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Guerra Comercial e Eleições Seguem no Radar

Publicado 23.07.2018, 09:17
Atualizado 10.01.2024, 08:22

A última semana completa de julho reserva uma agenda fraca em termos de indicadores econômicos no Brasil, o que pode abrir espaço para ajustar os recentes exageros nos preços dos ativos locais. Afinal, as incertezas eleitorais persistem no cenário doméstico e o ambiente externo continua permeado por ameaças comerciais dos Estados Unidos.

A reafirmada intenção do presidente norte-americano Donald Trump e sua equipe de dar novos lances contra a China, taxando US$ 500 bilhões em produtos importados do país, combinada com a postura de chamar aliados europeus de inimigos, ao mesmo tempo em que faz afagos diplomáticos a velhos rivais na Ásia, leva o investidor a elevar a cautela.

Nesta manhã, os alertas de líderes do G-20 quanto ao impacto do protecionismo no crescimento econômico global afetam os negócios com risco no exterior. Afinal, o encontro na Argentina terminou no fim de semana sem apontar algum progresso na resolução das tensões comerciais desencadeadas pelas tarifas de Trump.

Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em queda, penalizando o início do pregão na Europa, após uma sessão mista na Ásia, onde Xangai subiu e Tóquio caiu. O dólar e o juro projetado pelos títulos norte-americanos (Treasuries) estão estáveis, em meio à clara preferência do governo Trump por taxas mais baixas e moeda mais fraca. Já o petróleo oscila em alta, mas segue abaixo de US$ 70 por barril, após uma troca de ameaças entre EUA e Irã.

Durante a reunião em Buenos Aires, os EUA se mostraram inflexíveis com a nova política de sobretaxa, sendo que o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse que é “definitivamente uma possibilidade realista” taxar todas as mercadorias chinesas importadas pelo país. Segundo ele, Washington busca uma “relação (comercial) mais equilibrada” com a China, na qual os EUA possam vender mais bens ao país asiático.

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Mas os EUA buscam combater o déficit comercial também com a União Europeia (UE), Canadá e México, elevando os riscos à economia global e trazendo novos desequilíbrios nas relações entre os países. Com isso, as medidas de retaliação se espalharam, ameaçando agora afetar o crescimento pelo mundo.

Por aqui, o mercado doméstico volta ao tema das eleições presidenciais de outubro, após a definição do chamado “Centrão” em apoiar o candidato do PSDB Geraldo Alckmin, o que animou os negócios locais na sexta-feira passada. Mas é importante deixar claro que a corrida eleitoral segue totalmente aberta e indefinida.

Por isso, por mais que o mercado doméstico tenha comemorado o apoio da maior coligação partidária ao principal candidato com viés reformista, isso não significa uma vitória dele no primeiro turno do pleito. Afinal, quem define a disputa é o eleitor.

E o tucano ainda não decolou nas principais pesquisas de intenção de voto, aparecendo atrás de Ciro Gomes, Marina Silva e Jair Bolsonaro. Assim, somente se os próximos levantamentos confirmarem uma melhora significativa no desempenho do candidato preferido do mercado financeiro é que o investidor deve se empolgar.

Por enquanto, as recentes pesquisas mostram todos os candidatos embolados, com variações de empate técnico entre eles, em cenários em que não aparece o nome do ex-presidente Lula. Aliás, a posição do líder petista continua tendo um peso importante na disputa.

O PT mantém a posição de que Lula é o candidato do partido. Embora esteja ciente da baixa possibilidade de viabilizar judicialmente a candidatura do ex-presidente, preso há três meses, a estratégia é conquistar o maior número de eleitores para, então, transferir em bloco os votos ao candidato que receberá o apoio da legenda, a poucas semanas da votação.

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A estratégia é arriscada, mas considerando-se os prazos legais da Justiça Eleitoral, essa possibilidade ganha adeptos no PT. Pelo calendário, os partidos têm até 15 de agosto para definir seus candidatos. No fim do mês que vem, tem início a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.

