A instabilidade política é mais um elemento volátil adicionado ao contexto de pandemia e segue movimentos semelhantes aqui e no exterior.
Localmente, a notícia do vídeo onde o presidente Bolsonaro pediria para Moro interferir na polícia federal no Rio de Janeiro traz o temor de falta de governabilidade e, consequentemente, um futuro um tanto nefasto para as reformas estruturantes no Congresso, aguardando o alívio da crise viral para entrarem em votação.
Neste cenário, continua o aceno do executivo ao Centrão, parcela do Congresso bastante afável a gastos públicos descontrolados e o temor de piora do ambiente fiscal já se reflete nos diversos ativos de mercado financeiro, desde o dólar, até os juros futuros.
Os dados macroeconômicos continuam a desenhar um contexto bastante desafiador para uma retomada, a qual sequer se sabe quando ocorrerá, daí a dificuldade em projetar o quão ruim os dados ainda podem ficar.
Adicione o elemento político e pronto, não há limites para a piora dos ativos, o que pode fazer o BC rever sua posição mega dovish sinalizada na ata da última reunião do Copom.
No exterior, o choque político pela reabertura parcial ganha novos contornos, quando Antony Fauci, o polêmico diretor responsável pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas desde 1984 diz que a reabertura nos EUA levará ao aumento precoce no número de mortes, o que afetou os mercados internacionais na sessão de ontem.
Além disso, os EUA dão o sinal do que serão as relações com a China pós-pandemia, com constantes ataques de ambos os lados, em especial dos americanos.
Para a China, a situação complica, pois mesmo que queira “se livrar” do bonds americanos e causar um colapso do dólar, ela não tem mais para onde ir e os EUA continuam presos no dilema de Triffin, sendo a reserva global de valor.
No fim, os EUA devem continuar a fornecer dólares à China enquanto ela continuar a demanda e a China não tem outra opção global crível, senão comprar os dólares americanos.
Eis o dilema.
No âmbito corporativo, atenção aos resultados no exterior de Cisco, Tencent, Sony, Mizuho, Rakuten, Commerzbank, Pirelli, Macy's e localmente, Pine, Eucatex (SA:EUCA4), Hapvida (SA:HAPV3), Hermes Pardini (SA:PARD3), Locaweb, Mahle, Movida (SA:MOVI3), Moura, Pão de Açúcar (SA:PCAR3), Rossi (SA:RSID3), SLC Agrícola (SA:SLCE3), Sul América (SA:SULA11), Ultrapar (SA:UGPA3), Unipar (SA:UNIP3) e Via Varejo (SA:VVAR3).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com investidores cautelosos pela retomada econômica.
Em Ásia-Pacífico, fechamento positivo, com cautela pelas novas infecções.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas no geral, exceção ao cobre.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com temores de uma segunda onda do vírus.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -6,54%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,886 / 1,15 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,028%
Dólar / Yen : ¥ 107,05 / -0,075%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / 0,359%
Dólar Fut. (1 m) : 5885,98 / 0,89 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 3,50 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 4,73 % aa (6,05%)
DI - Janeiro 25: 6,69 % aa (4,04%)
DI - Janeiro 27: 7,79 % aa (4,01%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,5084% / 77.872 pontos
Dow Jones: -1,8876% / 23.765 pontos
Nasdaq: -2,0647% / 9.003 pontos
Nikkei: -0,49% / 20.267 pontos
Hang Seng: -0,27% / 24.180 pontos
ASX 200: 0,35% / 5.422 pontos
ABERTURA
DAX: -1,218% / 10687,68 pontos
CAC 40: -1,376% / 4410,98 pontos
FTSE: -0,989% / 5935,51 pontos
Ibov. Fut.: -1,40% / 77916,00 pontos
S&P Fut.: 0,102% / 2866,50 pontos
Nasdaq Fut.: 0,600% / 9157,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,45% / 61,28 ptos
Petróleo WTI: -0,78% / $25,60
Petróleo Brent: -1,10% / $29,64
Ouro: -0,02% / $1.704,20
Minério de Ferro: 1,29% / $87,81
Soja: -0,35% / $849,25
Milho: -0,08% / $323,50 $323,50
Café: -3,07% / $104,50
Açúcar: -0,88% / $10,16