Investing.com - Após fechar com importante valorização na sessão de ontem, o índice futuro do Ibovespa inicia a sessão desta quinta-feira seguindo a tendência de parte das praças da Europa e dos índices futuros de Wall Street, somando assim 0,21% aos 96.765.
Os investidores mantém o otimismo após a sequência de comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, que reforçou a necessidade de ajuste fiscal e reforma da Previdência em conversas e entrevistas no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Guedes falou em reforma que poderá poupar até R$ 1,3 trilhão em 10 anos, o que sugere um texto mais forte do que o apresentado pelo governo Temer.
Ontem, Jair Bolsonaro deu sinalização contrária ao comentar que os militares podem ser poupados inicialmente e só entrarem numa segunda fase da reforma, estratégia que poderá minar a força do governo com outros grupos organizados de servidores federais.
O dia também será de ajustes para os investidores se posicionarem antes do feriado de amanhã que deixará a Bovespa fechada, enquanto o exterior mantém as operações.
No exterior, o dia é positivo com os futuros de Wall Street operando com ganhos, enquanto os investidores aguardam notícias sobre a negociação entre EUA e China e a possibilidade de a paralisação do governo Trump ser encerada com acordo no Congresso. Ainda no exterior, o dia é de reunião de política monetária do Banco Central Europeu, com expectativa de manutenção das taxas de juros em 0%. O presidente do BCE, Mario Draghi, dará entrevista coletiva após a decisão.
A agenda americana tem como principais destaques da sessão desta quinta-feira a divulgação dos dados dos pedidos de auxílio-desemprego e também os estoques de petróleo do país.
Bolsas Internacionais
Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,09 por cento, a 20.574 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,42 por cento, a 27.120 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,41 por cento, a 2.591 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,56 por cento, a 3.158 pontos.
A jornada europeia desta quinta-feira mais uma vez se mostra de rumos distintos. Em Frankfurt, o DAX tem alta de 0,47% aos 11.122 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE recua 0,16% aos 6.831 pontos. Já em Paris, o CAC registra valorização de 0,53% aos 4.865 pontos.
Commodities
A jornada desta quinta-feira na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian foi marcada por uma nova valorização nos preços dos contratos futuros do minério de ferro. O ativo com maior volume de negócios, com data de vencimento em maio deste ano, teve avanço de 1,61%, encerrando assim o dia negociado a 535,50 iuanes por tonelada, variação diária de 8,50 iuanes.
A sessão também foi positiva para os papéis do vergalhão de aço, que são transacionados na bolsa de mercadorias de Xangai, também na China. O contrato de maior liquidez, também para entrega em maio de 2019, teve ganhos de 37 iuanes a 3.680 iuanes por tonelada. Já o segundo ativo mais negociado, de março somou 31 iuanes a 3.731 iuanes por tonelada.
No caso do petróleo, apesar negativo, a variação está perto da estabilidade. Em Nova York, o barril do tipo WTI perde 0,08%, ou US$ 0,04, a US$ 52,58. Já em Londres, o Brent cai 0,34%, ou US$ 0,21, a US$ 60,93.
Mercado Corporativo
A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta quarta-feira aumento de 1,1 por cento no preço do diesel em suas refinarias, enquanto manteve a cotação da gasolina, de acordo com informação publicada em seu site.
O reajuste, válido a partir de quinta-feira, elevou o preço do diesel para 1,9998 real por litro.
Desde o fim do ano passado, quando terminou o programa de subsídios, que mantinha os preços do diesel controlados, o valor médio do combustível da Petrobras já subiu mais de 10 por cento nas refinarias.
A estatal não comentou nesta quarta-feira os motivos do ajuste no preço, em dia em que o dólar quebrou uma sequência de seis pregões de alta —o câmbio é um dos parâmetros para as mudanças das cotações da estatal.
A Eletrobras (SA:ELET3) informou nesta quarta-feira que encerrou o prazo para apresentação de recurso contra a decisão que aprovou em definitivo o acordo firmado entre a elétrica e seus acionistas norte-americanos, no âmbito da Class Action nos EUA, “sem que tenha sido interposto nenhum recurso”.
