A valorização do minério de ferro em Dalian, na volta dos mercados chineses após dois dias de folga, beneficia as ações da Vale (BVMF:VALE3) e consequentemente o Ibovespa. Já os papéis da Petrobras operam com volatilidade, diante do recuo do petróleo no exterior e por conta das dúvidas a respeito da manutenção ou não do presidente Jean Paul Prates na empresa.
Outra fonte de valorização vem das bolsas americanas, que sobem moderadamente, mesmo após subiram na sexta. A elevação em Nova York leve reflete a espera dos investidores pela agenda da semana, que ganhará força nos próximos dias, com destaque a dados de inflação que poderão ajudar nas apostas para o início da queda dos juros nos EUA. Ao mesmo tempo, os juros dos títulos dos Tesouro dos EUA avançam.
O Índice Bovespa sobe nesta manhã para a faixa dos 128 mil pontos, tentando amenizar as perdas de 1,02% da semana passada. Na sexta, fechou com queda de 0,50%, aos 126.795,41 pontos.
O avanço é bem visto, dado que se for na contramão, abandonando o suporte em torno dos 126 mil pontos, pode acelerar mais perdas, ressalta Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, em nota.
De todo modo, diz que os investidores seguirão acompanhando com atenção a situação na Petrobrás. Além disso, o economista chama a atenção para a defasagem em torno dos 17% nos preços dos combustíveis da empresa, o que pode elevar as incertezas dos investidores. Nesta segunda-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá se reunir (às 18 horas, de Brasília) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cancelou sua participação em evento na capital paulista nesta segunda para retornar a Brasília. A expectativa é que o tema do encontro seja Petrobras. Ontem, Lula chegou a convocar uma reunião que seria para tratar da crise na estatal, mas cancelou.
Ao mesmo tempo em que se monitoram se Prates continuará na presidência da Petrobras, os investidores aguardam novidades a respeito dos dividendos extraordinários, que estão retidos pela empresa.
Ao longo da semana, a agenda ganhará força. Serão divulgados, por exemplo, dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos de março. Os indicadores poderão ajudar a calibras a apostas para a política monetária dos dois países. Enquanto por aqui a dúvida é quanto ao ritmo de queda a Selic após o Comitê de Política Monetária (Copom) do mês passado, no EUA o início imediato do corte de juros parece cada vez mais incerto, depois do forte payroll.
Segundo Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, a expectativa é de uma leve desaceleração do CPI dos EUA em março, por conta dos preços de energia. "Ou seja, não é algo que podemos contar nas próximas divulgações e a também não influencia o chamado núcleo da inflação, mais observado pelo Fed", avalia.
Na visão de Saadia, há no horizonte um risco de uma reaceleração da inflação nos EUA. Neste caso, diz em relatório, o Fed seria forçado a manter os juros em níveis elevados por mais tempo, salvo algum susto vindo do fiscal americano ou da quebra de empresa.
Às 10h47, o Ibovespa subia 1,16%, na máxima aos 128.262,97 pontos, ante abertura aos 126.796,42, em alta de 0,02%, que também foi a mínima até agora. Vale subia 3,47%, com o minério fechando com ganhos de 3,19%, cotado a 791,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 109,41, em Dalian, na China. Petrobras PN (BVMF:PETR4) avançava 0,10% e ON cedia 0,03%. Entre os grandes bancos, a maior alta era Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) ON, com 1,79%.