- Todos os quatro principais índices dos EUA apagaram perdas intrasemanais e registaram pequenos ganhos, mas ainda sob resistência.
- Todos também estão potencialmente formando padrões de continuação, sugerindo outra perna de alta, para retestar os preços recorde.
- A narrativa do mercado muda do medo de taxas mais altas para a aceitação, mas espera mais flutuações até que um pico de preço mais alto seja formado.
- Dólar em baixa com o crescimento mais fraco dos EUA em comparação com a Europa e o Japão
- Aumento do petróleo, mas deve ter um novo pico para sustentar a tendência de alta
- Bitcoin e ethereum dentro das tendências de baixa
A Semana Que Passou
Na sexta-feira os quatro principais índices dos EUA avançaram, eliminando três dias de perdas e estendendo o avanço semanal por uma segunda semana de ganhos. Graças a queda do dólar e do rendimento dos títulos doTesouro, que recuaram em uma mudança da narrativa do mercado. Agora, a história diz que Jerome Powell, do Federal Reserve, não aumentará as taxas de juros rápido demais, mesmo que a economia melhore.
O S&P 500 subiu na sexta-feira, ganhando 1,6%, com todos os setores no verde. No entanto, o líder foi o defensivo Serviços Públicos, um aumento de 2,6%, enquanto o setor de crescimento Industrial ficou atrasado, subindo apenas mais 0,83%. O índice de referência avançou 0,55% na semana.
Enquanto o preço ainda está abaixo da resistência da estrela cadente do dia 16, pode estar se formando – ou até mesmo quebrando – um padrão contínuo de flâmula.
A alta semanal do Utilities Select Sector SPDR (NYSE:XLU) confirmou a linha de tendência de alta desde março de 2009, aumentando pela terceira semana desde que quase ricocheteou.
O Dow Jones Industrial Average avançou 1,4% na sexta-feira, cancelando as perdas da terça e quarta-feira, mas ainda está sujeito à estrela cadente do dia 16. Como o S&P 500, este índice também pode estar formando ou até mesmo completou um padrão de flâmula contínuo.
O NASDAQ Composite subiu 1,25% na sexta-feira, para ganhar 1,35% na semana. Semanalmente, superou seus pares.
Para quem não está convencido do significado de suporte e resistência, uma olhada rápida no NASDAQ Composite pode demonstrar o poder da estrela cadente do dia 16. Em nenhum dia o índice fechou mais alto do que o fechamento de 7.239,47 do dia 16, ou seja, até sexta-feira. No entanto, o fechamento da sexta-feira não conseguiu superar a estrela cadente da quarta-feira.
O small-cap Russell 2000 subiu ainda mais na sexta-feira, em 1,35%, para ganhar 0,4% na semana. Ele superou, diariamente, todos os outros principais índices dos EUA. Também está dominado pela estrela cadente do dia 16.
O rendimento dos títulos do Tesouro com vencimento em 10 anos caiu para 2,87%, aproximadamente onde começou a semana, enquanto os investidores dissecam o relatório semestral da política monetária do Fed ao Congresso. O dólar ficou estável versus seus principais pares.
O relatório indicou que o banco central vê o mercado de trabalho em pleno emprego ou além, enquanto alguns bolsões de finanças estão mostrando sinais de aumento de alavancagem e alta valorização. Preocupação com o fato de o Fed aumentar o ritmo das altas de juros agitou os mercados no início da semana. Os investidores podem observar, no entanto, que historicamente, os mercados continuaram a subir durante os primeiros 18 a 24 meses de taxas de juros crescentes, quando a inflação permaneceu sob o controle do Fed.
Os comerciantes não parecem convencidos pela inclinação hawkish do Federal Reserve, com o mercado ainda fixando os preços em menos do que as altas de juros de três quartos de ponto que as autoridades indicaram como prováveis este ano. A ata da reunião de janeiro do Fed indicaram que a confiança da economia está se fortalecendo em meio a sinais de que a inflação está aumentando.
Do ponto de vista técnico, enquanto os mercados não fizerem novas altas — começando com a recente resistência das estrelas cadentes, aparecendo nos quatro principais índices dos EUA —, os investidores provavelmente oscilarão entre o otimismo em relação aos fundamentos econômicos/corporativos fortes e a ansiedade quanto ao aumento das taxas de juros.
Talvez a narrativa do mercado esteja começando a ditar os fundamentos simples: as taxas devem aumentar pelo mesmo motivo que os preços das ações subiram, por causa de uma economia em expansão. O crescimento do PIB foi em média 2,9% nos últimos três trimestres, em comparação com uma média de 2,1% desde 2010. Isso, juntamente com uma mínima de 17 anos no desemprego, aumentando a confiança do consumidor, e o aumento do investimento empresarial está estimulando expectativas de inflação mais altas, o que, por sua vez, está levando as expectativas de aumento das taxas potencialmente mais rápidas do Fed. Historicamente, as ações funcionam bastante bem nas primeiras fases das altas da taxa de Fed, que é agora.
De qualquer ângulo que os investidores analisam, as taxas de juros ainda estão muito baixas pelos padrões históricos. É verdade que os rendimentos de 10 anos aumentaram de 2,04% para 2,95%, um máximo de quatro anos. No entanto, em 2013, as taxas apresentaram um aumento mais dramático de 0,84 ponto percentual, de 1,63% para 43%. Como o mercado reagiu? Em 2014 avançou quase 14%.
Embora tenhamos menos probabilidades de desfrutar de uma outra montanha-russa nas ações, ainda é provável que tenha ganhos, embora com um ritmo mais moderado e "normal".
