Taxas de juros de longo prazo acompanham Treasuries e caem com abalo na área de IA

Publicado 27.01.2025, 16:48
Atualizado 27.01.2025, 16:50
© Reuters. Moedas de 1 realn15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs de longo prazo fecharam a segunda-feira em baixa no Brasil, acompanhando o recuo firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior, em meio à aversão ao risco disparada pela queda das ações de empresas ligadas à inteligência artificial em todo o mundo.

Entre os contratos de curto prazo as variações foram menores, com a curva refletindo um cenário de dificuldades para a inflação no Brasil em semana de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para julho de 2025 -- um dos mais líquidos no curtíssimo prazo -- estava em 14,14%, ante o ajuste de 14,133% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 15,145%, ante o ajuste de 15,132%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,02%, ante 15,14% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,94%, ante 15,063%.

O principal gatilho para as negociações globais no dia foi a notícia de que a startup chinesa DeepSeek lançou na semana passada um assistente de IA gratuito e de custo muito menor na comparação com outras empresas estabelecidas no mercado.

Em reação, papeis de companhias ligadas à IA despencaram em todo o mundo, pesando sobre índices acionários como o Nasdaq, que recuava mais de 3% em Nova York.

Em meio à aversão a ativos de maior risco, investidores retiraram recursos das bolsas e foram às compras de Treasuries, o que pesou sobre os yields.

No Brasil, as taxas dos DIs com prazos mais longos acompanharam o fechamento da curva norte-americana. Às 10h45, a taxa do vencimento para janeiro de 2031 marcou a mínima de 14,97%, em queda de 17 pontos-base ante o ajuste de sexta-feira.

Na ponta curta da curva, porém, as taxas tiveram movimentos mais tímidos, com investidores mantendo posições antes da decisão do Copom na próxima quarta-feira.

Perto do fechamento a curva a termo precificava 90% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base da taxa básica Selic no encontro do colegiado, contra 10% de chance de aumento de 125 pontos-base. Atualmente a Selic está em 12,25% ao ano.

Investidores e analistas têm se apegado às comunicações mais recentes do Banco Central para precificarem a alta de 100 pontos-base. No encontro anterior, no início de dezembro, o Copom sinalizou a intenção de promover mais dois aumentos de 100 pontos-base pelo menos, considerando o cenário adverso para a inflação.

No relatório Focus divulgado na manhã desta segunda-feira as projeções do mercado seguiram traduzindo uma deterioração das expectativas de inflação. A mediana para o IPCA projetado para 2025 passou de 5,08% para 5,50% e para 2026 foi de 4,10% para 4,22% -- em ambos os casos bem acima do centro da meta contínua de inflação do BC, de 3%.

O cenário fiscal também segue se deteriorando no Focus, com o mercado projetando déficit nominal de 8,72% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 8,33% em 2026, ante percentuais de 8,37% e 7,55%, respectivamente, uma semana antes. O resultado nominal representa a diferença entre receitas e despesas do governo, já incluindo o pagamento dos juros da dívida pública -- referenciados em grande parte na Selic.

Às 16h36, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 8 pontos-base, a 4,544%.

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