As certezas estão ainda na incerteza. Os ambientes que embasaram os cortes recentes de juros, além da queda da inflação e atividade econômica falharam em responder conforme o Banco Central e boa parte do mercado preconizaram.
O contexto internacional continua cada vez mais desafiador, com a China agora endurecendo a postura na guerra comercial com os EUA e deixando de lado a discussão de diversas demandas americanas no tema.
Sabendo que a questão tanto de tarifações, quanto de propriedade intelectual dominarão o tema, a China aproveita para deixar de lado discussões de peso que os afetam como a questão de subsídios e da reforma de políticas industriais.
Um movimento clássico de Xiangqi, com a perda de peças importantes, para desfocar a atenção do oponente, neste caso Trump, que está fortemente preocupado com a questão de seu crescente impeachment na câmara dos deputados.
Esta também é uma resposta às notícias de que Trump estaria deliberando maneiras de limitar o fluxo de portfólio de investidores americanos na China, o que incluiria o fechamento de capital de empresas chinesas nas bolsas de valores dos EUA.
Este é um ponto importante a se colocar em pauta, pois neste momento, a possibilidade de recessão nos EUA está posta tão somente se a guerra comercial não obtiver uma solução crível no curto prazo.
Caso contrário, indicadores como o Payroll e ADP de semana passada, ainda que tenham sugerido uma desaceleração devido aos resultados abaixo das expectativas, na verdade desenham um cenário de forte pelo emprego, com a taxa aos 3,5% e melhor, sem impacto nos salários (em resumo, inflação), com estabilidade no custo por hora trabalhada.
Localmente, a desidratação da reforma da previdência é resposta aos eventos políticos mais recentes e uma reação da “velha política” ao novo contexto colocado pelo governo federal.
O presidente tem “telhado de vidro” com a situação de seu filho Flávio e acaba por se utilizar de práticas para preserva-lo muito semelhantes à de seus oponentes, expondo o governo aos ataques da velha guarda.
Com isso, ainda que no prazo determinado, a reforma da previdência vai perdendo potência e aparentemente, um aceno ao fisiologismo, neste caso com a cessão onerosa é o que trará a mesma à força anterior.
A piora do sinal vem também da necessidade da reforma tributária, a qual deve gerar discussões mais acaloradas que da previdência.
Este é o cenário de céu de brigadeiro que deflagrou o corte de juros no Brasil. Repleto de incertezas e sem um rumo concreto de médio prazo.
A semana tem agenda com foco em inflações, em especial o IPCA, CPI e PPI nos EUA, além da ata da última reunião do FOMC.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em queda, com os temores da guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi misto, no aguardo do movimento chinês nas conversações com os EUA.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata.
O petróleo abre em alta, ainda que o cenário esteja incerto no crescimento global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 7,16%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0568 / -0,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,064%
Dólar / Yen : ¥ 106,85 / 0,112%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,227%
Dólar Fut. (1 m) : 4070,77 / -0,49 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,72 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,86 % aa (-0,41%)
DI - Janeiro 23: 5,97 % aa (-0,17%)
DI - Janeiro 25: 6,58 % aa (-0,45%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,0198% / 102.551 pontos
Dow Jones: 1,4224% / 26.574 pontos
Nasdaq: 1,4000% / 7.982 pontos
Nikkei: -0,16% / 21.375 pontos
Hang Seng: -1,11% / 25.821 pontos
ASX 200: 0,71% / 6.564 pontos
ABERTURA
DAX: 0,256% / 12043,50 pontos
CAC 40: 0,177% / 5498,05 pontos
FTSE: 0,084% / 7161,38 pontos
Ibov. Fut.: 1,14% / 102613,00 pontos
S&P Fut.: -0,529% / 2941,50 pontos
Nasdaq Fut.: -0,509% / 7739,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,12% / 77,84 ptos
Petróleo WTI: 0,40% / $53,10
Petróleo Brent:0,33% / $58,56
Ouro: -0,13% / $1.501,43
Minério de Ferro: -0,09% / $92,18
Soja: 0,39% / $15,64
Milho: 0,19% / $385,50
Café: 0,05% / $98,90
Açúcar: -0,94% / $12,63