O Goldman Sachs diz que a queda do dólar não tem relação com o déficit duplo dos EUA ou a fraca política do dólar de Trump. De acordo com o banco de investimentos, não é mais do que análise comparativa para a Europa e Japão, reversões que estão apoiadas por um crescimento econômico mais rápido, algo que dizemos desde junho de 2017.
Tecnicamente, bulls e bears estão ficando agressivos, com consolidação desde 15 de janeiro. A direção do intervalo do rompimento provavelmente determinará o próximo grande movimento, de pelo menos 2%, a altura da parte menor do padrão.
A libra esterlina caiu cerca de 60 pips na sexta-feira, antes de ricochetear, sem explicação aparente. O sentimento foi positivo quando as negociações de Brexit estavam indo relativamente bem. Embora possa ser nada mais do que um "dedo gordo", pedimos que os operadores fiquem atentos. Às vezes, esses movimentos dramáticos ocorrem quando os operadores estão nervosos com alguma coisa, ou seja, o crash instantâneo da libra em outubro de 2016 devido as preocupações com o Brexit.
O bitcoin reafirmou seu canal descendente, aumentando a probabilidade de retestar os US$ 6.000 anteriores.
O ethereum está sendo negociado dentro de um canal descendente claro, sugerindo que uma vez que o preço caia abaixo de US$ 800 o nível de US$ 600,00 será retestado.
A Semana à Frente
Todos os horários de Brasília
Segunda-feira
10:30: EUA – Índice de Atividade Nacional Fed Chicago (janeiro): deverá cair de 0,27 para 0,22.
12:00: EUA – Venda de Casas Novas (janeiro): previsão de aumento de 2,4% ao mês, de uma queda de 9,3%.
Terça-feira
07:00: Zona do Euro – Clima de Negócios (fevereiro): espera-se que mantenha os 1,5.
O euro está potencialmente formando um topo duplo, com um rompimento de fuga abaixo de 1.2200.
10:00: Alemanha – IPC (fevereiro, preliminar): deverá aumentar de 1,6% em janeiro para 1,5% ao ano
10:30: EUA – Pedidos de Bens Duráveis (janeiro): previsão de queda de 2% ao mês, dos 2,9%, e subir 0,2% dos 0,6% excluindo transporte.
22:00: China – PMI Industrial, PMI Não-Manufatura (fevereiro): a produção deverá aumentar de 51,3 para 51,4, enquanto o PMI não-manufatura deverá cair de 55,3 para 55,2.
O Shanghai Composite saltou 1,15% em um intervalo semanal excepcional, para um avanço de 2,85% com um padrão crescente, sugerindo que o preço reteste o nível de 3.600.
Quarta-feira
04:00: Alemanha – Confiança do Consumidor (março): Deverá cair de 11 para 10.
05:55: Alemanha – Taxa de Desemprego (fevereiro): a taxa de desemprego aumentará de 4,9% para 5,1%, enquanto o número de desempregados cai em 20 mil.
07:00: Zona do Euro – Inflação (fevereiro, preliminar): a previsão da inflação aumentou de 1,2% para 1,3% ao ano com o IPC-núcleo se mantendo em 1%.
10:30: EUA – PIB (quarto trimestre, segunda estimativa): Espera-se que o índice melhore de 3,2% para 2,5% em relação ao trimestre anterior.
11:45: EUA – PMI de Chicago (fevereiro): deverá cair de 64 para 65,7.
12:00: EUA – Vendas Pendentes de Moradias (janeiro): previsão de aumento de 0,5% ao mês.
12:30: EUA – EIA Estoques de Petróleo Bruto (semana encerrada em 23 de fevereiro): as reservas devem aumentar em 1,2 milhão de barris.
Na sexta-feira, o petróleo bruto WTI recuou, mas manteve-se no rumo certo para um segundo aumento semanal que foi apoiado por uma retirada surpresa nos estoques dos EUA. Tecnicamente, o preço precisa registrar um pico que seja mais alto do que a alta anterior US$ 66,66, registrada em 25 de janeiro.
Tarde: EUA - Presidente do Fed Depoimento de Jerome Powell: o novo presidente apresentará sua visão sobre a economia dos EUA e a política do Fed, para o Congresso em sua primeira aparição pública no comando do banco central.
22:45: China – PMI Industrial Caixin (fevereiro): Previsão de queda de 51,5 para 51,2, para a pesquisa do setor privado.
Quinta-feira
02:00: Japão – Confiança do Consumidor (fevereiro): espera-se que mantenha os 44,7.
O par USD/JPY formou um martelo invertido, com potencial de alta, após a confirmação com um fechamento mais alto do que o seu corpo real. Tal fechamento pode sinalizar o fortalecimento do dólar, em direção ao topo do padrão. No entanto, os operadores devem perceber que sua inclinação descendente esclarece seu viés.
06:30: Reino Unido – PMI Industrial (fevereiro): Deverá cair de 55,3 para 55,2.
07:00: Zona do Euro – Taxa de Desemprego (janeiro): Deverá cair de 8,7% para 8,6%.
10:30: EUA – Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego (semana encerrada em 24 de fevereiro): leitura anterior 222.000.
12:00: EUA – PMI Industrial ISM (fevereiro): Deverá cair de 59,1 para 58,6.
Sexta-feira
06:40 Reino Unido – PMI Construção (fevereiro): deverá aumentar de 50,2 para 50,5.
10:30: Canadá – PIB (quarto trimestre): deverá passar dos 1,7% para 1,6% ao ano.