Enquanto a oferta de animais para abate segue baixa, compradores indicam que os patamares de preços estão elevados. Como consequência, poucos negócios têm sido efetivados em toda a cadeia da carne bovina, da reposição ao atacado. A baixa participação de operadores se refletiu também nos preços, fazendo com que os valores médios cedessem em alguns dias, apesar da oferta limitada.
Nessa quarta-feira, 16, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo fechou a R$ 154,70, acumulando pequena alta de 1,04%. Os patamares de preços mais elevados da arroba do boi há cerca de 1,5 ano e as boas chuvas ocorridas desde o último trimestre de 2015 motivam pecuaristas de diversas regiões do País a investir nas pastagens.
Conforme levantamentos da equipe Cepea, tem aumentado o interesse pela integração lavoura-pecuária, principalmente com amendoim, que fixa nitrogênio no solo e ajuda a baratear os custos da reforma de pastagens. Alguns pecuaristas plantam por conta, enquanto outros arrendam a terra ou fazem parcerias.
FRANGO: Em um ano, frango se valoriza mais que concorrentes
Na primeira quinzena de março, os preços da carne de frango superaram os do mesmo período do ano passado, mesmo considerando-se a inflação do período, segundo indicam dados do Cepea. No atacado da Grande São Paulo, o frango resfriado teve média de R$ 3,98/kg na primeira quinzena de março, valor 13% superior (em termos nominais) ao do mesmo período do ano passado, quando a média era de R$ 3,52/kg – o avanço em termos reais (valores atualizados pelo IPCA fev/16) é de 3,7%.
Para a carcaça casada de boi, foi registrada elevação de 11,3% no mesmo período, passando de R$ 9,06 para R$ 10,08 neste mês – se considerada a inflação do período, o ganho é de 2,1%. Já a carcaça especial suína teve baixa de 7,3% em termos nominais e de 14,9% em termos reais.
Com isso, o preço atual do frango inteiro resfriado corresponde a 75,3% do preço da carcaça especial suína no atacado da Grande SP, ante 61,8% há um ano. Em termos relativos, a carne de frango perdeu competitividade.
CITROS: Produtor adianta colheita de precoces
Citricultores com frutas precoces em condição de comercialização já vêm adiantando a colheita, visando aproveitar os preços atuais, que são considerados atrativos. Além disso, como o ritmo de processamento industrial é reduzido, a venda das precoces para o mercado in natura auxilia na manutenção do fluxo de caixa das fazendas.
As principais variedades que estão sendo comercializadas são a hamlin, westin e lima. Na média desta semana (segunda a quinta-feira), a hamlin tem média de R$ 14,68/cx de 40,8 kg, na árvore, queda de 4% em relação à semana passada. A westin é comercializada à média de R$ 14,96/cx, retração de 1%.
Pressionada pelo início da colheita da lima sorocaba – até então, prevalecia a colheita da lima verde –, a média da laranja lima nesta semana está em R$ 22,29/cx, queda de 10% em relação à semana passada. Outra fruta cítrica que começou a ser comercializada nos últimos dias é a tangerina poncã.
No início deste mês, principalmente frutas mineiras abasteciam o mercado paulista, mas, agora, cresce a oferta da poncã do próprio estado. O preço médio desta semana está em R$ 49,54/cx de 27 kg, o segundo maior patamar real de toda a série do Cepea (valores atualizados pelo IPCA de jan/16), iniciada em 1996.
A oferta de laranja pera também continua baixa, principalmente de frutas de qualidade. Apesar disso, agentes comentam que o preço pode começar a cair nos próximos dias por conta da entrada das laranjas precoces. Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a pera tem média de R$ 22,69/cx de 40,8 kg, na árvore, ligeira alta de 0,4% ante a semana passada
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