FOMC e COPOM, a Hora da Verdade. Aberturas Positivas na Expectativa por BCs

Com a proximidade da decisão de juros desta quarta-feira, a “sangria” observada nos mercados começa a dar sinais de “coagulação”, ou seja, perdas menos expressivas nas bolsas de valores, ainda que a volatilidade continue elevada.

A divisão de apostas entre uma alta de 50 e 75 bp por parte do FOMC é o óbvio driver das tensões e continua de certa maneira a pautar a dicotomia entre os efeitos recessivos de um necessário aperto mais intenso ou dos custos impostos pela inflação, dada uma postura mais leniente com os juros.

O resultado das empresas já é afetado por esta inflação, assim como a redução da renda das famílias afetando o consumo, em meio às incertezas impostas pelo atual cenário e com isso, o mercado já não vê a leniência do Fed com bons olhos.

Seja qual for o resultado, a avaliação de curtíssimo prazo pode ser positiva, caso o Fed mantenha o atual ritmo de 50 bp, mas com impactos menos duradouros na inflação, levando à uma reação posterior negativa.

Por outro lado, uma elevação de 75 bp pode trazer reações negativas de curtíssimo prazo, mas demonstra que o Fed se empenha em combater a inflação, ou seja, fazer o mínimo do seu papel e a reação posterior pode ser positiva.

Enquanto isso, observamos a reboque a decisão do COPOM hoje, após a aprovação da redução do ICMS, com impacto potencial de até 200 bp no IPCA deste e do próximo ano e da possibilidade de uma elevação de combustíveis abaixo das nossas projeções de 15%, com impactos já precificados no bimestre, agora mais modestos.

Com isso, o COPOM pode dar largada ao experimento de aguardar os efeitos defasados da política monetária na economia real e caso o Fed se torne mais agressivo nos juros, compensa o diferencial de juros ao prometer a taxa estável por um período relativamente mais longo, ou seja, ultrapassando 2023.

Isso vai em linha também com os custos fiscais potenciais da PLP18, entre R$ 16 bi e R$ 39 bi, o que levaria o governo central de um superavit a um déficit ainda abaixo daquele observado na média dos últimos anos e mesmo do ano passado.

Daí fazer sentido o BC manter os juros inalterados.

Na agenda hoje, vendas ao varejo, preços de importados/exportados, estoques e mercado imobiliário nos EUA, IGP-10 no Brasil entre os já divulgados, produção industrial e balança comercial na Zona do Euro, produção industrial, vendas ao varejo, investimentos e desemprego na China e pedidos de máquinas no Japão.

ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela inflação ao atacado nos EUA e diversas decisões de política monetária.

Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com bolsas chinesas em alta após divulgação de dados econômicos chineses acima das expectativas, especialmente a produção industrial.

O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro.

O petróleo abre em queda em Londres e Nova York após as fortes altas mais recentes, acima de US$ 120 o barril.

O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,04%.

CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1168 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / 0,614%
Dólar / Yen : ¥ 134,40 / -0,797%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,742%
Dólar Fut. (1 m) : 5166,34 / 0,60 %
 
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,86 % aa (3,84%)
DI - Janeiro 24: 13,67 % aa (2,82%)
DI - Janeiro 26: 12,99 % aa (2,28%)
DI - Janeiro 27: 13,01 % aa (2,12%)
 
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5214% /  102.063 pontos
Dow Jones: -0,4978% /  30.365 pontos
Nasdaq: 0,1769% /  10.828 pontos
 
Nikkei: -1,14% /  26.326 pontos
Hang Seng: 1,14%  /  21.308 pontos
  
ABERTURA
DAX: 1,090% / 13449,37 pontos
CAC 40: 0,853% / 6000,60 pontos
FTSE: 1,256% / 7277,71 pontos
 
Ibov. Fut.: -0,57% / 102122,00 pontos
S&P Fut.: 0,52% / 3756,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,681% / 11391,00 pontos
 
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,01% / 129,08 ptos

Petróleo WTI: -1,37% /  $117,30
Petróleo Brent: -1,30% /  $119,59
 
Ouro: 0,90% /  $1.824,81
Minério de Ferro: -2,71% /‎‎ $129,60
 
Soja: -0,56% / $1.689,50
Milho: -0,52% /  $764,00
Café: -1,89% /  $222,65
Açúcar: -0,59% /  $18,58