Na ausência do nosso mercado com o feriado do bicentenário da independência, as preocupações se concentravam em como o Livro Bege do Federal Reserve poderia influenciar o mercado e a mensagem ali emitida.
A reação ao documento não poderia ter sido melhor, desde a Treasury, até as bolsas de valores, mas não pode apontar um cenário benigno, como seria de se esperar, mas por apontar um contexto desafiador para a continuidade do aperto monetário do Fed, ao apontar um cenário econômico “inalterado, na média, desde o início de julho”.
O mercado imobiliário caiu à medida que as taxas de hipoteca dispararam, consequência tanto do aperto recente, quanto aquele promovido pelo mercado, empresas mostraram menos demanda por espaços comerciais e vendas de automóveis ficaram estáveis por causa do custo dos combustíveis.
Em geral, as empresas se mostraram muito mais pessimistas que em junho, o que para parte do mercado, foi o sinal “recessivo” necessário para, novamente, desenhar um ciclo menos intenso por parte do FOMC nas próximas reuniões.
Além disso, dos 12 distritos do Fed, 9 relataram “algum grau de moderação nos aumentos de preços”, mesmo que ainda subindo e a maioria das empresas “esperava que as pressões de preços persistissem pelo menos até o final do ano”.
Ainda assim, parte da inflação continua a vir do mercado de trabalho, que está elevando os salários à medida que as empresas competem por trabalhadores, para contratá-los e mantê-los, além de uma parcela da população ainda sob auxílios.
O que todos queriam ouvir, ocorreu, com o aumento de “citações sobre recessão” de maneira mais comum e ainda que o Fed diga que não está tentando desencadear uma recessão, reconhece que há um risco crescente de uma, enquanto tentam domar a alta inflação.
O foco do dia, além das inflações locais, é a decisão de juros do BCE, o qual deve aumentar em 75 bp nesta reunião, especialmente após uma série de dados de atividade econômica, entre eles o PIB, acima das expectativas ontem, reforçando a perspectiva de inflação elevada.
O desafio de tentar não desequilibrar a economia e controlar a inflação é eterno para os banqueiros centrais, especialmente para os extremamente atrasados.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, com a possibilidade de uma forte elevação de juros na Europa.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com China em queda e o restante em alta, especialmente o Nikkei, após um PIB japonês mais forte que as expectativas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à platina, prata e ao minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, mesmo após anúncio de corte de 100 mil barris dia pela OPEP+ e por temores de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,38%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2512 / 1,88 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / -0,060%
Dólar / Yen : ¥ 143,88 / 0,104%
Libra / Dólar : US$ 1,15 / -0,330%
Dólar Fut. (1 m) : 5263,00 / 1,48 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,73 % aa (0,08%)
DI - Janeiro 24: 13,10 % aa (2,14%)
DI - Janeiro 26: 11,70 % aa (1,87%)
DI - Janeiro 27: 11,63 % aa (1,53%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0000% / 109.764 pontos
Dow Jones: 1,3998% / 31.581 pontos
Nasdaq: 2,1394% / 11.792 pontos
Nikkei: 2,31% / 28.065 pontos
Hang Seng: -1,00% / 18.855 pontos
ASX 200: 1,77% / 6.849 pontos
ABERTURA
DAX: -0,105% / 12902,47 pontos
CAC 40: 0,387% / 6129,56 pontos
FTSE: 0,252% / 7256,03 pontos
Ibov. Fut.: -2,35% / 110600,00 pontos
S&P Fut.: -0,07% / 3977,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,082% / 12253,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,05% / 115,66 ptos
Petróleo WTI: -0,49% / $81,54
Petróleo Brent: -0,44% / $87,61
Ouro: 0,11% / $1.720,55
Minério de Ferro: 3,77% / $100,10
Soja: 1,21% / $1.484,50
Milho: -0,15% / $675,75
Café: -2,99% / $226,90
Açúcar: -0,44% / $17,97