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Risco alto de contração dos EUA impõe cautela e Ibovespa cai em quase toda a carteira

Publicado 05.08.2024, 08:27
Atualizado 05.08.2024, 11:40
© Reuters Risco alto de contração dos EUA impõe cautela e Ibovespa cai em quase toda a carteira

O Ibovespa cai desde abertura nesta segunda-feira, 5, e perdeu quase 3 mil pontos, com desvalorização na carteira praticamente generalizada, refletindo o recuo das bolsas internacionais. O clima defensivo nos mercados deve-se à percepção de que os Estados Unidos podem passar por uma recessão.

Hoje, a agenda de indicadores está esvaziada no Brasil, mas ganhará força nos próximos dias, com destaque à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. Nos EUA, nesta segunda, saíram dados de atividade (PMI, na sigla em inglês).

"Segue o cenário externo. Aqui, com o agravante de que o dólar está acelerando devido à fuga de capital", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. A moeda subia

A aversão a risco internacional começou na sexta-feira após dados de atividade americanos mais fracos do que o esperado fortalecerem a ideia de recessão nos Estados Unidos. Em Nova York, o Nasdaq perde 5,00% nesta manhã e as bolsas europeias abriram com forte desvalorização. Ná Ásia, Tóquio despencou 12,40%.

"Também pudera. Os indicadores dos Estados Unidos da semana passada vieram fracos, a safra de resultados do segundo trimestre também foi fraca, especialmente das big techs, o Oriente Médio fazendo um piquenique à beira o vulcão e a Venezuela com eleições fraudadas", sintetiza Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, em análise.

Como ressalta a LCA Consultores, o temor de contração da economia global segue alto, com impactos nos ativos de risco e isso pode elevar a pressão para que os principais bancos centrais tenham de ser agressivos na expansão da política monetária para evitar uma contração econômica.

Neste sentido, a ata do Copom, que sairá amanhã no Brasil, ganha ainda mais importância. Na semana passada, o colegiado manteve a Selic em 10,50% como o esperado, indicando que este nível deve permanecer pelo menos até o final de 2024. Em meio ao avanço das expectativas de inflação e das incertezas fiscais, alguns economistas não descartam alta do juro básico em algum momento. Na Focus divulgada hoje, a mediana das projeções para a Selic em 2025 subiu de 9,50% para 9,75% ao ano.

Nem mesmo a valorização de 1,97% do minério de ferro em Dalian, na China, em meio ao crescimento do PMI de serviços do país e do anúncio de medidas chinesas de estímulo, impede a queda dos papéis metálicos e consequentemente do Ibovespa. Só as ações do Bradesco (BVMF:BBDC4) avançam, após o lucro trimestral recorrente do banco ficar maior do que o previsto por analistas. Às 10h45, Bradesco subia entre 3,88% (ON) e 3,64% (PN).

Na sexta-feira, o principal indicador da B3 (BVMF:B3SA3) fechou com queda de 1,21%, aos 125.854,09 pontos, acumulando recuo de 1,29% na semana - o segundo seguido. "Abre-se novamente a possibilidade de o Ibovespa perder o nível dos 123.400 pontos com o mercado ficando um pouco à deriva", cita Bandeira.

Às 10h46, o Índice Bovespa caía 1,44%, aos 124.039,04 pontos, ante recuo de 2,21%, na mínima aos 123.073,16 pontos, depois de ceder 1,45%, quando marcou máxima aos 125.850,51 pontos (mesmo nível da abertura). Além de Bradesco, Raiadrogasil (2,04%), Minerva (BVMF:BEEF3) (0,62%) e Cielo (BVMF:CIEL3) (0,17%) subiam.

Às 10h58, o Ibovespa caía 1,38%, aos 124.118,40 pontos, com o índice futuro renovando máxima a 124.395 pontos, com recuo de 1,90%.

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