Até aí, o PT pode veicular Lula como candidato do partido à Presidência da República. Ao menos até o TSE julgar todos os registros de candidaturas ao cargo, o que deve acontecer até 17 de setembro. O primeiro turno das eleições está marcado para 7 de outubro.

Segundo os institutos de pesquisa, o potencial de transferência do ex-presidente oscila entre 20% e 30%, sendo que dois terços dos que se declaram eleitores de Lula dizem que votariam com certeza em um candidato indicado por ele. E é nesse porcentual que o candidato Ciro Gomes está de olho, agora que ele perdeu o “Centrão” para o ex-governador de São Paulo.

Com medo do isolamento na disputa presidencial, o presidenciável pelo PDT fez um discurso que representa um aceno claro a partidos de esquerda, dizendo que: “O Brasil nunca será um país em paz enquanto o companheiro Lula não restaurar a liberdade”. Mais que isso, Ciro criticou o Judiciário e admitiu ter cometidos erros.

Com isso, ainda é possível vislumbrar uma série de combinações de candidatos no segundo turno da corrida presidencial, com probabilidades não desprezíveis. Portanto, o cenário segue bastante incerto, embora tenha ficado menos turvo com a definição de alguns nomes para a disputa durante o fim de semana.

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Por ora, os investidores estrangeiros estão aproveitando o período de descanso lá fora para realocar recursos. Em apenas dez pregões deste mês, os “gringos” injetaram quase R$ 5 bilhões em ações de empresas brasileiras, o que influenciou na queda do dólar para o menor nível em quase um mês, acumulando três semanas seguidas de perdas.

Mas o panorama atual não é propício para todo esse apetite por risco, levantando dúvidas quanto à sustentação da Bolsa brasileira nos 80 mil pontos e do dólar abaixo a R$ 3,75. Essa percepção, porém, só deve ganhar força quando a volatilidade voltar aos negócios locais, com o fim das férias de verão no hemisfério norte, no início de setembro.

Não está prevista a divulgação de nenhuma pesquisa eleitoral no curto prazo. Aliás, o calendário doméstico está bem fraco nesta semana, sem destaques. Nesta segunda-feira, tem as tradicionais publicações do dia - Pesquisa Focus (8h25) e balança comercial (15h).

O levantamento semanal do Banco Central com o mercado financeiro deve trazer revisões para baixo da inflação (IPCA), após a desaceleração maior que a esperada da prévia do indicador neste mês. Já a estimativa para o crescimento econômico (PIB) devem seguir baixa, depois que o governo reduziu a previsão de expansão em 2018 para 1,6%.

Também merece atenção o início da temporada de balanços das empresas brasileiras no segundo trimestre deste ano. A safra começa com os resultados de Fibria, Santander e Vale, na quarta-feira, além de Ambev e Bradesco, na quinta-feira. Lá fora, a temporada traz os balanços de Facebook, Amazon, Deutsche Bank, UBS, Boeing, Shell, entre outros.

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Mas as atenções no exterior estão voltadas para os números preliminares do PIB dos EUA no segundo trimestre deste ano, na sexta-feira. Os dados devem continuar mostrando robustez da maior economia do mundo, ainda antes da vigência de novas tarifas de importação à China.

Contudo, há temores de que as investidas protecionistas de Trump reduzam o crescimento econômico do país, principalmente em 2019, ao mesmo tempo em que a inflação ao consumidor norte-americano se estabiliza ao redor da meta. Amanhã, saem dados parciais sobre a atividade nos setores industrial e de serviços na zona do euro.

Ainda na região da moeda única, destaque para a decisão de juros do BC europeu (BCE), na quinta-feira. O evento contará com uma entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, que deve mostrar cautela em meio às tensões comerciais, reafirmando a postura gradual de ajuste nos juros, ainda em zero.

Já no Japão, as especulações são de que o BC local possa mudar os estímulos monetários, o que seria a primeira alteração na política ultra-frouxa do BoJ desde 2016. Os bônus do governo japonês despencaram, içando o rendimento (yield) dos papéis, e o iene subiu, com os relatos de possíveis mudanças levando a autoridade monetária a oferecer uma quantidade ilimitada de títulos.

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