do governo de cumprir a meta de déficit zero em 2024.
"O mercado ainda não compra totalmente a trajetória fiscal do país tanto para 2023 quanto para frente. Acho que isso pesa", disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Destaques
- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 0,74%, a 68 reais. Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta sexta-feira, apoiados por políticas de apoio da China à economia e depois que a Rio Tinto (LON:RIO) interrompeu os trabalhos em uma mina de Pilbara após um incidente. Em Cingapura, o contrato de referência da commodity voltou a ultrapassar o nível de 120 dólares por tonelada.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 0,8%, a 34,03 reais. No exterior, os preços do petróleo fecharam praticamente estáveis, após alta mais cedo.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) teve variação negativa de 0,26%, a 26,92 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,77%, a 14,15 reais. Ainda no setor financeiro, B3 ON (BVMF:B3SA3) cedeu 1,3%, a 12,33 reais.
- IRB (RE) ON) (BVMF:IRBR3teve alta de 1,96%, a 40,49 reais. A empresa de resseguros divulgou na noite de quinta-feira um lucro líquido de 22,3 milhões de reais referente a julho, em comparação com prejuízo de 58,9 milhões de reais no mesmo mês do ano passado. Na máxima mais cedo, a ação subiu a 42,99 reais.
- CASAS BAHIA ON cedeu 8,11%, a 0,68 real, acumulando recuo de 38,8% no mês na sequência de perda de 41,2% em agosto. MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) cedeu 4,68%, a 2,24 reais. No varejo alimentar, CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) avançou 2,81%, a 9,15 reais, após seis pregões de queda.
- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) recuou 3,29%, a 20,59 reais, tendo renovado mínima intradia desde o começo de maio a 20,4 reais. Os papéis seguem pressionados pelas incertezas envolvendo uma esperada venda da participação da Novonor na petroquímica.