O nosso índice futuro fechou a semana em queda, após subir consecutivamente por seis semanas. A grande maioria daqueles que operam no mercado já comentavam que a qualquer momento poderíamos ver uma correção (que não necessariamente se encerrou). Correções são movimentos naturais e esperados para que os ativos ganhem novo fôlego para darem continuidade aos seus movimentos principais ou iniciais, e que também geram oportunidade para que os investidores / traders se reposicionem (ajustem suas posições) com relação aos seus portfólios.
Desta forma, o mais importante nesse momento é afirmar que a tendência principal do nosso índice continua sendo de alta.
Mas quais foram os gatilhos que determinaram essa correção?
Em termos de notícias, além de ainda estarmos vivendo um momento conturbado no que diz respeito à uma possível desaceleração da economia global, o que já é um motivo bem importante de apreensão para os mercados, o desenrolar da tragédia de Brumadinho que pesa bastante sobre a (SA:VALE3), e em especial o atraso na votação da reforma da previdência, sem dúvida nenhuma foram fatores preponderantes para o ajuste que aconteceu na semana que passou.
Sobre a previdência, o texto que já havia sido enviado pelo ex-presidente Michel Temer não poderá ser aproveitado, e portanto, um novo texto deverá ser enviado para apreciação da câmara para que esta possa colocar o mesmo em votação - o que estimam acontecer a partir de junho deste ano.
Contudo, além das notícias, tivemos sinais gráficos bem importantes que sugeriram que esta correção poderia acontecer já agora. Olhando para a figura abaixo, vemos que o índice futuro rompeu para cima o canal de alta (marcado pelas linhas tracejadas em verde). Na primeira vez que isso aconteceu (seta em vermelho), o dia posterior fechou logo em seguida com uma forte queda. Nessa segunda vez, o rompimento foi dado por dois candles em forma de doji (círculo em azul), que são figuras conhecidas por representarem indecisão / dúvida, que podem indicar tanto uma continuidade de movimento, como uma reversão (o que neste caso era o mais provável, por estarem no topo do canal já mencionado).
Falando mais sobre essa correção, podemos observar também que o gráfico não retornou ao seu suporte mais imediato, que coincide com a retração de Fibonacci de 61,8%, e que teria ainda espaço para ir até a base / fundo do canal de alta, que também coincide com a retração de Fibo de 38,2%. Por um outro lado, o candle diário desta última 6af engolfou para cima o corpo do candle do dia anterior (marcado pela seta em verde), e o rompimento deste engolfo para cima poderá ativar a retomada de alta do
índice futuro.
O dólar por sua vez, apesar de ter reagido com todas essas notícias, mantém uma figura muito bem definida de OCO (Ombro, Cabeça, Ombro), conhecido como um padrão de forte de reversão (caso a linha de pescoço marcada pelo retângulo em rosa seja rompida), e reforçado também por uma LTB (Linha de Tendência de Baixa) marcada em vermelho.
O dollar index (que é um índice que compara o dólar americano contra uma cesta de outras moedas), depois de uma alta significativa durante o ano de 2018, impulsionado principalmente pela expectativa de aumentos frequentes na taxa básica de juros americana, vem trabalhando dentro de uma estabilidade no início de 2019, respeitando um intervalo relativamente curto entre o seu suporte e resistência mais próximos.
De acordo com a tabela abaixo, podemos ver como alguns ativos se comportaram na semana que passou (para esta semana não temos a variação do índice Shanghai Composite e futuros do minério de ferro devido ao feriado na China).
Os índices americanos e o DAX romperam suas LTBs mais imediatas, mas precisam ainda fazer um fundo e um topo ascendente (de acordo com a teoria de Dow), para confirmarem a retomada da tendência de alta. Na semana que passou especificamente, a insistência de Trump em construir um muro na fronteira com o México (podendo acarretar a volta do shutdown nos EUA), e a sua decisão de não encontrar o líder chinês Xi Jinping antes do término temporário de manutenção das tarifas atuais sobre diversos produtos desse país, voltaram a gerar preocupações nos mercados de todo o mundo. 
O preço do barril de petróleo teve uma queda bem acentuada na semana que passou, principalmente com as preocupações relativas à possível desaceleração da economia global - aparentemente o acordo de corte na produção da OPEC + ainda não surtiu o efeito esperado. Podemos ver que assim como os principais índices, o mesmo também apresentou uma boa recuperação se comparado à sua recente mínima, mas continua operando abaixo do preço de abertura de 2018, e se encontra neste momento numa zona de preço de muita indefinição.
Olhando para o calendário econômico, a semana terá eventos importantes, como a ata do Copom aqui no Brasil, oferta de empregos, inflação e vendas no varejo nos EUA. Sumarizamos abaixo, o calendário divulgado pela Investing.com, filtrando apenas os eventos que normalmente trazem mais volatilidade aos mercados.
Além disso, teremos nesta semana a divulgação de resultados de diversas empresas, com destaque para os resultados do Banco do Brasil (SA:BBAS3), Cosan (SA:CSAN3) e Usiminas (SA:USIM5).
Abraços a todos,