A ata da última reunião do FOMC deve marcar dois pontos importantes sobre a política monetária dos EUA.
O primeiro é a indicação da continuidade das altas de juros, as quais devem ocorrer nas duas próximas reuniões em 26 de setembro e 8 de novembro, segundo nossas projeções.
O segundo ponto é o reforço do crescimento americano, sem alterações significativas das projeções de inflação de médio e longo prazo, o que suscita a alta de juros mais pela normalização da política monetária, do que como uma resposta a um estresse nos preços.
Neste segundo ponto, o presidente Trump já declarou insatisfação, conforme citamos aqui ontem. Ainda assim, a independência do Fed é um dos pontos centrais na condução da política monetária nos EUA.
Basta lembrarmos a insatisfação de Reagan com a escalada de juros promovida por Paul Volker nos anos 80, chegando em 20% no primeiro ano do mandato.
Ainda que existam dúvidas sobre os efeitos de tais altas na atividade econômica e no rumo dos índices inflacionários, dado o cenário inédito de ‘desrespeito’ à curva de Phillips, o Fed deve concluir seu processo e levar os juros reais americanos ao terreno positivo ainda este ano, o que pode incrementar ainda mais a demanda global por dólares.
Para Trump, a situação vai além do virtual embate com Jerome Powell.
Com seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort preso e seu ex-advogado, Michael Cohen buscando um acordo com a justiça, a possibilidade de um presidente Pence começa a crescer.
Mais um ponto de volatilidade nos mercados globais.
CENÁRIO POLÍTICO
A hipersensibilidade do mercado às pesquisas eleitorais ignora alguns fatores relevantes neste momento.
De certa maneira, trazem pouca novidade relevante e fixam o cenário das pesquisas mais recentes.
Lula cresce, até pelo efeito de ‘notoriedade da marca’, ou seja, ele e Bolsonaro são os elementos mais conhecidos aqui, principalmente com o ex-presidente tendo feito descaradamente campanha antecipada, em nome de uma suposta ‘caravana’ pelo Brasil.
Ainda assim, o mercado parece superestimar a capacidade de transferência de votos para Haddad, o qual sequer ainda é conhecido, chamado por ‘Andrade’ por parte dos eleitores de Lula, dos quais tem antipatia de 39%.
A campanha só começou.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY operam em queda, a prisão de ex-assessor e ex-advogado de Trump.
Na Ásia, o fechamento foi positivo na sua maioria, mesmo com a política.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, quedas, com destaque ao ferro.
O petróleo abre em alta em NY e em Londres, com queda no estoque americano e sanção ao Irã.
O índice VIX de volatilidade abre em alta acima de 0,2%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0491 / 1,96 %
Euro / Dólar : US$ 1,16 / 0,207%
Dólar / Yen : ¥ 110,45 / 0,127%
Libra / Dólar : US$ 1,29 / -0,085%
Dólar Fut. (1 m) : 4026,74 / 1,52 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 7,75 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 8,52 % aa (3,02%)
DI - Janeiro 21: 9,66 % aa (3,09%)
DI - Janeiro 25: 12,12 % aa (3,24%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,50% / 75.180 pontos
Dow Jones: 0,25% / 25.822 pontos
Nasdaq: 0,49% / 7.859 pontos
Nikkei: 0,64% / 22.363 pontos
Hang Seng: 0,63% / 27.928 pontos
ASX 200: -0,29% / 6.266 pontos
ABERTURA
DAX: 0,215% / 12411,12 pontos
CAC 40: 0,378% / 5429,05 pontos
FTSE: 0,496% / 7603,23 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 75698,00 pontos
S&P Fut.: -0,119% / 2858,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,098% / 7404,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,29% / 83,69 ptos
Petróleo WTI: 1,66% / $66,93
Petróleo Brent:1,61% / $73,80
Ouro: 0,08% / $1.196,89
Minério de Ferro: -0,44% / $67,65
Soja: -0,75% / $16,43
Milho: -0,63% / $357,50
Café: -0,66% / $97,30
Açúcar: -0,88% / $10,08