A dura atuação do BC no câmbio teve efeito até acima do desejado, levando a uma queda semanal do dólar de 1,52%, mas demonstra que a sensibilidade dos agentes de mercado à política se adiantou em muito, impulsionada pela paralisação recente dos caminhoneiros.
Ainda que o dólar tenha retornado a patamares menores, o mercado de juros futuros continua a embutir uma tensão extra e a sensibilidade aos indicadores eleitorais se torna ainda maior.
Todavia, mesmo que em certos momentos se aponte uma alta de juros na reunião do COPOM da próxima semana, dificilmente a autoridade monetária dará este tipo de saída às distorções do mercado e mesmo os indicadores de inflação mais pressionados pelo choque de oferta dão base a um aperto ainda este ano.
Mesmo na piora do cenário, o elevado hiato do produto continua a garantir níveis inflacionários abaixo da meta, evitando assim uma transferência das recentes distorções de preços, principalmente alimentos.
Na semana, além dos indicadores de atividade econômica no Brasil, atenção à inflação nos EUA e encontros dos BCs da Zona do Euro, Japão e do FOMC.
CENÁRIO POLÍTICO
A história contada pela mais recente pesquisa eleitoral tira o ímpeto dado a Ciro nas últimas semanas (inclusive midiático) e dá a Marina o seu ainda histórico quinhão de curto prazo.
O problema para Marina é a dificuldade em alimentar alianças, pela necessidade de protagonismo na chapa e para buscar tempo adicional de TV, ponto crucial na atual eleição.
Ciro já começou a auto sabotagem, ao dizer que antes de se unir ao DEM e ao PP, necessitava um acordo com partidos de esquerda, o que irritou os partidos de centro direita.
No âmbito internacional, após o desastre do G7, Trump tenta marcar pontos com Kim e o mercado gosta, por enquanto.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY sobem, na perspectiva da reunião com a Coreia do Norte.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, na expectativa pela reunião e reuniões de BCs durante a semana.
O dólar opera em alta leve contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, somente o minério de ferro sobe.
O petróleo abre em queda em NY e em Londres, com o aumento da oferta americana e russa.
O índice VIX de volatilidade abre em alta acima de 3,5%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,7083 / -5,36 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,102%
Dólar / Yen : ¥ 110,00 / 0,622%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,417%
Dólar Fut. (1 m) : 3712,93 / -5,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 8,14 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 8,71 % aa (-1,47%)
DI - Janeiro 21: 9,58 % aa (-2,15%)
DI - Janeiro 25: 11,78 % aa (-2,32%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,23% / 72.942 pontos
Dow Jones: 0,30% / 25.317 pontos
Nasdaq: 0,14% / 7.646 pontos
Nikkei: 0,48% / 22.804 pontos
Hang Seng: 0,34% / 31.064 pontos
ASX 200: -0,20% / 6.045 pontos
ABERTURA
DAX: 0,203% / 12792,50 pontos
CAC 40: 0,184% / 5460,27 pontos
FTSE: 0,721% / 7736,45 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 72838,00 pontos
S&P Fut.: 0,000% / 2778,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,021% / 7153,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,17% / 89,81 ptos
Petróleo WTI: -1,05% / $65,05
Petróleo Brent:-0,92% / $75,76
Ouro: -0,11% / $1.296,78
Minério de Ferro: -0,66% / $64,74
Soja: -0,28% / $18,02
Milho: -0,26% / $376,25
Café: 0,13% / $116,75
Açúcar: 0,33% / $12,31