Todos os olhos para a ata da última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), a reação mais pesada do BaCen à questão fiscal e sua influência na inflação brasileira, assim como a manutenção dos juros por mais tempo.
O desenho de um corte de juros antes das eleições era o início do segundo semestre, com as projeções se dividindo entre julho e mais tardar, agosto deste ano, considerando os efeitos defasados da política monetária e sua ação na economia.
Naquele momento, uma parcela dos investidores considerava que o vencedor do pleito pouco importava, afinal, Bolsonaro havia abandonado boa parte do fiscalismo em nome do projeto de reeleição, mas retornaria a ele, caso eleito; enquanto este grupo acreditava numa reedição do primeiro governo petista, ou seja, pragmático e fiscalmente responsável, mas com gastos públicos maiores.
Já durante a transição, a demora da escolha de ministros, a completa falta de um projeto econômico e o excesso de ruído deram o tom do que seria o novo governo e ao assumir, muito veio à tona, com sinais ruins como contrarreformas, ataques ao mercado e ao Banco Central e tentativa de reversão daquilo que foi implantado nos últimos 6 anos.
Eis que o novo governo parece estar focado nisso, em desfazer o legado dos últimos dois mandatos, mesmo sendo ele positivo para o país, em um sinal de que o pragmatismo não vingou e o revanchismo deve guiar as decisões daqui em diante, independente se tal herança foi positiva ou não.
Comentamos isso tudo para chegar à ata da última reunião do COPOM e um possível sinal de extensão do ciclo de aperto monetário, em resposta a tais políticas e o cenário de piora da qualidade e volume dos gastos públicos, com reflexos diretos nas curvas de juros futuros.
São poucas oportunidades em que o novo presidente não usa o palanque para atacar os juros, o Banco Central, sua independência e obviamente, isso soa no mínimo negativo aos olhos dos investidores, refletindo tais preocupações em como os juros reagirão no futuro.
Deste modo, ainda que estivesse 14 anos no poder, o atual presidente parece não compreender que juros não são causa, são consequência e que portanto, o governo fazer a “lição de casa” “a sua parte” na economia é literalmente a melhor forma de dar espaço para que o Banco Central corte os juros de maneira livre e desimpedida.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo discurso de Powell às 14:00 e resultados corporativos.
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, após a elevação de juros por parte do banco central australiano.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com os sinais de recuperação da economia chinesa e o terremoto na Turquia.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,46%.
CÂMBIO Dólar à vista : R$ 5,1504 / 0,33 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / -0,056%
Dólar / Yen : ¥ 131,86 / -0,709%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 0,017%
Dólar Fut. (1 m) : 5202,93 / 0,96 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,81 % aa (0,23%)
DI - Janeiro 25: 13,22 % aa (-0,02%)
DI - Janeiro 26: 13,09 % aa (-0,08%)
DI - Janeiro 27: 13,09 % aa (-0,27%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,1826% / 108.722 pontos
Dow Jones: -0,1031% / 33.891 pontos
Nasdaq: -0,9953% / 11.887 pontos
Nikkei: -0,03% / 27.685 pontos
Hang Seng: 0,36% / 21.299 pontos
ASX 200: -0,46% / 7.504 pontos
ABERTURA
DAX: 0,020% / 15348,96 pontos
CAC 40: 0,093% / 7143,76 pontos
FTSE: 0,437% / 7870,94 pontos
Ibov. Fut.: 0,17% / 109046,00 pontos
S&P Fut.: 0,16% / 4130,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,441% / 12556,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,69% / 107,41 ptos
Petróleo WTI: 2,15% / $75,70
Petróleo Brent: 1,95% / $82,57
Ouro: 0,42% / $1.874,50
Minério de Ferro: -1,83% / $121,05
Soja: 0,39% / $1.527,50
Milho: -0,44% / $676,75
Café: 0,74% / $178,20
Açúcar: -0,10% / $20,72