No fim da semana, com agenda macroeconômica pesada, em meio aos dados do PIB brasileiro e do mercado de trabalho americano, as atenções continuam voltadas à escalada dos eventos entre Rússia e Ucrânia, agora com o temor nuclear em alta.
Em meio à guerra de informações, descobrimos hoje que os russos tomaram a usina nuclear de Zaporizhzhia, após um intenso ataque e a reação dos mercados eletrônicos e asiáticos foi como um rastilho de pólvora, com o temor de um vazamento nuclear “10x pior que em Chernobyl”.
Por fim, não houve vazamento nuclear, ainda que a usina agora esteja de posse do exército russo, porém são notícias como estas, relativamente comum em tempos bélicos que incrementam ainda mais a volatilidade dos mercados.
Para hoje, mais um dado do mercado de trabalho nos EUA tende a corroborar com a atividade econômica aquecida, após o ADP employment sensivelmente acima das expectativas e com revisão do número negativo de -301.000 vagas em janeiro, para criação de 509.000, o que tende a influenciar positivamente o dado de hoje.
Pelo lado do mercado de trabalho, há muito não existe mais argumento para o Federal Reserve sustentar a atual política de juros e pelo lado da inflação, menos ainda, afinal tanto o CPI, quanto o PPI mais recentes reforçam a perspectiva de pressão inflacionária.
É no conflito na Europa em que se sustenta, para muitos Bancos Centrais, a perspectiva de manutenção de juros e estímulos, por mais contrassenso que isso seja, ao indicar os problemas que poderão surgir na atividade econômica.
O ponto é que, ainda que não se possa medir com precisão, o evento bélico mexe diretamente com as commodities e seu caráter é inflacionário, ao contrário da visão de alguns banqueiros centrais, insistentes com a política frouxa.
Ao mesmo tempo, este contexto demanda cuidado na análise, pois o caráter inflacionário deve ser lidado pela óptica do total atraso destas autoridades em assumir o que nosso Banco Central já o fez, até com certa dose de exagero.
Portanto, BCs globais deveriam subir seus juros, pois estão atrasados demais e os eventos atuais catalisam a inflação e no nosso caso, como este adicional de inflação não se lida com política monetária, avançar mais profundamente na zona contracionista tende a ser desastroso para nossa atividade econômica.
Nada Fácil!
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a escalada das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com a tomada da usina nuclear.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao paládio.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, dada a escalada dos eventos na Ucrânia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 9,61%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0272 / -1,47 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,470%
Dólar / Yen : ¥ 115,42 / -0,035%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / -0,315%
Dólar Fut. (1 m) : 5064,02 / -1,90 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,79 % aa (2,53%)
DI - Janeiro 24: 12,39 % aa (1,93%)
DI - Janeiro 26: 11,55 % aa (1,72%)
DI - Janeiro 27: 11,50 % aa (0,79%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0069% / 115.166 pontos
Dow Jones: -0,2853% / 33.795 pontos
Nasdaq: -1,5567% / 13.538 pontos
Nikkei: -2,23% / 25.985 pontos
Hang Seng: -2,50% / 21.905 pontos
ASX 200: -0,57% / 7.111 pontos
ABERTURA
DAX: -3,249% / 13253,29 pontos
CAC 40: -3,406% / 6161,13 pontos
FTSE: -2,873% / 7030,90 pontos
Ibov. Fut.: 0,13% / 116509,00 pontos
S&P Fut.: -0,65% / 4330,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,666% / 13946,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,26% / 124,48 ptos
Petróleo WTI: 1,87% / $109,68
Petróleo Brent: 1,00% / $111,57
Ouro: 0,47% / $1.945,20
Minério de Ferro: -1,22% / $151,11
Soja: -0,40% / $1.673,50
Milho: 1,70% / $764,00
Café: 0,04% / $224,25
Açúcar: -0,11% / $18,91