No fechamento regular de mercado, o dia parecia “normal” ao seguir os desígnios do mercado internacional, em especial após o ministro João Roma fazer um anúncio sem novidade alguma e o presidente Bolsonaro garantir tudo dentro do teto.
Foi então que o ministro Guedes, no after-market, pediu um waiver, um passe-livre para gastar no programa social fora do teto dos gastos, como temiam os investidores e levou à forte reação dos ativos, com maior abertura da curva de juros e perda no mercado futuro do iBov.
O custo seria concentrado em 2021 e 2022 e não preveria extensão para depois das eleições, o que pode gerar resistência de parte da base de apoio do governo do congresso, além da desaprovação de todos que tem o mínimo de preocupação com a questão fiscal.
Ambos os candidatos à eleição de 2022 se mostram vocalmente incomodados com a adoção do teto dos gastos e seus limites constitucionais, pois tiram exatamente este ‘poder de extrapolar’ a dívida pública, ao ponto de arriscar o potencial de financiamento do governo e a recorrência ao expediente do aperto monetário extremado.
Neste contexto, se torna inevitável a reação dos investidores ao descalabro fiscal, com adição de maiores prêmios na curva de juros e no câmbio, dificultando ainda mais o trabalho do Banco Central na condução da política monetária.
No exterior, mais uma serie recente de recordes nas bolsas de valores começa a suscitar a necessidade de correção dos ativos, catalisados por temores ainda não resolvidos de pior dos problemas no setor imobiliário chinês, além dos problemas usuais que atingem 2021, como inflação e choque de oferta.
As ações da endividada China Evergrande Group (HK:3333) (OTC:EGRNY) caíram mais de 12% hoje, voltando a serem negociadas após uma paralisação que durou mais de duas semanas, devido ao anúncio de que havia fracassado um acordo para vender para a Hopson (HK:0754) uma participação de 50,1% em seu negócio de serviços imobiliários.
Nos EUA, democratas não conseguem convencer dois membros chave do centro do partido em aprovar o plano de Biden com severo aumento de impostos para financiar a área social e atenção hoje aos indicadores antecedentes e imóveis.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com foco em balanços e correção dos ativos, após recordes.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após o retorno da Evergrande em negociações do mercado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos a partir de 10 anos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto ouro e platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, apesar da queda dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,36%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,5978 / 0,23 %
Euro / Dólar: US$ 1,16 / -0,069%
Dólar / Iene : ¥ 114,00 / -0,228%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,174%
Dólar Fut. (1 m) : 5546,98 / -1,05 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 9,23 % aa (5,01%)
DI - Janeiro 23: 9,90 % aa (0,61%)
DI - Janeiro 25: 10,90 % aa (0,09%)
DI - Janeiro 27: 11,27 % aa (0,71%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: 0,1026% / 110.786 pontos
Dow Jones: 0,4288% / 35.609 pontos
Nasdaq: -0,0490% / 15.122 pontos
Nikkei: -1,87% / 28.709 pontos
Hang Seng: -0,45% / 26.018 pontos
ASX 200: 0,02% / 7.415 pontos
Abertura
DAX: -0,092% / 15508,60 pontos
CAC 40: -0,378% / 6680,26 pontos
FTSE 100: -0,347% / 7198,02 pontos
Ibovespa Futuros.: -0,26% / 111466,00 pontos
S&P 500 Futuros: -0,28% / 4515,5 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,122% / 15352,00 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,71% / 104,40 ptos
Petróleo WTI -0,73% / $82,88
Petróleo Brent: -1,27% / $84,96
Ouro: 0,32% / $1.786,36
Minério de Ferro: -0,88% /$ $123,49
Soja: -0,50% / $1.239,50
Milho: -0,19% / $538,00
Café: 0,46% / $208,35
Açúcar: 0,79% / $19,11