“Em decorrência do trânsito em julgado da Class Action, o Acordo já homologado adquire plena eficácia, não existindo mais nenhuma demanda judicial em curso contra a Eletrobras nos Estados Unidos, de conhecimento da Companhia”, afirmou a empresa.
Os investidores nos EUA queriam reparação da estatal por alegadas perdas geradas pelo envolvimento da companhia em casos de corrupção descobertos pelas investigações da Operação Lava Jato.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quarta-feira que o governo vai se empenhar para aprovar independência do Banco Central no Congresso Nacional, e trabalha com a meta de ter a medida consolidada nos primeiros 100 dias do governo.
Onyx apresentou nesta terça-feira medidas prioritárias que o governo de Jair Bolsonaro pretende ter ao menos encaminhadas nos primeiros 100 dias, dentre elas a questão do Banco Central, mudanças contratuais da cessão onerosa, e a redução tributária do Mercosul, além de leilões na área de infraestrutura.
“Vamos trabalhar nesse sentido para consolidarmos a independência do Banco Central, que todos vocês sabem depende de uma decisão congressual”, disse o ministro a jornalistas.
O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de grãos do Brasil, já registra perdas por chuvas excessivas nas lavouras de soja e arroz estimadas em quase 800 milhões de reais, informou nesta quarta-feira a Emater, o órgão de assistência técnica do Estado.
A estimativa foi feita após a Emater realizar levantamento sobre os efeitos das chuvas, que chegaram a mais de 600 milímetros em alguns municípios em apenas uma semana, especialmente na região da Campanha e Fronteira Oeste do Estado, o maior produtor de arroz do Brasil.
A situação no Rio Grande do Sul, tradicionalmente o terceiro produtor de soja do Brasil, difere de outros Estados do país, que sofreram com a seca e altas temperaturas, motivando revisões para baixo nas estimativas de produção nacional da oleaginosa para 117 milhões de toneladas, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou processo para discutir novos limites máximo e mínimo para o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é utilizado no mercado spot da eletricidade e influencia preços no mercado livre de energia, onde grandes consumidores negociam contratos com fornecedores.
A mudança em avaliação no preço spot, que é calculado por modelos matemáticos com base em projeções sobre chuvas na região das hidrelétricas, demanda por energia e outros dados, entraria em vigor “não antes de 2020”, disse a Aneel em nota à Reuters.
O preço spot pode variar atualmente de um piso de 42,35 reais até um teto de 513,89 reais por megawatt-hora, mas esse intervalo chegou a ser bem maior no passado. Até 2014, última vez em que a agência reguladora discutiu os limites inferiores e superiores para o PLD, o patamar mínimo era de cerca de 15 reais e o máximo de 822,83 reais.
A carga de energia elétrica no Brasil teve nova máxima nesta quarta-feira, no quarto recorde consecutivo registrado apenas em janeiro, diante das altas temperaturas, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em nota.
Puxada pelo calor, que aumenta o uso de aparelhos de ar condicionado, a carga máxima no sistema interligado do país registrou na tarde desta quarta-feira a marca de 89.114 megawatts, ante 87.489 MW na véspera.
Ainda houve novo recorde de carga também no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, com pico de 53.143 megawatts nesta quarta-feira, em comparação com recorde anterior de 52.771 megawatts também na terça-feira.
Agenda de Autoridades
A quinta-feira do presidente Jair Bolsonaro será marcada por diversas reuniões bilaterais com líderes estrangeiros, como o Primeiro-Ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, o Primeiro-Ministro da República Tcheca, Andrej Babis, o Presidente da Polônia, Andrzej Duda e o Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, todos na parte da manhã. Após o almoço, tem novas reuniões com o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa e com o Presidente da Colômbia, Iván Duque. Ao final do dia, inicia a viagem de volta ao Brasil.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanha Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial de Davos.