A inflação ao redor do mundo volta aos holofotes, com as altas mais recentes na Europa e nos EUA, alterando mais uma vez a perspectiva de fim do processo de aperto monetário nas economias desenvolvidas.
Nos EUA ontem, o índice ISM de preços pagos retornou à zona de expansão aos 51,3 pontos, ante projeção de contração de 46,5 pontos, além dos dados de PCE da semana anterior.
Já na Europa, a inflação novamente afeta os índices, com as reduções dos subsídios de energia entrando na conta e os índices de núcleo anuais se aproximando novamente dos recordes, com alta de 0,8% mm no CPI, 8,5% AA, com núcleo aos 5,6% aa, todos acima das projeções e a maioria dos índices anteriores.
Isso reflete os dados mais recentes dos países, como França, Espanha e ontem, Alemanha, todos refletindo as mesmas pressões de curto prazo e em grande parte, os mesmos recordes anuais de preços.
Não há subsídios para se crer em um cenário diferente daquele desenhado por parte das autoridades monetárias, onde ainda não existem sinais claros de que o ciclo de aperto de juros deva ser pausado, quiçá revertido.
Este cenário de aperto contínuo ganha força, ainda que encontre enorme resistência de grande parte dos investidores, avessos à ideia de redução global da liquidez e juros mais altos, especialmente nas economias desenvolvidas.
Os discursos estão na sua maioria alinhados para a continuidade de elevações de juros, enquanto não se confirmam os picos inflacionários, como citou LaGarde do BCE recentemente e Bailey do BoE.
O problema é que mesmo as autoridades monetárias estão com uma certa má vontade para dar continuidade a tal processo, em meio aos desafios de se lidar com uma consequente recessão, ainda que a demora em agir contra tal inflação seja literalmente culpa de uma inicial inação destes bancos centrais.
Localmente, o arremedo de ajuste para compensar a menor arrecadação sobre combustíveis, com impostos sobre exportação de petróleo cru traz infelizmente o sinal do que poderão ser as soluções criativas adotadas por este governo.
Atenção hoje ao PIB brasileiro e dados do mercado de trabalho nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a expectativa de juros mais altos no mundo
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com a pressão maior sobre as os juros globais, com inflações mais altas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, apesar da elevação acima das expectativas dos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,82%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1808 / -1,06 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,375%
Dólar / Yen : ¥ 136,47 / 0,198%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / -0,399%
Dólar Fut. (1 m) : 5228,88 / -0,55 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,32 % aa (-0,43%)
DI - Janeiro 25: 12,67 % aa (-0,04%)
DI - Janeiro 26: 12,81 % aa (0,53%)
DI - Janeiro 27: 13,03 % aa (0,98%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5215% / 104.385 pontos
Dow Jones: 0,0157% / 32.662 pontos
Nasdaq: -0,6640% / 11.379 pontos
Nikkei: -0,06% / 27.499 pontos
Hang Seng: -0,92% / 20.429 pontos
ASX 200: 0,05% / 7.255 pontos
ABERTURA
DAX: -0,614% / 15211,02 pontos
CAC 40: -0,550% / 7194,46 pontos
FTSE: -0,410% / 7882,49 pontos
Ibov. Fut.: -0,35% / 105786,00 pontos
S&P Fut.: -0,54% / 3935,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,731% / 11872,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,09% / 107,19 ptos
Petróleo WTI: 0,53% / $78,10
Petróleo Brent: 0,43% / $84,67
Ouro: -0,24% / $1.832,51
Minério de Ferro: 0,25% / $126,40
Soja: 0,05% / $1.505,00
Milho: 0,43% / $643,25
Café: -2,68% / $185,30
Açúcar: -0,15% / $20,54