Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, buscando ampliar a série de altas e superando os 111 mil pontos na máxima, com uma bateria de resultados corporativos no radar, entre eles os números de Banco do Brasil, que superaram as previsões do mercado.
Às 11:25, o Ibovespa subia 0,47%, a 110.757,28 pontos, caminhando para a oitava alta consecutiva. No melhor momento, chegou a 111.309,64 pontos. O volume financeiro somava 7,5 bilhões de reais.
A trajetória positiva no pregão brasileiro é apoiada, principalmente, na perspectiva de que o Federal Reserve talvez não precise ser tão agressivo no aperto monetário para controlar a inflação nos Estados Unidos.
IPP: Inflação dos EUA tem queda em julho e resultado fica bem abaixo das previsões
Tal prognóstico ganhou fôlego após dados de preços ao consumidor norte-americano mais baixos do que o esperado divulgados na véspera e foi reforçado por dados nesta quinta revelando queda inesperada nos preços ao produtor nos Estados Unidos em julho.
"Olhando a dinâmica recente de mercado, acredito que apenas um número (de inflação) muito mais alto do que as expectativas, e com um qualitativo muito ruim, será capaz de alterar a dinâmica mais positiva de curto prazo", diz Dan Kawa, diretor de Investimentos na gestora de recursos TAG.
"Ainda me parece que teremos que conviver com inflação mais alta por mais tempo nos EUA - e no mundo -, mas há questões técnicas, de valuation e posicionamento, que parecem estar dando suporte de curto-prazo às bolsas globais", afirmou em nota a clientes.
Em Wall Street, o índice S&P 500 subia 0,92%.
Na B3 (BVMF:B3SA3), o ímpeto também é favorecido por sinalizações do Banco Central no Brasil e alívio na inflação de curto prazo do país, que também referendaram apostas de que o ciclo de alta da taxa Selic acabou ou está praticamente encerrado.
DESTAQUES
- Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) subia 4,85%, a 41,91 reais, após uma escalada do crédito impulsionar o lucro do segundo trimestre do banco de controle estatal, que também elevou suas previsões para as principais linhas de desempenho em 2022.
- Minerva (BVMF:BEEF3) disparava 6,7%, a 13,69 reais, após o Ebitda alcançar o recorde de 778 milhões de reais para o período, aumento de 42,8% ano a ano. MARFRIG ON (BVMF:MRFG3), que divulga balanço após o fechamento, subia 4,09%, a 13,48 reais.
- Grupo de Moda Soma (BVMF:SOMA3) ON avançava 3,55%, a 12,24 reais, conforme o resultado operacional disparou 90,6% no segundo trimestre ano a ano, impulsionado por forte aumento de vendas.
- BRF (BVMF:BRFS3) caía 7,93%, a 15,80 reais, na esteira de prejuízo líquido de 468 milhões de reais no segundo trimestre, acima da perda de 240 milhões de reais registrada um ano antes e pior do que o esperado, afetado por dois eventos não recorrentes no trimestre: dívida designada como "hedge accounting" e hiperinflação na Turquia.
- Equatorial (BVMF:EQTL3) cedia 4,16%, a 24,41 reais, após divulgar prejuízo líquido de 170 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de 510 milhões de reais registrado um ano antes, em resultado afetado por itens não recorrentes.
- Braskem PNA (BVMF:BRKM5) perdia 2,85%, a 35,80 reais, com resultado ligeiramente pior do que o esperado para o segundo trimestre, com prejuízo líquido de 1,4 bilhão de reais pressionado em parte por impacto de variação cambial.
- Petz (BVMF:PETZ3) recuava 3,54%, a 10,90 reais, mesmo após a rede de pet shops divulgar na noite de quarta-feira lucro líquido ajustado de 32,8 milhões de reais, alta de 35,7% sobre o desempenho obtido um ano antes.
- Vale (BVMF:VALE3) subia 3,33%, a 72,38 reais, oferecendo um suporte relevante ao Ibovespa, uma vez que os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura avançaram nesta quinta-feira, com reabastecimento de estoques e compra especulativa sustentando os preços spot na China, maior produtora mundial de aço.
-PETROBRAS PN caía 0,43%, a 36,95 reais, após uma abertura mais positiva, em sessão da alta do petróleo Brent no exterior.
- XP (BVMF:XPBR31) INC caía 8,13% em Nova York, a 18,86 dólares, em mais uma sessão de forte queda. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) cortaram a recomendação para as ações da XP Inc (O:XP) para "neutra" de "overweight", bem como reduziram o preço-alvo para 23 dólares no fim de 2023. Na véspera, a ação afundou mais de 13% após resultado trimestral com lucro quase estável e queda em margem operacional.
(Edição de José de Castro)