Liquidação ou Correção de Mercado? Seja como for, aqui está o que fazer em seguidaVejas ações caras

Por que o Fed pode esfriar os mercados hoje? Confira a opinião de analistas

Publicado 14.12.2022, 08:45
© Reuters
FCHI
-
DE40
-
ES35
-
USD/BRL
-
USD/EUR
-

Por Laura Sanchez

Investing.com – Os mercados europeus iniciaram o dia no vermelho nesta quarta-feira, com os principais índices acionários aguardando o evento macroeconômico do dia: a decisão de juros do Federal Reserve (Fed) às 16h de Brasília.

A expectativa consensual é que haja um aumento de 50 pontos-base (pb) nas taxas de juros americanas, para a faixa de 4,25%-4,5%, após uma elevação acumulada de +375 pb desde março (quatro altas seguidas de 75 pb).

A atenção dos mercados também está voltada à coletiva de imprensa do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, que será realizada logo após o anúncio.

Os analistas mostravam divergência ao avaliar o “tom” de hoje do Fed.

“Essa moderação no número de elevações tem como base certo arrefecimento dos dados de inflação e uma deterioração do ciclo, que deve se intensificar nos próximos trimestres, devido ao efeito atrasado do aperto monetário na economia real”, explicaram os analistas da Renta 4 em nota.

A Link Securities acrescentou: “Não acreditamos que os números do IPC de ontem nos EUA sejam significativos o suficiente para que os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mudem sua visão geral da inflação e da economia do país, inclusive seu posicionamento quanto à política monetária”.

“Além disso, entendemos que a última coisa que o Comitê deseja neste momento é que as condições financeiras no país se flexibilizem, algo que está ocorrendo, devido à alta dos preços dos títulos e o consequente recuo das taxas. Por isso, nossa expectativa é que o presidente do Fed, Jerome Powell, mantenha uma fala firme em relação ao combate à inflação, um discurso que muitos investidores, que já estão começando a descontar uma virada na política monetária do país em 2023, podem não gostar”, ressaltou a Link Securities.

Elevação de juros, até quando?

Os analistas concordam que o essencial será saber até onde o banco central americano pretende subir os juros oficiais antes de dar por encerrado o processo de normalização.

“Teremos uma ideia das suas intenções no gráfico de projeções dos membros do Fomc, no qual eles indicam como esperam que as taxas oficiais se comportem nos próximos anos. Também será interessante saber o cenário macro publicado pelo Fed, a fim de verificar como as expectativas de crescimento e inflação dos analistas da instituição evoluíram nos últimos meses”, comentou a Link Securities.

“Vamos aguardar uma atualização das previsões de PIB e inflação, bem como uma revisão para cima das projeções, na medida em que as anteriores, de setembro, apontaram para um teto de 4,6% nas taxas, quando Powell já havia declarado que seria algo maior”, complementou a Renta 4.

De acordo com esses analistas, “o mercado está descontando elevações adicionais até um nível-alvo de 4,75%-5% no primeiro semestre de 2023, com o Fed disposto a sacrificar mais o crescimento e o emprego para controlar os preços”.

Em seu relatório diário de mercado, os analistas do Bankinter comentaram que “o cenário que os investidores estão precificando é que a taxa terminal será de 5%, bem como que as próximas elevações serão de 25 pb e que, no último trimestre de 2023, pode haver um corte de juros. Veremos se esse cenário muda após o discurso de Powell".

O Fed conseguirá esfriar o mercado?

A Renta 4 lembra que “em suas últimas previsões (setembro), a estimativa de inflação para 2023 continuava acima da meta (2,8% vs. 2%), arrefecendo para 2,3% em 2024, enquanto o PIB em 2023 foi rebaixado para 1,2%, recuperando-se para 1,7% em 2024". Eles acrescentaram: “Não esperamos cortes de juros e um retorno para níveis neutros (3%) até que o controle da inflação seja confirmado (2024). Por isso, esperamos que o discurso seja bastante rígido (juros maiores por mais tempo), o que esfriará os mercados, principalmente após os fortes ralis recentes. Caso essa expectativa de discurso mais firme se materialize, podemos ver alguma realização de lucro nas ações e títulos, bem como alguma recuperação no dólar, após uma desvalorização desde o fim de setembro de 11% para 1,06 no USD/EUR”.

“A inflação de serviços é a principal fonte de preocupação do Fed. O Fed precisa continuar subindo as taxas para desacelerar a demanda e manter o crescimento abaixo do potencial, a fim de restaurar o equilíbrio e controlar a inflação. A decisão de moderar o ritmo de alta de juros não significa que o combate à inflação será relaxado. É uma questão de conceder tempo para que o aperto acumulado da política monetária tenha seu efeito na economia”, concluiu o Bankinter.

 

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.