O último dia de agosto ainda traz à lembrança de um mês de intensa volatilidade, interferência política, incertezas fiscais, ensaios de reabertura da atividade econômica e o elemento eleitoral, tudo isso em nível local e global.
O mês começou positivo para os ativos de mercado financeiro, impulsionados por notícias cada vez mais intensas de uma possível vacina funcional contra o COVID-19, o que possibilitará uma reabertura segura da atividade econômica mundial.
Neste contexto, as bolsas de valores internacionais buscaram renovar durante algumas oportunidades seus recordes nominais e até reais e tal ciclo só foi efetivamente rechaçado por pioras pontuais, em partes relacionadas ao avanço da pandemia em algumas localidades, misturada por notícias de retomada de algumas quarentenas regionalizadas.
Localmente, o peso que recaiu sobre o país foi o fiscal.
Animada pela possibilidade de obter novos recursos durante a pandemia, a classe política articulou o quanto pode para criar uma cizânia entre o grupo do ministro Paulo Guedes, o qual busca a responsabilidade fiscal, unida às reformas estruturantes e os pseudo-desenvolvimentistas, os quais demandas recursos para obras, programas de financiamento habitacional, continuidade das transferências de renda e isenções setoriais de impostos.
Tal grupo tinha grande aderência às políticas adotadas no Brasil até dois mandatos atrás, muito semelhante o modus operandi dos militares, durante a década de 70, todavia, o resultado tanto nos governos democráticos, quanto militares foi uma galopante e quase incontrolável inflação, como resposta ao descalabro fiscal.
O mercado entende que tal risco de descontrole, que inclui a revisão do teto dos gastos é neste momento o mais imperativo ao Brasil e nas diversas ocasiões onde tanto o fiscal, quanto a manutenção de Paulo Guedes entrou em risco, a reação foi extrema.
O presidente Bolsonaro parece entender, ao menos momentaneamente, os riscos de perder ambos e sinalizou um recuo.
O mês se completou com um Fed totalmente dovish e propondo novos pontos de vista quanto às metas inflacionárias, os quais garantiriam uma taxa de juros sensivelmente baixa por um longo período, impulsionado por programas contínuos de liquidez.
Quando se é reserva mundial de valor, isto é bem mais factível do que quando se é uma economia periférica.
A semana tem agenda pesada, com mercado de trabalho nos EUA e no Brasil, o PIB, fiscal, balança comercial e produção industrial e inflações.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o melhor agosto para as bolsas em 30 anos.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com os PMIs chineses e força nas bolsas japonesas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao ouro e platina.
O Petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com o suporte global a estímulos econômicos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,49%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3894 / -3,24 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,092%
Dólar / Yen : ¥ 105,93 / 0,550%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / -0,345%
Dólar Fut. (1 m) : 5410,88 / -2,84 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 3,42 % aa (-0,87%)
DI - Janeiro 23: 4,01 % aa (-2,43%)
DI - Janeiro 25: 5,82 % aa (-2,68%)
DI - Janeiro 27: 6,78 % aa (-2,59%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,5099% / 102.143 pontos
Dow Jones: 0,5672% / 28.654 pontos
Nasdaq: 0,6047% / 11.696 pontos
Nikkei: 1,12% / 23.140 pontos
Hang Seng: -0,96% / 25.177 pontos
ASX 200: -0,22% / 6.060 pontos
ABERTURA
DAX: 0,452% / 13092,14 pontos
CAC 40: 0,694% / 5037,67 pontos
FTSE: -0,607% / 5963,57 pontos
Ibov. Fut.: 1,59% / 102282,00 pontos
S&P Fut.: 0,548% / 3504,40 pontos
Nasdaq Fut.: 0,373% / 12044,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,60% / 73,58 ptos
Petróleo WTI: 1,16% / $43,52
Petróleo Brent: 1,51% / $46,48
Ouro: 0,04% / $1.966,14
Minério de Ferro: 0,05% / $122,45
Soja: 1,63% / $966,00
Milho: 1,88% / $352,50 $352,50
Café: 3,38% / $127,10
Açúcar: -1,33% / $12,60
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