A entrevista do presidente do Banco Central ontem no Roda Viva, além da ausência de um jornalismo sério e preparo em grande parte dos questionamentos à uma autoridade monetária, se pautou por uma postura estável e respostas institucionais.
Não cedeu à ofensiva de confronto que o governo se propõe e foi alimentada por parte dos jornalistas e expos a dificuldade do Banco Central em agir num cenário de incertezas, em meio à dúvida do ainda etéreo “arcabouço fiscal”.
Parte da ofensiva do governo não vem totalmente do fato da taxa de juros estar ainda em 13,75% aa, afinal, até muito recentemente, tal taxa estava em pleno declínio nas curvas de juros futuros e apontavam para o início do afrouxamento monetário já no início do segundo semestre.
Todavia, ao alimentar uma série enorme de incertezas e adicionar ruído ao sistema, o governo sozinho se auto imputou uma “ferida” que se traduziu como desancoragem das expectativas de inflação e adiamento do início do corte de juros.
Neste contexto e sabendo que o crescimento econômico neste ano não vingará, o governo adotou uma postura beligerante e colocou o Banco Central como bode expiatório de todos os problemas do país, sem informar aos desavisados que a queda de juros mais depende do governo do que do Banco Central.
Reiterando; sabíamos que o corte de juros a 2% aa, apesar da claque de parte dos economistas e do mercado, traria uma resposta à altura com um aumento expressivo de juros como ocorreu, o qual se tornou acidentalmente providencial, com o aumento do fluxo de capital estrangeiro e obvia queda na inflação.
Ainda assim, a discussão atual não possui caráter técnico ou econômico, é política e em uma última instância, pessoal, afinal, RCN é a herança deixada por Bolsonaro ao atual governo e mesmo agindo dentro da estrita tecnicidade do cargo, não satisfaz a sanha intervencionista, afinal, alterar meta não é instrumento de Política Monetária.
As atenções se voltam às inflações, onde na Alemanha o PPI, inflação ao atacado retornou ao positivo, após quatro deflações, sendo as três anteriores consecutivas, todas baseadas em ações governamentais para reduzir o custo de energia.
Nos EUA, hoje é dia do CPI, inflação ao varejo e grande atenção dos investidores, especialmente após uma série pesada de dados do mercado de trabalho e dúvidas quanto ao futuro do ciclo de elevações de juros nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com o Nikkei em alta após a nomeação de Kazuo Ueda para o BoJ.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, destaque de alta ao ouro e minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com o o aumento dos estoques americanos da commodity.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,93%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1706 / -0,84 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / 0,354%
Dólar / Yen : ¥ 132,17 / -0,302%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / 0,346%
Dólar Fut. (1 m) : 5189,38 / -1,02 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,52 % aa (0,59%)
DI - Janeiro 25: 12,98 % aa (0,45%)
DI - Janeiro 26: 13,02 % aa (0,45%)
DI - Janeiro 27: 13,12 % aa (-0,02%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,7015% / 108.837 pontos
Dow Jones: 1,1121% / 34.246 pontos
Nasdaq: 1,4821% / 11.892 pontos
Nikkei: 0,64% / 27.603 pontos
Hang Seng: -0,24% / 21.114 pontos
ASX 200: 0,18% / 7.431 pontos
ABERTURA
DAX: 0,220% / 15431,17 pontos
CAC 40: 0,427% / 7239,36 pontos
FTSE: 0,470% / 7984,97 pontos
Ibov. Fut.: 0,69% / 109011,00 pontos
S&P Fut.: 0,13% / 4152,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,006% / 12563,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,09% / 108,66 ptos
Petróleo WTI: -1,31% / $79,09
Petróleo Brent: -0,92% / $85,81
Ouro: 0,53% / $1.861,06
Minério de Ferro: 1,72% / $122,45
Soja: -0,06% / $1.541,75
Milho: -0,15% / $685,25
Café: 0,76% / $178,90
Açúcar: 0,71% / $21,41