sugeriu, indicou, foi hawk, foi nem tanto. A interpretação para a decisão do FOMC ontem passou do pretenso otimismo, com um Fed “menos duro”, até a visão de que os 75 bp, com possibilidade de 50 é bom.
No melhor estilo “metamorfose ambulante”, Powell teve um discurso duro com a inflação, se mostrou preocupado com a possibilidade do Fed gerar recessão, sendo que os EUA estão longe desta situação no momento, ao mesmo tempo em que deixou claro o aquecimento do mercado de trabalho precisa ser observado como um elemento de pressão de preços.
Do comunicado à entrevista, a decisão gerou uma miríade de interpretações quanto o futuro dos juros nos EUA, onde muitos esperam que o Fed inicie o processo de redução do ritmo de altas de juros em breve, o que justifica o bom humor dos investidores, refletidos nos ativos ontem.
Falar sobre as “decisões futuras dependem dos dados” é na verdade o maior clichê de uma autoridade monetária que no fim, sequer conseguiu decidir pela preservação do atual ritmo de altas ou por sua redução.
O que se pode interpretar, no fim, é um Fed amorfo, ou seja, não cravou nenhuma decisão, o que de certa maneira, para a liquidez dos mercados é algo bom, mas não consegue transmitir certeza no trabalho de condução da política monetária.
Eis que a leitura do PIB americano hoje chama fortemente a atenção, além obviamente o PCE, a inflação que é o foco do Fed.
A mediana do mercado não mostra, porém um comunicado do governo americano tentando “redefinir” o que pode ser interpretado como recessão técnica daria a dica quer um PIB negativo é uma possibilidade concreta.
Como o Fed agora é “data driven”, um PIB pior, com a serie de dados ruins da atividade econômica nos EUA que tem se avolumado pode trazer a interpretação de um Fed menos Hawk e iniciando os cortes de juros no início de 2023.
Localmente, o IGP-M registrou inflação sensivelmente abaixo da mediana do mercado e demonstra uma contração consistente de todos os itens, com IPC-M saindo de 0,30% para 0,21%, o IPA-M de 0,71% para 0,28% e o INCC-M de 2,81% para 1,16%.
Eis que o trabalho do COPOM está muito mais fácil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelo PIB e pelos balanços de Mastercard, Caterpillar, AbInbev, Merck e após o fechamento, StarBucks, Amazon (NASDAQ:AMZN) e Apple (NASDAQ:AAPL).
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com resultados da Samsung (KS:005930) puxando a Coreia do Sul e o FOMC animando os mercados.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro, prata e platina.
O petróleo abre em alta em Londres e alta em Nova York, por temores de oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,22%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2436 / -1,98 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / -0,451%
Dólar / Yen : ¥ 135,47 / -0,791%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,197%
Dólar Fut. (1 m) : 5247,50 / -1,89 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,00 % aa (0,27%)
DI - Janeiro 24: 13,68 % aa (-0,73%)
DI - Janeiro 26: 12,95 % aa (-1,07%)
DI - Janeiro 27: 12,96 % aa (-1,18%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,6701% / 101.438 pontos
Dow Jones: 1,3729% / 32.198 pontos
Nasdaq: 4,0635% / 12.032 pontos
Nikkei: 0,36% / 27.815 pontos
Hang Seng: -0,23% / 20.623 pontos
ASX 200: 0,97% / 6.890 pontos
ABERTURA
DAX: -0,195% / 13140,72 pontos
CAC 40: -0,039% / 6255,48 pontos
FTSE: -0,147% / 7337,47 pontos
Ibov. Fut.: 1,62% / 102480,00 pontos
S&P Fut.: -0,26% / 4014 pontos
Nasdaq Fut.: -0,630% / 12540,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,16% / 121,32 ptos
Petróleo WTI: 2,14% / $99,34
Petróleo Brent: 1,58% / $108,30
Ouro: 0,38% / $1.740,60
Minério de Ferro: 3,21% / $116,00
Soja: 0,00% / $1.578,75
Milho: 1,67% / $610,25
Café: -0,09% / $218,75
Açúcar: 0,92% / $17,56