Conforme citamos aqui, a progressão da desvalorização do Real só reverte a atual política de juros brasileira caso haja impacto nos preços ao ponto de ameaçar as metas de inflação.
Neste sentido, o ataque especulativo ao Real, fortemente baseado em agentes locais e não estrangeiros parece cada vez mais a tentativa de se ‘forçar uma situação’ de elevação de juros, num contato não cabível a isto.
O atual cenário econômico possui sim sinais de recuperação da atividade, ainda que em partes afetados pela paralisação dos caminhoneiros, onde a mesma também trouxe um elemento adicional de desvalorização do Real, já em queda após o movimento global de dissolução de posições de emergente em maio.
Todavia, estes sinais não se traduziram ainda como recuperação maciça do emprego, de indicadores de inflação mais apertados pelo consumo e mesmo de extensa liberação dos canais de crédito na economia.
Em resumo, o hiato do produto está ainda negativamente elevado e a atual inflação tem mais um caráter conjuntural do que estrutural.
Portanto, não adianta os agentes buscarem a elevação de prêmio nas curvas de juros, esperando que a autoridade monetária responda com um aperto monetário, pois isso não vai acontecer.
A resposta está nas condições econômicas e não de mercado.
CENÁRIO POLÍTICO
Ao que se imaginava um contexto mais calmo após a tentativa de se apaziguar as tensões nucleares na Ásia, Trump volta novamente sua munição à China e anuncia novas tarifações na ordem de US$ 100 bi.
Neste contexto, a tensão também continua elevada com o NAFTA, após ataques diretos aos países do bloco com mais tarifações e neste cenário, além de alimentar os custos de importação dos EUA, Trump segue a linha inversa dos republicanos e fecha a economia americana cada vez mais.
Longe de acabar, os ataques do presidente americano podem se voltar novamente ao bloco europeu, ou todos aqueles que por algum motivo dessatisfizerem seus parceiros de negócios.
CENÁRIO DE MERCADO
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY em queda, em resposta às tarifações de Trump.
Na Ásia, o fechamento foi misto, também em resposta às tarifações.
O dólar opera em alta leve contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, a queda é generalizada.
O petróleo abre em queda em NY e em Londres, com o aumento global de oferta.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8062 / 2,22 %
Euro / Dólar : US$ 1,16 / 0,173%
Dólar / Yen : ¥ 110,64 / 0,009%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / 0,204%
Dólar Fut. (1 m) : 3793,58 / 1,90 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 8,63 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 9,37 % aa (5,52%)
DI - Janeiro 21: 10,35 % aa (4,12%)
DI - Janeiro 25: 12,27 % aa (2,59%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,97% / 71.421 pontos
Dow Jones: -0,10% / 25.175 pontos
Nasdaq: 0,85% / 7.761 pontos
Nikkei: 0,50% / 22.852 pontos
Hang Seng: -0,43% / 30.309 pontos
ASX 200: 1,29% / 6.094 pontos
ABERTURA
DAX: -0,279% / 13070,54 pontos
CAC 40: 0,114% / 5534,74 pontos
FTSE: -0,759% / 7706,87 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 72107,00 pontos
S&P Fut.: -0,538% / 2773,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,251% / 7265,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,67% / 88,67 ptos
Petróleo WTI: -0,28% / $66,70
Petróleo Brent:-1,13% / $75,08
Ouro: -0,21% / $1.299,54
Minério de Ferro: 0,34% / $65,56
Soja: -0,80% / $17,36
Milho: -0,76% / $360,50
Café: -0,86% / $114,75
Açúcar: -1,14% / $12,09