Acima do topo das projeções e ainda assim, em contração de 1,73% para 0,59%; basicamente, este é o cenário para o IPCA-15 de ontem, o qual suscitou forte reação dos investidores quanto ao futuro da política monetária no Brasil.
Para nossa projeção, 0,49% fomos somente surpreendidos pelo custo mais elevado de comunicação, o qual se concentrou no aumento de 4% em TV por assinatura e em partes de saúde e cuidados pessoais.
A não ser pelos indicadores acima, não houve surpresa na leitura da inflação e a pressão de alimentos saiu de 2,25% para 1,52% e transportes de 3,43% para 1,80%, ou seja, os dois itens que tem sustentado uma parcela significativa das altas recentes.
No restante, a pressão de inflação subjacente continua, sem surpresas neste ponto e a desinflação observada nos itens que tem alimentado a inflação em nível mundial ainda precisam da resolução dos eventos China/Ucrânia para se garantirem em queda como um todo, portanto, não vemos real mudança no cenário de política monetária.
Se o COPOM quiser elevar os próximos 50 bp e parar, certamente o sinalizará via alguma reunião extraordinária de um de seus membros, como em eventos corporativos ou governamental, como o tem feito nos últimos 2 anos.
Nossa projeção continua de uma inflação pressionada, porém abaixo do que se pode considerar o topo de abril, ou seja, num processo gradual descendente, até finalmente se estabilizar abaixo dos 0,5% no final do segundo semestre.
Resumindo, vemos uma boa dose de exagero do mercado na leitura da inflação de ontem, o que pode custar posições importantes, quando o BC rechaçá-la.
Hoje o foco fica para a leitura da ata da última reunião do FOMC, em meio ao cenário de indicadores econômicos que trazem dúvida quanto ao futuro do necessário ciclo de aperto monetário nos EUA e mais importante, redução do balanço do Fed e dos estímulos do mercado de trabalho.
Muitos membros do comitê já expressam preocupação por um possível cenário estagflacionário, sem efetivamente usar os instrumentos de política monetária adequados, em meio ao atual cenário.
Atenção também aos pedidos de bens de capital e duráveis nos EUA e PPI japonês.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em queda, à medida que os mercados tentam se recuperar das perdas, em especial nas Techs.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, exceto pelo Nikkei, à medida que o banco central da Nova Zelândia aumenta os juros novamente em 0,5%, de 1,5% para 2%.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York com oferta apertada, expectativa de demanda firme.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,88%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,8194 / 0,13 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,596%
Dólar / Yen : ¥ 127,13 / 0,237%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,231%
Dólar Fut. (1 m) : 4828,50 / 0,18 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,41 % aa (1,06%)
DI - Janeiro 24: 13,00 % aa (1,84%)
DI - Janeiro 26: 12,04 % aa (1,86%)
DI - Janeiro 27: 12,01 % aa (2,00%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,2129% / 110.581 pontos
Dow Jones: 0,1518% / 31.929 pontos
Nasdaq: -2,3478% / 11.264 pontos
Nikkei: -0,26% / 26.678 pontos
Hang Seng: 0,29% / 20.171 pontos
ASX 200: 0,37% / 7.155 pontos
ABERTURA
DAX: 0,237% / 13952,75 pontos
CAC 40: 0,175% / 6264,06 pontos
FTSE: 0,537% / 7524,57 pontos
Ibov. Fut.: -0,10% / 111252,00 pontos
S&P Fut.: 0,03% / 3941,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,100% / 11782,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,01% / 131,92 ptos
Petróleo WTI: 1,36% / $111,26
Petróleo Brent: 1,07% / $114,77
Ouro: -0,60% / $1.855,20
Minério de Ferro: 1,97% / $131,40
Soja: -0,41% / $1.686,00
Milho: -1,17% / $762,75
Café: 0,51% / $214,75
Açúcar: 0,10% / $19,77