Chegou o dia do Copom, a aguardada decisão de juros por parte do Banco Central, em meio ao desafio de se lidar com uma inflação não aderente à política monetária e continuidade de pressões de preços de baixa previsibilidade.
Ainda que acreditemos na necessidade de um aperto em igual proporção ao anterior, ou seja de 75 bp, dividimos esta chance de elevação para 40% e 60% de alta de 100 bp, de forma a acomodar os cenários possíveis e o viés de não ir contra o mercado que este BC já demonstrou.
Na conta da inflação, obviamente, os itens de pressão sazonal, climática, pontuais nem se comparam ao que se embute em termos fiscais, na perspectiva de que o governo inicie um processo de maior populismo nos gastos públicos.
Neste cenário, o impacto primário ocorre no câmbio e nas curvas de juros, como temos observado até agora, onde especialmente o câmbio deixou de ganhar o ‘benefício’ do aperto monetário recente e responder ao fluxo de saída de capital estrangeiro, à novamente a retenção de capital de exportadores no exterior e à tensão local com as incertezas fiscais.
Houve uma breve dissipação de tais incertezas com o presidente da câmara, Arthur Lira citando que não haverá descumprimento do teto de gastos, porém a insistência de Guedes por buscar tais recursos tem sido enorme e já preocupa esta mudança de viés do ministro.
Já demonstramos em relatório o papel do câmbio em nossa inflação e apesar de sermos basicamente uma economia fechada de intervenção estatal, dependemos intensamente de itens importados e/ou dolarizados, da matéria-prima, ao produto acabado.
Eis que apesar do nosso viés exportador, um câmbio valorizado se traduz como menor inflação e maior sensação de conforto à população em geral, com acesso mais facilitado e de menor custo de bens de consumo.
Como vemos, os desafios do Copom não são poucos e sequer diminutos, dados os problemas em que o país se insere neste momento, portanto, a busca por ancoragem das expectativas de inflação, possível valorização cambial e não contrariar as curvas de juros por nos levar aos 5,25% na Selic e um futuro incerto na continuidade deste processo.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, cautelosos com investidores reagindo a grandes balanços e aos recordes recentes nas bolsas.
Em Ásia-Pacífico, mercados em alta, após pesquisa privada (PMI Caixin) mostrar crescimento na atividade de serviços da China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre e platina.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com os temores de aumento da oferta e queda de demanda, dados os casos de COVID-19.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,11%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,1976 / 0,46 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / -0,051%
Dólar / Yen : ¥ 109,18 / 0,128%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,144%
Dólar Fut. (1 m) : 5223,90 / 0,97 %
Juros Futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,44 % aa (0,88%)
DI - Janeiro 23: 7,89 % aa (0,51%)
DI - Janeiro 25: 8,79 % aa (0,23%)
DI - Janeiro 27: 9,11 % aa (0,33%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: 0,8659% / 123.577 pontos
Dow Jones: 0,7987% / 35.116 pontos
Nasdaq: 0,5465% / 14.761 pontos
Nikkei: -0,21% / 27.584 pontos
Hang Seng: 0,88% / 26.427 pontos
ASX 200: 0,38% / 7.503 pontos
Abertura
DAX: 0,849% / 15687,12 pontos
CAC 40: 0,534% / 6759,72 pontos
FTSE: 0,382% / 7132,85 pontos
Ibovespa Futuros: 0,89% / 123656,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,808% / 4415,10 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,040% / 15060,25 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,17% / 95,51 ptos
Petróleo WTI Futuros: -0,28% / $70,12
Petróleo Brent: -0,04% / $72,18
Ouro: 0,23% / $1.813,89
Minério de Ferro: -0,54% / $181,01
Soja: 0,34% / $1.396,00
Milho: 0,05% / $548,00
Café: 1,86% / $177,70
Açúcar: 0,78% / $18,12